Livro: Casamento sob suspeita Página 2

... m o aspecto de quem precisa de um bom drinque. Também estou tomando meu uísque. — Ele apontou para o copo que tinha na mão. — Obrigada pela gentileza. Mas acontece que não bebo a serviço. — Achei que, ante as circunstâncias, você já estaria fora de suas horas de trabalho. — Tenho ainda algumas coisas a fazer. — Posso sentar-me a seu lado? Ou irei atrapalhá-la? — Claro que pode. Sente-se, por favor. — Ela procurou pelos sapatos que estavam embaixo da mesa. — Permite-me que a ajude a calçá-los? — Ele ajoelhou-se aos pés dela antes de se sentar. — Obrigada. — Kate percebeu que corava. — Desculpe o incômodo que lhe dei. — Sem problema. — Peter examinou-a dos pés à cabeça, com olhar de apreciação. Gostou dos cabelos louros, do corpo esbelto, do costume elegante na cor coral, da blusa de seda preta. Sentou-se à mesa e tocou o copo dela com o seu. — Vamos beber em homenagem a quê? — ele perguntou— Ao amor e à felicidade? — Ante as circunstâncias, isso poderia ser algo como desejar o impossível — Kate observou secamente. — A nossa saúde— ela disse enfim, erguendo o copo. — Como vai seu irmão? — Não muito bem. Arrasado, na verdade — Peter respondeu. — Posso acreditar. Eu. eu sinto muito. — Talvez tenha sido melhor assim. Se existe alguma dúvida, um rompimento agora é preferível a um divórcio mais tarde, quando os filhos poderão ser envolvidos. — Acho que sim — Kate concordou. — Mas pareciam um par que combinava tão bem. Você sabe qual teria sido a causa? — Imagino que qualquer problema, mesmo insignificante, pode ser monstruoso aos olhos de uma noiva nervosa. — Peter olhou para a aliança no dedo de Kate. — Você, que já foi noiva, não acha que tenho razão? — Céus, isso aconteceu há tanto tempo! Não posso me lembrar. — Não pode ser há tanto tempo assim, a menos que você fosse uma menina ao se casar. — Oh, por favor, estou casada há cinco anos já. ...

— Uma existência! — Peter esboçou um sorriso divertido.— Alguma queixa? Algum arrependimento? — Nenhum. Somos muito felizes. Extremamente felizes.— Ela acrescentou, se perguntando depois por que necessitara de tanta ênfase em sua afirmação. — Filhos? — Ainda não. Ambos trabalhamos muito para construir nossas carreiras. No caso de Ryan, houve uma mudança de carreira — ela acrescentou. — Algo que você não aprovou? — Ao contrário. — Kate retesou o corpo. — O que o faz pensar assim? — O fato de ter terminado de tomar seu martini antes de mencionar isso. — Conexão errada, sinto muito. Martinis são minha fraqueza. — Quer mais um? — Tento me limitar a um, enquanto trabalho. Ou a nenhum. — Porém, não está mais trabalhando, concorda? Ademais, seu trabalho não é comigo. Como você, apenas tento encontrar algum consolo. — Nesse caso, não acha que deveria estar com seu irmão em vez de comigo? — Andrew está com meus pais. Vão levá-lo para a casa deles por alguns dias. Não sei se isso é bom ou mau, pois minha mãe é emotiva demais. E ela nunca gostou muito da futura nora. Mas tenho a impressão de que a formalidade exagerada do casamento irritou Davina. — Acha mesmo? — Acho, e não ficarei surpreso se os dois um dia se casarem apenas com duas testemunhas num Cartório de Registro Civil. Nenhum deles queria toda essa encenação. — Espero que você esteja certo. — A culpa é dos pais de ambos — Peter disse simplesmente. — Eles forçaram a encenação, com uma lista enorme de convidados. — Em geral é o que todos os pais fazem — Kate concordou. — Eu odiaria que fizessem isso comigo. — Quer dizer que não se vestiu de noiva, que não houve uma fila de carros indo à igreja, e centenas de convidados no seu casamento? — Houve essa fila de carros, mas eu não estava na igreja. Fizemos o que você acha que Andrew e Davina irão fazer. Casamos num Cartório de Registro Civil pela man ...

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