Livro: Bem me quer Página 3

... eu um nó. Assim como o resto do mundo, Marco não tinha a menor idéia de quem a moça realmente era. Os pais agora estavam mortos. E muita coisa acontecera nos últimos anos no pequeno principado de Ilíria entre o coração da Europa e o ensolarado Mediterrâneo. Porém, felizmente, com a debandada do aterrorizante quadro de oficiais da polícia secreta de lá, Danielle e a irmã Lexie ficaram a salvo. De qualquer forma, o príncipe nascido e criado na França, o país da mãe dele, não se importaria com isso. Danielle o olhou e um medo tomou conta dela. Marco Considine se importaria, sim. Aquele homem parecia acreditar em vingança. A modelo se lembrou das antigas lendas da Ilíria, de como lavar a honra. Não seja idiota, disse a si mesma, furiosa pela imaginação tão fértil. Tentou desviar a atenção, mas não teve como escapar do charme irresistível do príncipe. A altura tinha muito a ver com aquilo. Nunca daria tão bem no mundo da moda se não fosse tão alta. E Marco era uns dez centímetros mais alto. Além disso, era dono de um corpo poderoso. O homem dominava o salão. E o rosto largo anunciava uma autoridade insuperável. Era bem mesmo um Considine. Sendo o irmão mais novo do grão-duque da Ilíria — que vinha em segundo lugar, após o príncipe regente — Marco foi criado com o mesmo orgulho da história da ilustre família. Portanto, era alguém perigoso. Danielle respirou fundo. O olhar do príncipe era perturbador. Parecia que havia descoberto os segredos mais íntimos dela. Ela ficou meio atordoada, mas lutou contra isso. Marco não sabia que a moça nascera na Ilíria. Tirando a irmã dela, e o melhor amigo, Hawke, ninguém sabia. Para todo mundo, a modelo era neozelandesa. O nome, a pele clara e o cabelo brilhante faziam com que as pessoas pensassem que a moça tinha parentesco escocês. A jovem afastou a sombra escura do passado e perguntou a si mesma o porquê do príncipe estar usando traje a rigor. Aquela roupa combinava com ...

Marco, os ombros largos e as pernas longas e musculosas. Marco era magnífico, impressionante. Mas a modelo já havia trabalhado com alguns dos homens mais bonitos do mundo. Observá-lo, como se fosse uma garota de colégio, era constrangedor. Recompondo-se, tentando expressar uma serenidade da qual estava longe de sentir, a modelo forçou-se a voltar a atenção para a conversa do príncipe com Zoltan. — Espero que tudo esteja indo bem. — Marco comentou. — Muito bem. — garantiu o diretor. Danielle estava acostumada a ser valorizada apenas pela aparência, mas essa era a primeira vez que fora ignorada. Ainda bem que decidi abandonar essa vida. A modelo sempre quis se aposentar por volta dos trinta anos, trinta e três no máximo. Porém o cachê astronômico pago para essa campanha significava que a moça podia parar imediatamente. Bem, depois dos dois trabalhos que ainda faltavam. Apesar da rápida conversa, a modelo percebeu a formidável inteligência do príncipe e a obstinação — qualidades que a deixaram intrigada. O herdeiro da casa de Considine era um homem interessante e perigoso. De repente, os olhares de ambos se encontraram. A modelo encarou Marco por alguns segundos. — Não nos conhecemos. — o príncipe falou. — Me desculpe. Essa é Danielle Sinclair. — apresentou o diretor. Sorrindo, a jovem estendeu uma das mãos ao príncipe, cumprimentando-o. — Como vai, senhor? — Senhorita Sinclair. — Marco beijou-lhe a mão, formalmente. Com outra pessoa, a moça teria pensado que se tratava de um gesto despretensioso. Mas o príncipe o tornara sensual. Danielle percebeu que a respiração havia acelerado e que também precisava de champanhe para molhar a boca seca. — Meu nome é Marco Considine. — apresentou-se, fitando-a. Danielle vira desejo nele, apesar de o homem não querer demonstrar isso. O coração da modelo se agitou. Ao lado dela, Zoltan mexia-se, inquieto. Lembrara-se que o príncipe detinha todo o poder naq ...

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