Livro: Possuída pelo desejo
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... Ilona, como todas as funcionárias da firma onde trabalhava, estava apaixonada por Drake Warrick. Embora não alimentasse a menor pretensão de conquistá-lo, o amor por ele dominava seus pensamentos, suas atitudes, sua vida. Uma vida que não era fácil, sobretudo depois que Drake a despediu, por incompe¬tência. O conceito que ele fazia de Ilona era prejudicado por uma série de mal-entendidos. De nada adian¬tava Ilona tentar explicar coisa al¬guma, porque Drake não acreditava nela. Que podia Ilona fazer para provar a Drake seu amor? Como convencê-lo de que ela não era, co¬mo ele pensava, uma leviana e opor¬tunista? Copyright: LILIAN PEAKE Titulo original: "DAY OF POSSESSION" Publicado originalmente em 1978 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra. Tradução: SILVIA MACEDO Copyright para a língua portuguesa em 1979 ABRIL S.A. CULTURAL E INDUSTRIAL — SÃO PAULO Digitalização: Simoninha Revisão: Renata Almeida CAPITULO 1 Mary olhou para Ilona e disse: — A secretária dele faltou outra vez. E como sempre, mandou que lhe enviassem flores. — Ele deve estar realmente apaixonado por ela — observou Ilona, suspirando. — Todas as vezes que ela falta, ele manda-lhe flores, chocolates ou perfume. — O que eu não daria — Mary suspirou — para ter um homem como ele apaixonado por mim! — Você o acha mesmo tão maravilhoso assim? — Ilona falou e encolheu os ombros. Mas sua pergunta escondia uma mentira. Sabia exatamente o que sentia em relação a Drake Warrick, mas hão tinha intenção de contar a ninguém, principalmente a suas colegas de tra-balho. Havia algo naquele homem que a fazia sentir um nó no estômago, cada vez que o via. Sempre que ele entrasse na sala das datilografas, como fazia algumas vezes — o que era surpreendente para o cabeça de uma importadora de madeira tão grande como a Warricks —, ela manteria, com firmeza, os olhos fixos na máquina de escrever. Negava-se a fitá-lo carinhosamente com ...

as outras garotas, em parte porque não lhe agradava esse tipo de atitude, mas principal¬mente porque sabia que, caso seus olhos se encontrassem alguma vez, ele descobriria, com seu vasto conhecimento sobre as mulheres, exa¬tamente o que ela sentia por ele. Tinha escolhido aquela manhã para fazer a ronda. A porta do enorme escritório foi aberta e o dono da firma entrou. Por um mo¬mento o ruído das máquinas de escrever cessou, alguns suspiros foram engolidos e, em seguida, as batidas nas máquinas de escrever reco¬meçaram com mais energia do que antes. Ilona foi a única garota que permaneceu aparentemente natural com a presença do patrão. Mas ninguém se importou em olhar para a jovem calma, de cabelos castanhos, que se sentava no canto da sala. As garotas parecia eficientes como sempre, mas, para os ouvidos experientes de Ilona, o aumento da velocidade das batidas nas má¬quinas de escrever revelava a excitação provocada pela presença do patrão. Era bem alto. Tinha cabelos castanhos escuros e olhos muito azuis. Além disso, a conduta arrogante e os ombros assustadoramente largos, salientados ainda mais pelo corte elegante do paletó, faziam dele um homem irresistivelmente atraente. Isso vale, pensou Ilona, com os olhos fixos no trabalho que co¬piava, para aquelas que se sentem atraídas. Não era seu caso, pois sabia dos transtornos que ele poderia causar à sua paz de espírito. Tinha visto a melhor amiga de sua irmã, Lúcia, com quem atual¬mente morava, num chalé, apaixonar-se e casar-se com um rapaz em condições semelhantes. Testemunhara a lenta destruição daquele casa¬mento e a conseqüente desilusão da garota. Assim, Ilona decidiu precaver-se dos homens que pudessem ameaçar sua estabilidade emo¬cional. O chalé era pequeno, com telhado de sapé e quase trezentos anos de idade. Na cozinha havia uma antiga fornalha. A água vinha de uma torneira fora da casa. Para tomar banho, ela e Lúcia precisavam esquentar a água em pane ...

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