Livro: A praia dos mil amores
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... “The Beach of Sweet Returns” Margery Hilton A pequena praia da laguna, com suas águas transparentes e a casa encantada, coberta de conchas brancas, tinha sido o cenário dos contos de fada de Kate na infância. Agora, ela estava de volta à Malásia, mas não sonhava mais com príncipes e sereias. Era uma linda modelo de sucesso e uma mulher fria, depois de um amor fracassado. Usava a pose e a disciplina de sua profissão para erguer à sua volta uma barreira que nenhum homem poderia transpor. Mas não esperava por Brad Sheridan. Brad, que invadiu seu paraíso secreto e incendiou seu coração com uma paixão mais ardente do que aquela areia escaldante. Brad, poderoso no desejo e no ódio. O homem que poderia destruir os pais de Kate! Este Livro faz parte do Livrosflorzinha,sem fins lucrativos e de fãs para fãs. A comercialização deste produto é estritamente proibida. CAPITULO 1 A tempestade começou a amainar. As golas brilhantes e pesadas de chuva pararam de castigar o jardim ensopado e a cascata de água turiosa, que varria o toldo da varanda, transformou-se em um teimo¬so pinga-pinga. A moça parada junto da porta do bangalô observou o céu escuro. Seu rosto oval e calmo não traiu nenhum medo, quando a luz dimi¬nuiu com o último ataque da tempestade que morria, rugindo em trovões. As lâmpadas voltaram ao normal e o silêncio foi absorvido gradualmente pelos milhares de ruídos da noite tropical: o barulho de grilos, o girar dos ventiladores do teto, o coaxar dos sapos. As noites eram apenas um pouco menos barulhentas do que os dias. Kate suspirou, espantando com um leve abanar das mãos as asas de um inseto grande que pousou em seu braço. Não mudou de ex¬pressão, quando Brad Sheridan na sala fez barulho com o copo, colocando-o na mesa. — Nada assusta você, Kate? — Quer saber se tenho medo de chuva? Não. Ele se aproximou e segurou-a pelos ombros, brincando com as alças finas do vestido. — Nã ...

estava falando só da tempestade. — É, imaginei, mesmo. — Tem uma estranha imunidade, Kate. Qual é o segredo? Ela continuou com os braços caídos ao longo do corpo, relaxados, insensível aos carinhos dele. — Não há nenhum segredo. A gente se torna assim através do so-frimento ou então finge. — Não é o seu caso. Sua frieza é bem verdadeira. Estou curioso, Kate. Ela franziu a testa, mas continuou quieta, esperando ouvir o pai chegar. — Você já está aqui há duas semanas, exatamente três dias menos do que eu, o que deveria nos deixar, pelo menos, empatados. Em pouco tempo eu já conhecia todo mundo no clube, você nem se in¬teressou. Se bem que não está perdendo nada: a comunidade européia de Mahore é exatamente igual a todas as outras espalhadas pelo res¬to do mundo. — Deve estar nos achando muito chatos. Mas fica mais fácil para você completar seu dossiê. — O que sabe sobre isso? — Seu tom ainda era descontraído, mas havia uma dureza sutil por trás das palavras. Ela sacudiu os ombros. — Nada. — Está muito dramática. Como se eu fosse um agente da CIA ou coisa parecida. — Não está trabalhando dentro de um princípio semelhante? — Não. E não fuja do assunto. Kate virou-se, bruscamente. — Pensei que o interrogatório tinha acabado e você. . . — Não, ainda não. Ainda tenho muito que descobrir. Brad fez com que ela se virasse para ele. Kate apertou os lábios. Que amolação! Será que ele não percebia que não estava interessada? Olhou para seu rosto moreno e bonito e perguntou: — Isso é parte da estratégia? — Não, de jeito nenhum. Não estou em serviço. E quando uma mulher fica sozinha, num dia de tempestade, interpreto como um convite. — Uma péssima interpretação. — E seus convites são muito poucos, Kate. Beijou-a; um beijo calculado de homem acostumado a conquistar as mulheres que queria. Kate teve que se esforçar contra uma certa fraqueza traidora que se insinuou ...

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