Livro: O aventureiro e a dama
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... Lord Sin Catherine Archer Ele não queria se casar. Mas precisava! Ian Sinclair o nobre de má reputação, não teve outro jeito senão casar-se com Mary Fulton, a filha de um pastor. Agora tinha certeza de que pagaria um preço alto por isso, pois a impetuosa Mary era uma mulher inigualável. Uma mulher que ele não merecia! Quanto mais conhecia o mundo de privilégios de lan mais Mary Fulton compreendia que aquela união não duraria para sempre Entretanto, o amor que aflorara na noite de núpcias ficava mais forte a cada instante a cada carícia trocada! Será que ela conseguiria transformar o aventureiro lan Sinclair em um marido apaixonado? Disponibilização do livro: Valéria Digitalização: Joyce Revisão: Cynthia CAPITULO UM O vento soprou forte, desfazendo o coque de Mary Fulton, arremessando os fios de cabelo contra seu rosto pálido. Sem se importar em de¬sobstruir a visão, ela se esforçava para manter o chapéu de palha junto ao corpo. Era como se aquele adereço simples pudesse conter a miséria que ameaçava dominá-la. Nem reparava, na larga fita azul do chapéu flutuando à sua frente, apesar de quase tropeçar nela. Tampouco via a campina, com as orquídeas espalhadas sobre a relva verde. Não notava nada, nem mesmo o sol que de vez em quando surgia em meio às nuvens acinzentadas. Nada aliviava a dor da solidão em seu coração. Naquelas duas semanas desde o enterro do pai, sua tristeza não diminuíra nem um pouco. E lembrar que imaginara, ao longo do ano em que ele permanecera enfermo, que a morte talvez fosse um alívio. Raciona¬lizar a questão não atenuava a dor da perda. Afinal, desde a morte de sua mãe, quando tinha apenas cinco anos, tomara conta do pai, homem brilhante, mas dis¬traído quanto a assuntos da vida cotidiana. Não que o pastor Robert Fulton houvesse negligen¬ciado a única filha. Quanto a sua educação, ele até se empenhara mais do que o padrão. Apenas ficaram a desejar o planej ...

mento das refeições, os cuidados com as roupas e aqueles mimos de que as crianças precisam quando caem e se machucam. Por isso, ainda pequena, Mary assumira o encargo de orientar as arrumadeiras e tratar dos próprios machucados. Uma vez que Robert Fulton dedicava-se em tempo integral à tarefa de adquirir conhecimentos, a união entre pai e filha estabelecera-se naquela frente. Pa¬ciente, o reverendo Fulton era um bom professor e ensinara a Mary todas as matérias de seu interesse, orgulhando-se de sua inteligência. E foi graças a essa vocação tutorial do pai que Mary conhecera sua melhor amiga, Victoria Thorn. Pouco após a chegada dos Fulton à paróquia local, o duque de Carlisle, pai de Victoria, contratara os serviços de Robert Fulton como educador, possibilitando o surgi¬mento de uma amizade sincera entre as duas meninas. Pois fora justamente um generoso convite de Victo¬ria a causa do dilema em que Mary ora se encontrava, tanto que resolvera passear pela campina tentando solucioná-lo, sem sucesso. Suspirou, erguendo o olhar para o imenso céu nublado. Bem a par da situação da amiga, hesitava em aceitar sua oferta. A vida não era fácil para Victoria, apesar de sua riqueza e posição social. Como os pais já eram falecidos, tinha que administrar a fortuna herdada e, recém-casada, ainda se adaptava à nova vida com o marido, Jedidiah. O casal convidara Mary para morar em Briarwood. sua suntuosa mansão. Ela se animava com a possibi¬lidade, mas não sabia se devia aceitar, em especial porque Victoria e Jedidiah estavam casados havia ape¬nas nove meses e já aguardavam a chegada do primeiro filho. Não queria ser uma intrusa naquele momento de suas vidas. Mesmo durante a visita à casa paro¬quial, no dia anterior, para fazer-lhe o convite, os dois não puderam conter as carícias, a troca de olhares, a paixão que os assolava. Mary detestaria invadir a privacidade do casal de amigos. E, verdade fosse dita, a felicidade deles só a faz ...

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