Livro: Momentos de Encanto Página 2

... atribuiu à filha, referindo-se ao casamento, de forma pessoal e pública, como a maior estupidez de Kayla. A condenação do pai fora como uma punhalada no coração, deixando-a devastada pela culpa, acreditan¬do que seu casamento podia ter contribuído para a morte da mãe. Confiante e amiga, Blanche sempre fora presente, freqüentemente agindo como media¬dora entre duas personalidades conflitantes. a arro¬gância de Benjamin e a rebeldia de Kayla. Durante todo o momento devastador que se seguiu ao funeral de Blanche, Kayla ficou ao lado do pai, confortou Jacob e, de alguma maneira, conseguiu prosseguir com sua vida. Desejando, precisando do conforto do único homem que seria capaz de ameni¬zar-lhe a dor. seu marido. Resultados médicos indicaram que Blanche já apresentava problemas cardíacos há algum tempo, uma evidência que Benjamin se recusou a aceitar em sua insana busca de se vingar do homem a quem cul¬pava pela morte da esposa. Foi um período terrivelmente doloroso, com leal¬dades divididas, despedaçando o coração de Kayla. Estava penosamente consciente do frágil estado men¬tal de Benjamin, assim como da carência e instabili¬dade de Jacob. Como podia dar prioridade à sua vida pessoal num momento como esse? Por outro lado, quanto tempo podia esperar que Duardo fosse paciente? O ultimato de Benjamin, "Saia desta casa e nunca mais será bem-vinda nova¬mente", quase a desestruturou. Família. Coisa que sua mãe considerara sacros¬santa. Porém Benjamin estava decidido a destruir o casa¬mento da filha, e conseguiu provar, por meio de do¬cumentos, que dominar o império Enright-Smythe fazia parte dos planos de Duardo. E que Kayla era apenas uma peça desse jogo. Naquele dia, algo no coração de Kayla secara e morrera. Recusava-se a atender as ligações de Duardo, acei¬tando a determinação do pai de que Duardo não era bem-vindo na casa. Então, Duardo enviou-lhe também o seu ultimato. Escolha: seu marido ou sua fa ...

ília. Ela não disse uma palavra durante a explosão de raiva de Benjamin. Em vez disso, tirou a aliança de casamento e devolveu-a ao homem cujo sobrenome assumira como seu. E lhe assistiu virar-se e partir. Então testemunhou, nos meses seguintes, o poder o império de Enright-Smythe passar às mãos de Duardo Alvarez, agora firmemente confirmando a imagem do obcecado oportunista. Kayla não mais desejou sair para se divertir, e suas amigas gradualmente desistiram de convidá-la para programas que ela sempre recusava. Todas as fri-volidades e flertes pareciam firmemente embebidos em dor. O tipo de dor que nunca mais queria experimentar. Os únicos eventos sociais a que se rendia eram aqueles instigados por seu pai. Jantares de negócios odiosos, em que era forçada a assistir ao declínio de Benjamin entre seus colegas. Em um ano, a empresa Enright-Smythe tinha uma lista de contratos não cumpridos, problemas sindic¬ais, dívidas. e os rumores diziam que a única saída seria a venda das ações da empresa e a transferência o controle total para ninguém menos que Duardo Alvarez. A essa altura, tudo já tinha sido leiloado. a pro¬priedade da família, os móveis, as jóias de sua mãe, obras de arte. Foi amplamente divulgado pela imprensa na época. Benjamin marchava para uma falência sem volta, até que concretizou sua queda, cometendo suicídio. O ato trágico devastou Kayla e deixou Jacob em pro¬funda depressão. Kayla vinha trabalhando arduamente nos últimos três anos. Além de seu emprego regular durante o dia, trabalhava como garçonete num restaurante local cinco horas por noite e nos fins de semana, num esforço para manter um teto e pagar montanhas de dívidas. Jacob também trabalhava; largara a faculdade aos 19 anos, abandonando toda a esperança de tornar-se médico. Ainda assim, não era o bastante. Nunca seria o bastante, graças a seu irmão que, num ato de desespe¬ro, perdera uma grande quantia em um cassino. Ago¬ra, além ...

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