Livro: Renascer do Desejo Página 3

... a sua identidade, ele resolveu adotar outra tática: — Como está passando Bertha? Vocês dois já encheram a casa de crianças? Esta era uma pergunta comum. Todos sabiam que, se pudesse, a esposa de Warin teria dado à luz uma centena de crianças. No entanto, Warin quis apenas dois filhos. Lamentavelmente, ele só se deu conta disso quando já tinham tido sete meninos. depois da única filha. Os olhos de Warin arregalaram-se, antes de estreitarem-se como fendas: — Sua brincadeira foi de péssimo gosto. A dor aguda e profunda na voz de Warin deteve Guy. Obviamente acontecera alguma coisa a Bertha ou às crianças. O que mais mudara durante sua ausência? Que outras possibilidades ele ainda não levara em consideração? Guy endireitou-se na sela e disse: — Peço de coração que me perdoe se disse algo que o magoou. — Não aceito suas desculpas. E este é o último aviso. Vá embora ou aproveite a hospitalidade de uma cela. Essa discussão já estava acabando com a paciência de Guy. Ele queria terminá-la antes de ficar mais nervoso. — Onde está Sir Hubert? Desejo falar com ele, agora. — Certamente falará com ele. Tudo no seu devido tempo. O portão gemeu enquanto era firmemente erguido. No entanto, Hubert, o capitão da guarda não estava do outro lado. No lugar dele estava um grupo de outros seis homens. Todos com as espadas desembainhadas. Guy estudou os homens. Tentando conter a exasperação na voz, perguntou: — O que significa isso? Mal a pergunta saíra de sua boca, dois dos homens adiantaram-se e arrancaram-no do cavalo. Antes mesmo que Guy pudesse recuperar o equilíbrio, eles já meio que o arrastavam, meio que o empurravam em direção à fortaleza. Warin, que liderava o grupo, perguntou por sobre os ombros: — Você não pediu para falar com Sir Hubert? — Sim, mas isso não. Um dos guardas que ele não reconheceu, golpeou-o na cabeça como o dorso da mão, onde usava uma cota de malha dura: — Feche essa boca e ...

ontinue andando. Guy balançou a cabeça, tentando afastar as estrelas que ameaçavam cegá-lo depois da pancada. Ele não tinha ideia do que acontecera em Hartford nestes últimos anos, mas pela excessiva cautela e pela conduta agressiva dos guardas, podia imaginar que não foram tempos tranquilos. Apesar de o rei Henrique ter lhe assegurado várias vezes que tudo estava bem em Hartford, Guy começava a suspeitar que ou o rei mentira, ou não prestara a menor atenção a esta fortaleza e, na verdade, não sabia nada sobre o que acontecera ali. Levando a sério o aviso do guarda de manter-se calado, Guy aproveitou que atravessavam o pátio para inspecionar os arredores. Os estábulos estavam em um estado lamentável, precisando de reparos. O terreno das áreas de treinamento estava muito plano, como se não fosse usado há muito tempo. Nessa época do ano o solo estaria parcialmente descongelado durante o dia e congelaria novamente à noite. O esterco produzido nas simulações de batalha à luz da manhã teria congelado em um sólido mar de lama ao cair da noite. Mais estranho ainda, não havia o cheiro do fogo ardendo na forja e não era ouvido nenhum som de metal contra metal. Não havia ninguém reunido ao redor do poço. Apesar de frio, o ar estava revigorante e o céu claro, então, onde estava a agitação característica de dias como esse? Os habitantes de Hartford deveriam estar aproveitando o que normalmente consideravam um dia agradável. Especialmente depois de terem ficado confinados dentro da fortaleza por quase todo o inverno. À lembrança do tempo, Guy afundou o queixo no peito, escondendo o máximo possível o rosto na capa forrada de pele. Mas não importavam o vento gelado ou a chuva fina, de forma alguma ele trocaria este clima temperado pelo calor extenuante do deserto sem nuvens. Ainda assim, Guy rezou para logo se acostumar de novo ao frio. Assim que chegaram ao topo da colina da fortaleza, pararam em frente às portas duplas de ferro ...

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