Livro: Uma Véspera de Reis
Warning: Undefined array key "p" in /home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line 148
Autor - Fonte: Artur Azevedo
Warning: Undefined array key "p" in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
168
...
Artur Azevedo
Comédia em um ato
Música de Francisco Libânio Colás
Representada pela primeira vez no Teatro de São João
da Bahia, em 15 de julho de 1875
Personagens
REIS, pai de família
BERMUDES, fazendeiro de Camamu
ALBERTO, estudante de medicina
JOSÉ, moleque
FRANCISCA, mulher de Reis
EMÍLIA, sua filha
UMA VIZINHA
Dois pretos minas, rancho dos Reis, povo, etc
A cena passa-se na capital da Bahia, em uma casa do Largo da Lapinha. Atualidade
ATO ÚNICO
Em casa de Reis. Sala de visitas. Mobília velha: mesa, cadeiras, piano de mesa. Castiçais com grandes mangas de vidro. Registros do Senhor do Bonfim. Palha benta em um dos cantos da sala. Ao fundo, porta que deita para o corredor; à direita, duas janelas; à esquerda porta comunicando com o interior da habitação. É dia.
Cena I
José e Alberto
(José está à janela, conversando com Alberto, que se acha da parte de fora.)
JOSÉ - Então, Vossa Senhoria me acha um cara de pau-de-cabeleira; não é assim, seu Doutor?
ALBERTO - Fecho-te já a boca.(Dando-lhe dinheiro.) Toma lá dois mil réis.
JOSÉ (Examinando.) – Aqui só estão dez tostões. (Guarda o dinheiro.)
ALBERTO – Logo dar-te-ei os outros dez. Anda! vê um momento em que ela esteja sozinha.
JOSÉ – Não se incomode! Venha de lá um charutinho para o moleque.
ALBERTO – Eu fico à espera do assobio ali, (Aponta.) encostado ao chafariz.
JOSÉ – Faça favor de seu fogo. (Acende seu charuto no de Alberto.) Pode ir descansado que a cabra é onça.
ALBERTO – Vê lá o que fazes, hein? Até logo. (Desaparece.)
Cena II
José
JOSÉ (Desce à cena e canta, findando o trêmulo que a orquestra tem conservado desde a introdução.)
Coplas
I
Sou vivo como um azougue,
para dinheiro arranjar;
hoje não pude, no açougue,
o carniceiro enganar.
Apesar de ser moleque,
sou vivo como um senhor
doutor;
pra num bolso dar um cheque.
Como eu ninguém há
por cá.
Olá!
Como eu ninguém há!
Olé!
Como eu ninguém é!
...
Oli!
Como eu ninguém vi!
Olô!
Ninguém como eu sou!
Olu!
Ninguém é como tu!
II
Que me importa que se diga
qu’estes meus medos são maus;
que sou doido de uma figa
e ando feito um dois-de-paus?
Se me vêm nas algibeiras
moedas a tinir,
cair!
Dou-me bem co’estas maneiras,
pois é isso que dá (Esfrega os dedos.)
pra cá! (Aponta para as algibeiras.)
Olá! etc.
Cena III
José e Emília
EMÍLIA (Vendo José a fumar.) - Muito bonito! Parece um dono de casa!
JOSÉ (Apaga o charuto com saliva e guarda-o atrás da orelha.) - A benção, iaiazinha?
EMÍLIA – Adeus. (Senta-se.) Já viste passar o Alberto, José?
JOSÉ - Já sim, iaiazinha.
EMÍLIA – Ora! Por que não me chamaste?
JOSÉ – Coisa melhor, iaiazinha! Não se amofine! (Mostra-lhe a carta e cantarola.) Trá lá rá lá lá.
EMÍLIA (Ergue-se vivamente.)- Deixa ver! deixa ver!
JOSÉ (Arremeda-a.) - Deixa ver! deixa ver! (Esquiva-se ao alcance das mãos da moça, negando-lhe a carta; afinal trepa sobre uma cadeira e entrega a carta, depois de levá-la à maior altura em que possam tocá-la as mãos de Emília.)
EMÍLIA - Deixa-te de confianças, moleque! (Toma a carta.)
JOSÉ - Eu é que devo levar a resposta, iaiazinha!
EMÍLIA (Abre e lê a carta.)- “Milu. Peço-te que me deixes entrar hoje para a sala. O José ficará à porta e nos avisará quando avistar teu pai. À janela sempre podemos dar que falar a vizinhança. Teu — Alberto”. (Guarda a carta.) Ora! seu Alberto não se enxerga!
JOSÉ - O que diz, iaiazinha?
EMÍLIA - Digo o que deve dizer uma menina de juízo: não consinto que ele transponha aquela porta sem o consentimento de papai e mamãe. Quando for meu noivo, sim.
JOSÉ - Se a iaiazinha soubesse o empenho que seu doutor mostra! Olhe, não diga nada a ele. mas. ele pediu-me que dissesse a iaiazinha que me entregou a carta com lágrimas nos olhos.(Pausa.) Mas uma vez que a iaiazinha não quer.(Vai a sair pelo fundo.)
EMÍLIA - José?
JOSÉ (Voltand ...
Warning: Undefined global variable $_POST in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
252
Comentários:
Warning: Undefined global variable $_POST in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
258
Warning: Trying to access array offset on value of type null in
/home4/mult6346/multiajudaromances.com.br/livro.php on line
258
Deixe aqui seu comentário sobre este livro: