Livro: Vizinha Tentadora Página 3

... celeiro. Devagar, Rod levantou-se e seguiu-o. — Sabe de uma coisa? — comentou enquanto caminhavam. — Não foi a marinha que o transformou nesse homem duro e autoritário. Você nasceu para comandar. Sempre estranhei o fato de ter adotado Mike, John e eu quando ainda era solteiro. Depois casou-se com Felícia e mudou-se para cá, e então percebi que havia nos adotado para o trabalho escravo. — Você não pode reclamar. Adotamos mais cinco crianças para ajudá-los. — Não. Você só continuou adotando crianças porque sabia que um dia iríamos embora, e assim teria sempre alguém para dar continuidade ao trabalho. Quantos foram? Vinte e dois? — Teller foi o vigésimo terceiro. — E como ele está se saindo? — Bob sempre o ajuda. Depois de uma pausa prolongada, Rod comentou: — Bob encontrou uma boa mulher. — É verdade. — Agora sei que ele não teve escolha. Quando Bob avisou que pretendia voltar para casa depois de ter sido abandonado pela esposa e demitido pelo sogro, você e Felícia já haviam decidido que ele se casaria com Jo. Todos em Temple sabiam disso. Salty afirmou com a cabeça. — E Cray voltou depois de passar quatro anos vagando pelo país, e você e Felícia o mandaram para o Texas, direto para os braços de Susanne. — Isso mesmo. Rod encarou o pai com expressão sombria e perguntou: — Também preparam uma armadilha para mim? Salty estudou a pintura descascada da casa e respondeu: — Não. — Duvido que algum dia eu me case novamente. — Então tome cuidado com viúvas carregando caçarolas. — Como sabe disso? — Esqueceu que eu já fui um marinheiro solteiro com três filhos? Uma bela família pronta representa uma tentação para qualquer mulher. Mas então conheci Felícia. — e sorriu com ar sonhador. — Elas já começaram a levar caçarolas? — Devia ver como está o freezer! — E Pat é uma delas? — Ela sempre nos levou comida. Tive de encontrar uma forma de recompensá-la, porque ...

la jamais aceitou um centavo. Mandei pintar o carro sem me identificar, providenciei carregamentos de terra para o jardim, coisas desse tipo. — Como ela é? Indiferente, Rod respondeu: — Ocupada. — Ahhh. — Acho que é bonita. Raramente a via, porque ela sempre visitava Cheryl quando eu estava na loja. Nunca demonstrou in¬teresse por mim ou por qualquer outro homem, É viúva há pouco tempo, e passou anos cuidando do marido doente. Sempre foi devotada, e acho que ajudar Cheryl foi um comportamento au¬tomático. Pat é o tipo de mulher que nasceu para cuidar dos outros. — Ela vai cercá-lo de gentilezas para que não perceba o quanto é importante cuidar da própria vida, ou então vai fazê-lo aceitar uma mulher que talvez não queira. — Eu não sou como Cheryl. — Permitiu que sua vida tomasse um rumo inadequado e não fez nada para impedir. Podia ter adotado uma criança. Não pre¬cisava esperar que Cheryl se fosse para mudar o que estava acon¬tecendo com você. — Você já disse isso antes. Começou a falar essas coisas há anos! Como eu podia ter mudado alguma coisa? — Se quisesse, teria encontrado uma maneira. Mas aceitou o caminho mais fácil, e não se envolveu em nada que não fosse o trabalho. Não fez nada para enriquecer sua vida. Rod cerrou os punhos e respirou fundo, mas não respondeu. Salty sentiu-se quase satisfeito com a reação, porque isso in¬dicava que o filho ainda tinha sangue quente nas veias. Só pre¬cisava de um pouco de estímulo e coragem. Precisava perceber que ainda podia retomar o controle sobre a própria vida. Limparam o celeiro e o arrumaram, e o trabalho fez Rod sen¬tir-se um pouco melhor. Mais animado, ele sugeriu: — Vamos pintar a casa. — Abner não pode fazer esse tipo de esforço. Ainda está se recuperando daquele acidente que sofreu há três anos. — Quanto tempo vai esperar por ele antes de fazer alguma coisa? Se não pintar a casa nesta primavera, a madeira vai começar a apodr ...

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