Livro: Beijo de Fogo - Emma Darcy Página 2

... lito ficou muito aliviado ao chegar à cena e descobrir que sua patroa estava tentando cair nas boas graças de um homem, e o motivo de falar tão alto era para monopolizar sua atenção. Porém não se tratava de um homem qualquer. Reconhecendo-o, seu coração vol¬tou a bater depressa por uma série de motivos. Esse era o homem que diziam ter salvado os mais ricos da Austrália das garras da atual crise financeira mundial. Ethan Cartwright, o mago das finanças, que previra a queda e diversificara todo o dinheiro grosso para empreendimentos que sempre dariam lucro, mesmo em uma recessão. Daisy ficou imóvel atrás de Lynda e o olhou, uma sé¬rie de emoções percorrendo sua cabeça. raiva, ressenti¬mento, uma grande hostilidade diante da terrível injusti¬ça que fazia os ricos ficarem sempre cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, especialmente seus pais, presos em uma dívida que já não podiam saldar. Esse homem, acima de todos, representava essa situação miserável. Daisy lera sobre ele, vira suas fotografias, mas o que piorava seu estado de ânimo era o fato de Cartwright ser muito mais bonito pessoalmente. Possuía cabelos ondu¬lados e negros, olhos verdes brilhantes, feições fortes e viris sem defeitos, e um físico alto e proporcionado que exibia um terno de caimento impecável e muito elegan¬te. Que injustiça cruel! O homem tinha tudo. Daisy se ressentiu ainda mais pelo fato de se sentir sexualmente atraída por ele. E sem dúvida qualquer mulher se sentia assim diante de sua presença dominadora. Foi muito desconcertante quando de súbito ele des¬viou sua atenção de Lynda Twiggley e fitou Daisy em cheio. Teria sentido seu olhar hostil? As sobrancelhas que pareciam as de Brad Pitt se arquearam demonstran¬do uma curiosa perplexidade, e os olhos verdes parece¬ram questioná-la. Vexada por não ter prendido a atenção de Ethan como desejava, Lynda se virou de repente a fim de lidar com uma rival indesejável. Ao reconhec ...

r que não precisava usar de polidez com uma simples empregada, seus olhos de aço fitaram Daisy com desagrado. — O que deseja, Dee-Dee? — perguntou com frieza. — Nada, srta. Twiggley — respondeu Daisy com toda\' a elegância que conseguiu, diante do olhar dele. — Pen¬sei que precisasse de alguma coisa. Lynda fez um gesto de impaciência. — Não neste momento. E pare de me seguir. Deve ter coisas mais importantes para fazer. — Sim, é claro. Desculpe ter interrompido. Por favor, me dê licença. Daisy fez menção de se retirar quando Ethan Cartwright interveio. — Espere! — ordenou, adiantando-se e estendendo um braço. Sorriu, mostrando uma fileira de dentes perfei¬tos, e fazendo Daisy pensar com fúria que não o deixaria tirar nenhum pedaço dela. — Não fomos apresentados. E iria me lembrar de você, Dee-Dee. Um nome fora do comum. Por favor, nos apresente, Lynda. — Dee-Dee são suas iniciais — explicou Lynda dan¬do uma risada que fez Daisy antipatizar ainda mais com sua patroa e seus modos condescendentes. Se não precisasse do emprego, e o pacote de bene¬fícios que o companhava, teria pedido demissão no primeiro dia quando Lynda declarara que não podia ter uma assistente chamada Daisy porque associava o nome a uma vaca leiteira. Dee-Dee soava muito mais sofisticado. — Esta é minha assistente pessoal, Ethan — pros¬seguiu em tom desinteressado. — Ninguém que deseje conhecer. O comentário esnobe pareceu não agradá-lo. — Ao contrário, se farei negócios com você sua assis¬tente poderá ser um contato importante — retrucou com um brilho no olhar. — Oh, então muito bem — concedeu Lynda, perce¬bendo que ele iria teimar, e ela precisava ser gentil. — Ethan Cartwright, Daisy Donohue. — Muito prazer, sr. Cartwright — murmurou Daisy, desejando apenas fugir e se esconder no meio da multidão. Ele a fitou com curiosidade, oferecendo sua mão em um cumprimento como se desejasse retê-la de propós ...

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