Livro: Tormenta da paixão - Nicola Marsh Página 2

... ou dar uma volta, para ver se encontro um que seja menos desajeitado. Kit seguiu para o bar — onde havia uma tentadora concentração de garçons musculosos — e Starr voltou a olhar para o cara de terno. Antes estivera muito ocupada observando os corpos dos garçons para notá-lo, mas agora. Não era louca por homens de terno, mas aquele parecia ter algo especial. A forma como caminhava, alto, orgulhoso, indomável, mesmo com o terno empapado. Sua classe saltava aos olhos, e seu olhar parecia analisar a multidão. até encontrá-la. Ao notar que a observava, baixou os olhos, surpresa com o calor que tomou conta de seu corpo após aquele encontro de olhares. A coisa mais sensata a fazer seria sair dali rapidamente. Mas, considerando a confusão armada em sua vida, ela não fazia a coisa certa há muito tempo. Curiosa para ver se a sua reação inexplicável ao estranho fora resultado de uma overdose de testosterona por estar há muito tempo naquele lugar, lentamente voltou a olhar para ele. O segundo impacto foi tão forte quanto o primeiro. Ele arqueou as sobrancelhas, seus olhos negros pareciam repletos de perguntas que ela não tinha qualquer esperança de poder responder, o sorriso em sua boca indicava que o caminho estava aberto. Mas ela não estava interessada. Os lábios do homem caíram em um sorriso decadente, refletindo o que sentia. Droga, ela era uma perdedora. Aceitara ir àquele lugar para esquecer-se de tudo. Já fizera aquele papel ridículo no início da semana, saindo pelas ruas com sininhos dependurados pelo corpo, buzinas e um cartaz dizendo \"Estrela decadente\". Tudo por culpa de uma escolha boba. Já caíra nas graças do homem errado. Não voltaria a fazer o mesmo. Mas por que estava ali, parada, olhando uma e outra vez para um homem que não lhe interessava nem um pouco? Tomando o resto da sua bebida, seguiu em direção ao terraço aberto à cidade de Sidney. Talvez um pouco de ar fresco lhe dessa alguma perspectiva. Sim, c ...

aro, e talvez um milagre caísse do céu. Deixando a sala lotada para trás, uma sala repleta de perfumes caros e testosterona, chegou ao terraço, feliz por estar sozinha, impressionada com a vista. Não havia dúvidas: a mãe de Kit realmente sabia montar festas. Sidney ganha vida à noite, renova seu brilho ao som de salsa e samba do entardecer ao anoitecer, característica que ela adorava. Observou uma barca que deixava o porto para mais uma viagem pela baía, as luzes da cidade brilhando lá embaixo. Pensou em sua partida. Sidney era seu passado, Melbourne seria o seu futuro. — Está fugindo? A voz grave a fez tremer, ainda que a noite de verão no terraço fosse quente. Era ele, ali na sua frente. Muito mais perto, muito mais atraente, muito mais tudo. Estava escuro por ali, não podia ver a cor dos seus olhos nem ler a expressão impressa neles. Mas não havia dúvida, sua voz era tranquila. Ele a seguira, tentava se aproximar, e mesmo que o seu primeiro instinto tenha sido o de dispensá-lo, ela aguentou firme. Ainda que sua vida anterior estivesse a ponto de ser jogada no lixo, não era o momento de testar seu novo programa de imunização contra homens. — Eu precisava de um pouco de ar fresco, só isso. E você, qual a sua desculpa? — Tem muita gente ali dentro. — disse, apontando para a sala lotada — e a única pessoa interessante está aqui fora. — Sei. — O quê? — Que desculpa esfarrapada. — Quer me ajudar a melhorar minha técnica? — Não. Não estou com humor para conversa fiada. Ele sorriu. — Que tal uma conversa construtiva? — Não estou interessada, senhor. Tocou no peito daquele homem, e só notou seu erro ao encontrar uma massa de músculos tentadora. Afastou o dedo tout de suite, e a descarga elétrica que sentiu ao tocar aquele corpo transformou-se em um mero formigamento. — Ponto! Ele não moveu um músculo, embora ela provavelmente tenha pensado que um homem como ele, forte, grande, decidido, ...

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