Livro: Melhor esquecer
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... An Unwilling Desire Carole Mortimer CAPITULO I — . . .E finalmente: "eu agradeço à senhora por continuar a ler e apreciar meus livros". Já conhece o resto, Holly. Termi¬ne a carta você mesma — disse James, cansado. Holly ergueu a cabeça, franzindo a testa ao ver o patrão re¬costar-se à cadeira de olhos fechados. Ele estivera distante a manhã toda, cuidando da correspondência com desinteresse. — James? — chamou Holly, com doçura. — Sim? Onde eu estava mesmo? — Agradecendo os elogios da sra. Smythe, de Kent, ao seu último livro. — Oh, sim. . . Vamos parar agora? Estou com dor de cabeça. — Claro! Holly fechou o bloco de anotações e andou com graça até a porta. Estava empregada há três meses, e adorava seu trabalho. James era gentil e atencioso, e também parecia apreciar a com¬panhia de sua jovem secretária, de cabelos loiros e expressivos olhos azuis, sempre prontos a se iluminar. Agora ele sorria para ela, com ar indulgente. — Quantas cartas! Não sabia que tinha tantos fãs. . . — Ainda há mais para responder! — informou ela. Mas seu patrão já não a ouvia. Tinha-se recostado à cadeira e fechado os olhos de novo, a testa franzida, como se estivesse atormentado. Holly controlou o impulso de voltar e lhe afagar os cabelos, consolando-o com palavras de carinho que o tornassem despreocupado e atencioso como sempre. Gostava de James. Tinha simpatizado com ele desde a entrevista que lhe concedera o emprego de secretária. Afinal, só podia admirar o bom humor daquele homem e a maneira como encarava a vida, depois do acidente que, há dois anos, o prendia a uma cadeira de rodas. James era corpulento e musculoso, coisa nada comum a um inválido, mas tinha o rosto marcado pela tristeza de não poder andar. Estava com trinta e seis anos, era loiro, o tom esver¬deado de seus olhos combinava com a tonalidade do mar que se avistava daquela magnífica casa em Hampshire. Holly hesitou à porta, querendo ajudá- ...

o. — Tem certeza de que é apenas uma dor de cabeça, James? — Não. — Ele suspirou pesado, abrindo os olhos e inclinan¬do-se para a frente. — Maxine chega esta tarde. "Mais alguns dias de brigas e discussões. . .", pensou Holly, esforçando-se para manter o rosto impassível. Maxine Benedict era uma mulher fútil, despótica e caprichosa. Tinha o porte esbelto e elegante, qualidade que adquirira como manequim, antes de se casar com James. Morava em Londres e só vinha a Hampshire de vez em quando, ficando no máximo uma semana, fato que deixava seu marido mal-humorado e me¬lancólico. — Isso é ótimo, James. — É mesmo? — Claro que é. — Esses dias têm sido tão calmos. Eu me senti tão bem aqui com você nas últimas semanas, Holly. Quase que em paz. Holly sorriu, pois também tinha apreciado a companhia de James naqueles dias. Haviam trabalhado em harmonia, e ela também não gostava da idéia de ter Maxine Benedict por perto. Aquela mulher sofisticada e bela a deixava pouco à vontade. — Sabe, Holly, às vezes desejo que. . . Oh, não é nada, es¬queça. Por favor, datilografe essas cartas para mim e volte assim que terminar. É bom adiantarmos o expediente, já que tudo pára quando Maxine chega. Aquilo era verdade. Toda vez que Maxine estava cm casa, o ritmo de trabalho dos dois diminuía bastante.Ela era uma pes¬soa impulsiva e prepotente, e quando decidiu ir a algum lugar, exigia que James a acompanhasse. Na privacidade de sua saleta, bem distante do escritório do patrão para que o barulho da máquina de escrever não o per¬turbasse, Holly soltou um suspiro de descontentamento. Detestava a idéia de ver sua rotina de trabalho interrompida. Mas nos próximos dias teria de se conformar com isso a todo instante! James Benedict era um autor famoso de livros de suspense, tendo como enredo as corridas de automóveis, já que fora cor¬redor profissional antes do acidente, há dois anos atrás. Começara a escrever no hosp ...

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