Livro: Casamento de conveniência - Adriana Tavares de Sá

... Adriana Tavares de Sá – Clube do Romance de Amor Amada e protegida pelos pais, Isabel trabalhava por puro diletantismo, sentindo a necessidade de ganhar o seu próprio dinheiro. Sabia, no entanto, que assim que se casasse com João pararia de trabalhar. Dentro de dez anos, moraria numa casa no Morumbi e cuidaria de seus dois ou três filhos. Digitalizadora: SILVIA Revisora: REGINA CELI Adriana Tavares de Sá Casamento de Conveniência Editora Tecnoprint Ltda., Direitos autorais cedidos à Editora Tecnoprint Ltda. Proibida a reprodução total ou parcial sob qualquer forma, meio ou Idioma, no Brasil ou Exterior, sem prévia autorização da titular. Todos os personagens deste livro são fictícios. Qualquer semelhança com pessoas ou acontecimentos da vida real é mera coincidência. As nossas edições reproduzem integralmente os textos originais. EDITORA TECNOPRINT LTDA. Casamento de Conveniência O movimento da hora do almoço era intenso. Procurei Isabel com os olhos e localizei-a numa mesa de canto. — Desculpe o atraso. Fiquei presa até agora numa reunião com Dr. Guilherme. Isabel sorriu. Toda vez que combinávamos almoçar juntas no centro, eu me atrasava. — São as desvantagens de ter uma amiga executiva. O que vai comer? Estudei o cardápio sem conseguir me decidir. Minha cabeça ainda girava sob o impacto da notícia que acabava de receber. O garçom se aproximou. — Rosbife com salada russa para mim — disse Isabel. — Quero a mesma coisa — ajuntei. Assim que o garçom se afastou, apertei a mão de Isabel sobre a mesa. — Tenho uma coisa fantástica para lhe contar! — exclamei. — O Dr. Guilherme vai fechar o contrato com os japoneses e me convidou para acompanhá-lo a Tóquio! — Mas que ótima notícia! — disse Isabel, sorrindo do meu entusiasmo. — Quer dizer que finalmente aquelas intermináveis aulas de japonês vão servir par ...

alguma coisa. Isabel, como a maioria das pessoas que me conhecia, não entendia por que eu dedicava três noites por semana ao estudo de japonês. Logo que notara o interesse do Dr. Guilherme pela obtenção de assistência técnica japonesa, tinha começado a estudar a língua por minha conta. — O esforço valeu a pena — retruquei. — Dr. Guilherme me convidou para acompanhá-lo principalmente para servir de intérprete. — Mas tenho certeza que esses japoneses falam inglês — interpôs Isabel. — Mas vão ficar muito impressionados se chegar lá uma brasileira falando a língua deles — comentei. — Parabéns, Lígia — disse Isabel. — Você merece essa viagem. Está começando a colher os frutos dos anos de dedicação à companhia. Isabel era minha amiga há muitos anos e tinha acompanhado a minha carreira. De simples técnica de computadores, eu tinha conseguido, num espaço de quatro anos, chegar à posição invejável de assistente do diretor-presidente da empresa, Dr. Guilherme Machado. Atribuía meu sucesso ao esforço constante em me aprimorar em todas as áreas. Quando tive acesso a Diretoria, percebi que a empresa tencionava se expandir além das fronteiras brasileiras e comecei a me preparar para a minha futura carreira. Além de um sólido conhecimento técnico, comecei a estudar línguas. Dominava o inglês, mas assim mesmo continuei a fazer um curso de conversação para não perder a prática. Há dois anos, tinha começado a estudar japonês. Tinha jogado certo. A correspondência com a firma japonesa Mitsuba tinha culminado num convite para que Dr. Guilherme visitasse o Japão. O propósito era obter um contrato de assistência técnica que permitisse o aprimoramento dos computadores brasileiros. Isabel cruzou os talheres sobre o prato e soltou um suspiro de satisfação. — Estava ótimo. Vai querer sobremesa? Olhei para o meu prato, percebendo que mal tinha tocado na comida. — Só café — respondi. — Como va ...

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