Livro: Verão inesquecível Página 2

... es que ambos tomavam. Despediram-se apressadamen¬te. Mal se sentou em um dos bancos ao lado da janela, Joan co¬meçou a repassar mentalmente todas as informações que o amigo lhe dera. Entretanto, a preocupação com a estabilidade finan¬ceira da ComTech logo deu lugar a um pensamento mais posi¬tivo: os preparativos para o casamento de sua irmã. Afinal, Joan cuidava da caçula desde que esta completara catorze anos, quan¬do as duas tinham ficado órfãs. Prudence estava noiva de Mog Lambert, um rapaz simpáti¬co, que parecia loucamente apaixonado pela garota. Filho úni¬co de Morgan Lambert Senior, o presidente da Morgan Exportações, onde Prudence trabalhava a pouco menos de um ano, ele era o herdeiro da empresa e acenava com perspectivas promissoras para a futura esposa. Prudence mal completara dezenove anos e, embora fosse in¬teligente, dona de uma beleza radiante e de um corpo muito bem-feito, ainda possuía alguns traços de imaturidade, próprios de sua pouca idade. Naturalmente, isso em nada diminuía o ca¬rinho que Joan lhe dedicava. Ela adorava a maneira jovial, a alegria de viver e o espírito sempre otimista da irmã mais nova, que contrastava em tudo com Toby, o mais velho dos três e her¬deiro do caráter depressivo do pai. Joan dividia um pequeno sobrado com Prudence, a poucos quarteirões da estação. Eram cerca de quinze minutos de cami¬nhada até uma ruazinha graciosa, pontilhada de jardins muito bem cuidados. Naquela região de Londres, à exceção do inver¬no, viam-se rosas, gerânios e uma infinidade de flores e plan¬tas ao longo do percurso. Ao atravessar o pequeno jardim de sua casa, Joan respirou o ar fresco, impregnado pelo perfume das flores. — Prudence? Você está aqui? — chamou enquanto abria a porta do sobrado. No instante seguinte, a irmã saía do quarto, o rosto pálido, os olhos inchados e vermelhos de chorar, embora a garota for¬çasse um sorriso. — Prudence! O que houve, minha querida? — Joan abra ...

�ou-a com força. — Bem. não é nada. Mog e eu desfizemos o noivado. Só isso. — O que aconteceu? Vocês brigaram? — Bem. não cheguei a me encontrar com Mog. Ele. ele viajou para os Estados Unidos. — a garota mal continha os soluços. — Meu Deus! O que Mog foi fazer lá? — Foi mandado pelo pai. O Sr. Lambert nos obrigou a aca¬bar o noivado. Por causa de papai e de Toby. Oh, Joan, nunca vi coisa tão horrível! Joan procurou manter-se calma enquanto consolava a irmã, que outra vez desmanchava-se em prantos. Esperou que Pru¬dence se controlasse antes de lhe perguntar de novo detalhes do que ocorrera. — Morgan Lambert me chamou ao escritório quando eu es¬tava saindo para almoçar. Disse que tinha sabido de alguns fatos e por isso não concordaria com o nosso casamento. — contou Prudence num fio de voz. — Fatos sobre nossa família? — Sim. Ele. ele disse que Mog estava indo trabalhar nos Estados Unidos. que ficaria fora por muito tempo e que eu. eu desistisse devê-lo. E sugeriu também que eu saísse da com¬panhia. — Você perdeu o emprego? — O Sr. Lambert vai me dar um ano de pagamento e ajudar-me a encontrar um outro trabalho, mas. — Prudence, por que você não me ligou? Eu teria vindo pa¬ra casa! — Eu não queria que me visse assim. — Mog sabia a respeito de Toby e papai, não sabia? — Sim, mas preferiu não contar ao pai. Eu lhe pedia que contasse, e ele sempre adiava. Joan é horrível! Descobri que o velho mandou um detetive investigar nossa vida parti¬cular! — Quem? O Sr. Lambert? Não acredito! — Veja. — Prudence pegou um envelope que deixara so¬bre a mesa e entregou-o à irmã. Joan sentiu o sangue gelar nas veias ao abri-lo e descobrir uma série de fotos encimando um relatório datilografado. A primeira era um velho retrato de seu pai; na seguinte, aparecia Toby, a expressão soturna, os om¬bros caídos, atravessando a porta de Earl\'s Court, onde estive¬ra detido. Na outra, via-se Joan sa ...

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