Livro: Inocencia e Pecado - Kat Martin Página 2

... ção procurando uma bela e sensual morena de cílios longos e olhos escuros, embora a lógica lhe dissesse que uma risada tão provocante só poderia pertencer a uma matrona idosa, que não mais era governada pelos ditames da sociedade. Mais alto do que a maioria dos homens no salão, ele logo a avistou. Ela era mais jovem do que imaginara, talvez não mais de vinte anos, não era morena e exótica, mas exatamente o oposto, com flamejantes cabelos vermelhos e brilhantes olhos verdes. Sua pele não era morena nem pálida, mas brilhava como se ela tivesse passado algum tempo ao sol. — Vejo que você descobriu a convidada de honra. Randall virou-se e viu seu melhor amigo, Nicholas Warring, conde de Ravenworth, a seu lado. Com cabelos pretos e pele morena, quase tão alto quanto Randall, Nick era bonito e inteligente, mas dono de uma dureza implícita que mantinha as pessoas distantes. — Quem é ela? — Randall perguntou, cuidando para que seu tom de voz fosse indiferente, embora estivesse bastante interessado. — Chama-se Caitlin Harmon. O pai dela é Donovan Harmon, um professor americano de História da Antiguidade e pesquisador de objetos e manuscritos antigos. Randall tomou um gole de champanhe, observando a moça por sobre a borda da taça. Americana refletiu. No decorrer dos seus trinta e um anos, ele se deitara com um bom número de mulheres americanas. Elas não pareciam ser norteadas pela mesma moral que ditava o comportamento das mulheres inglesas, nem mesmo as que ainda eram solteiras. Com frequência viajavam desacompanhadas e aparentemente viviam a vida da maneira que desejavam, uma atitude que ele considerava bastante benéfica, do seu ponto de vista. — Ouvi dizer que, nos últimos anos, moram em uma ilha na costa da África — informou Nick. — Você deve ter lido a respeito dele nos jornais. De fato, Randall havia lido sobre o professor Harmon e sua incansável pesquisa a respeito do colar de Cleópatra. Pensando melhor, lembrou-se de ...

que o artigo também mencionava a filha de Harmon, que trabalhava com o pai. O olhar perscrutador de Randall voltou a fixar-se nela: pequena e graciosa, com seios fartos e firmes que se revelavam no decote. Uma moça adorável, pensou, sentindo um inesperado desejo. Reprimiu um sorriso. E como era americana, ele pensou nas possibilidades que poderiam surgir. Talvez estivesse certo a respeito da envolvente risada. Não se lembrava de quando uma voz feminina o tinha afetado tão profundamente. Caitlin Eleanor Harmon tomou um gole de ponche da taça que tinha entre as mãos, mas na realidade não sentia seu gosto. Passara a noite inteira sorrindo e respondendo às mesmas perguntas várias vezes, repetindo informações a respeito da expedição de seu pai, em um esforço de ajudá-lo a levantar os fundos de que necessitava, razão pela qual haviam viajado para a Inglaterra. Caitlin suspirou. Felizmente, pelo menos naquele momento, tinha sido salva pela anfitriã e nova amiga Margaret Sutton, lady Trent. Desde então, os pensamentos dela haviam mudado de tesouros enterrados para tópicos mais interessantes. Tomou outro gole de ponche, observando, por sobre a borda da taça, um belo homem, alto, de ombros largos. — Há um cavalheiro ali do outro lado — ela disse a lady Trent. — Aquele alto, sob o lustre. Quem é? Loira e de olhos azuis, Margaret era cinco anos mais velha que Caitlin, embora não parecesse. Os quase nove anos que passara em um convento haviam imprimido a ela um ar de inocência que a fazia parecer mais jovem. Seu marido era o marquês de Trent, e fora o interesse dele no projeto do pai de Caitlin que havia unido as duas moças. O olhar de Margaret acompanhou o olhar de Caitlin e parou nos dois homens que conversavam no lado oposto do salão. — Acredite se quiser, o rapaz de cabelos pretos é meu irmão, Nick. Ele é o conde de Ravenworth, e depois do meu marido, a pessoa que eu mais amo no mundo. Mas você está no referindo ao outro home ...

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