Livro: Verão inesquecível
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... Judgement Madeleine Ker Uma atração quase insuportável, um medo imenso de amar. Joan queria viver um grande amor. Um amor pleno, amigo, de uma ternura infinita. Quando menos esperava ela o encontrou: o homem dos seus sonhos, de suas fantasias de adolescente. A emoção a dominou. Sentia o corpo trêmulo, o coração descompassado dentro do peito. Joan, porém, não sabia o que o destino lhe reservava: aquele era Alan Raven, o mesmo que não tivera escrúpulo em difamar-lhe a irmã, o homem a quem odiava com toda a força do seu ser! Digitalização: Valéria O. Revisão: Andresa Bastos CAPÍTULO I Como quase todos os dias, ao final do expediente, Joan e Mike atravessavam juntos o Cromwell Centre para pegar o metro na estação Vitória. — O pessoal da Blair-Winship terminou o relatório, Joan. Está na mesa da direção desde a hora do almoço. — Será que já o leram? — Joan perguntou com expressão sombria. — Já, sim. — Então? — Pânico à vista! Marcaram uma reunião extraordinária para a próxima terça-feira. Amanhã cedo receberemos nossos rela¬tórios. Imagine a confusão que vai ser! Sabe quais são as re¬gras que regem a ComTech? Quando estiver com um problema ou em dúvida, bata o pé, chore e grite! — brincou o rapaz en¬quanto os dois desciam a escada. — Você está bem informado — comentou Joan. — Esse é o meu dever, chefe! Joan apreciava a companhia de Mike, que, como ela, traba¬lhava na ComTech desde a fundação da empresa, havia quatro anos. Naquela época, ninguém imaginaria que a Communication Technology fosse passar pela crise que enfrentava no mo¬mento. Joan chefiava o departamento de vendas havia um ano, e Mike era seu subalterno. — Você acha que o relatório é negativo? — ela perguntou, curiosa. — Pelo que me consta, a Blair-Winship afirma que o LP-550 está se transformando num desastre financeiro. — Oh, céus. — Veja como são as coisas. Esses analistas ganharam ...

uma fortuna para dizerem o que qualquer um de nós poderia ter dito! O importante agora é saber o que Mark vai fazer. Realmente, os primeiros sinais de queda vertiginosa das ven¬das do LP-550 tinham sido detectados na divisão onde ambos trabalhavam. O LP-550, um microcomputador de última gera¬ção, fora lançado no mercado no outono anterior e, poucas se¬manas depois, duas empresas concorrentes haviam lançado produtos idênticos, com preço bem mais barato, deixando a ComTech à beira do desastre. — Prudence virá encontrá-la aqui? — Mike perguntou de¬pois de alguns instantes, quando chegaram à plataforma. — Não — disse Joan. — Ela hoje voltou cedo para casa não sei por quê. — Que pena! Será que o futuro sogro a dispensou do trabalho? — Acho que sim. — Ela deve estar muito nervosa! — Não muito. Acho até que está encarando o casamento com bastante naturalidade. Deve ser a idade. Aos dezenove anos, ninguém se preocupa com nada! Mas sem dúvida Prudence es¬tá muito feliz. — Deve estar mesmo! Já pensou, casar-se com o herdei¬ro do próprio chefe? Quando Mog Lambert assumir a em¬presa, estará podre de rico! — Mike passou a mão pelos cabe¬los e ajustou os óculos antes de voltar ao assunto anterior. — Vou lhe dizer uma coisa, Joan. Depois do que aconteceu com o LP-550, decidi abandonar o ramo de computação. Esse setor muda rápido demais. Tenho 32 anos e estou ficando velho. — Ah, não diga bobagem! — Para você, tudo bem, é seu primeiro emprego. Mas já vi duas outras empresas de computação irem à falência. — Você acha que a ComTech corre esse risco? — Joan fi¬cou apreensiva. — Eu não me surpreenderia. Mark é um engenheiro brilhante, mas não tem tino comercial. E é muito impulsivo, se arrisca sem necessidade. Se não tomar cuidado, a ComTech vai acabar engolida por alguma concorrente e nós dois estaremos no olho da rua! Naquele instante, chegaram à estação os dois trens dife¬rent ...

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