Livro: Nasce uma mulher Página 2

... to maluco daquele. gigolô que sugava seu dinheiro. Parecia não perceber que ele não tinha talento e menos cabeça para negócios do que ela. O resultado é que não sobrou nada. Miranda empalideceu. — Não posso acreditar! Papai deixou uma fortuna para Marcy. — Que foi jogada pela janela. Até fortunas acabam. Apesar de eu ter avisado mil vezes, Marcy sempre pensou que o dinheiro de Seymour era inesgotável. Na verdade, usou grande parte de sua enorme energia gastando-o. Ela e aquele. sujeitinho com quem se casou. — Respirou fundo. — Um atorzinho de segunda de filmes vagabundos. — Mas bem bonitão. Marcy sempre deu mais importância à aparência de um homem do que a qualquer outra coisa. — Um gigolô safado! Ele até batia nela! — Marcy adorava brigas de amor — lembrou Miranda, sempre pronta a defender a mãe. Cruzou as mãos tremulas no colo e olhou para o anel de Shane, um solitário de brilhante que faiscava ao menor movimento. — O que será que ele vai fazer agora, sem Marcy? — Casar com outra mulher dez anos mais velha. Preveni Marcy para não se casar com ele, mas, como sempre, não me ouviu. Estava louca pelo idiota. A família de seu pai é que suspirou de alívio, quando ela saiu da vida deles. — Sempre a acharam estranha — disse Miranda, com desprezo. — Uma vez, ouvi vovó dizer que era uma louca. Minha pobre mãe! Não sei como foi entrar para uma família daquelas. — Louca?! — George estava indignado. — Ela era gloriosa. Jay casou contra a vontade de todos os Seymour. Marcy era uma flor. Como a primavera. Na verdade, muito parecida com você. E estava loucamente apaixonada por seu pai. — Até que a morte os separou. — Miranda ainda agora não se conformava com a perda do pai. — E pensar que os dois acabaram morrendo em acidentes estúpidos. — Os dois amavam o perigo. — George foi até a janela envidraçada e olhou a cidade embaixo. — Há outra coisa que quero lhe dizer. Os Seymour tem sustentado ...

ocê nos últimos anos. — O que?! — Por um momento, Miranda ficou sentada, perplexa. Depois, aproximou-se dele, com uma expressão de quase horror. — Não me diga que foi Blake! — Quem mais? — George deu de ombros. — Marcy pediu que apelasse para ele e foi o que fiz. Foi logo depois que ela financiou aquele filme idiota do marido. — Esta me dizendo que Blake tem pago minhas contas? Meus vestidos? — De repente, o elegante vestido de seda começou a incomodá-la como se pesasse toneladas. — Infelizmente, sim. — Ah, meu Deus! Preferia que fosse qualquer um, menos Blake! — Mas, minha querida, ele é o atual administrador. — George voltou para a escrivaninha. — Não se sinta tão mal. Ele pode fazer essas despesas. Os Seymour, como sabe, são riquíssimos. Estrela da Manhã é a maior e mais próspera propriedade particular do pais. Sem falar em todos os outros negócios que possuem. Blake também partiu para a exploração mineral. O homem tem minas de ouro! É um gênio financeiro. — Ah, sim, um gênio! — Miranda concordou, amarga, lembrando-se da ultima vez que o tinha visto. Era um ditador da pior espécie. E pensar que estava pagando seus penteados e vestidos, seus estudos na universidade e seu Porsche. — Oh, como eu o odeio! — Não diga isso, meu bem. Se ele alguma vez interferiu na sua vida, foi sempre pelo seu bem. Foi Blake que ficou do seu lado, quando você quis continuar na Austrália. Nunca achou sua mãe uma boa influencia. O que é compreensível, afinal. Não quero nem pensar no que poderia acontecer, quando aquele gigolô percebesse que você tinha crescido. — O que me interessa é o que vai acontecer comigo agora. — Acho que Blake vai continuar cuidando de você. — Mas não quero nada dele! Nem sequer gosta de mim. — Bobagem! — George usou o tom de alguém que tinha uma informação secreta. — Ele pode não aprovar certas coisas que você fez, ou seu ultimo noivo, mas garanto que se preocupa de ...

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