Livro: O beijo de judas Página 2

... e vivem rondando os hotéis onde se hospedam as tripulações. Pois bem! Elas estão mesmo é atrás dos pilotos. Existe alguma coisa nesta profissão que atrai as mulheres. Talvez as viagens, a presença constante do perigo, talvez até mesmo o uniforme… — E você certamente já se aproveitou disso para… para… — E corou. Ele apertou os braços dela com força. — Querida, os meus desejos são iguais aos de qualquer homem. Quando uma garota bonita se oferece, sempre procura satisfazê-la, e a mim também. Mas a coisa nunca passa de uma noite: Não vou desobedecer às minhas regras só por causa de uma garota assim. — Suas… regras? — Sim, sua bobinha. As minhas regras dizem que nunca devo me envolver seriamente com uma aeromoça, e que não vale a pena perder a minha liberdade por causa de uma mulher. Quase todos os pilotos solteiros obedecem a regras semelhantes a estas. Comigo, vai ser assim, até que apareça a garota certa, com inocência no rosto e fogo nos olhos, que não saiba esconder os sentimentos e não viva mudando de opinião. Lyn levantou os olhos para ele. — Oh, querido… Você… está falando de mim? Eric segurou o rosto dela entre as mãos, olhando-a nos olhos. — Sim, minha louquinha adorada. É claro que estou falando de você! Mas, como eu já disse, temos muito tempo pela frente. Não há necessidade de apressar nada. O melhor é deixarmos as coisas irem acontecendo devagar, com calma, está bem? Lyn segurou as mãos dele e sorriu. — Está bem, mas não vai ser fácil. Principalmente se você continuar me beijando desse jeito. Eric riu e abraçou-a pela cintura. — Ou se você continuar correspondendo com tanto ardor aos meus beijos… — Quer dizer que a culpa é minha? — protestou ela. — Realmente, não me lembro de… Eric ria, um riso másculo e divertido. — Não se lembra, é? Então vou refrescar sua memória. Apertou o abraço e beijou-a novamente. Lyn abandonou-se àquela carícia. Como re ...

istir? — Muito bem — disse Eric, afagando os cabelos dela. — Agora vamos voltar para o hotel. Não se esqueça de que temos um vôo amanhã bem cedo. Lyn apoiou a cabeça no ombro dele e, abraçados, os dois caminharam em direção ao hotel, observando a noite quase vazia. Passava das onze e havia pouca gente em Miami, pouca gente para sentir a delícia daquela brisa que vinha refrescar o calor que a temperatura de quase quarenta graus tornava praticamente insuportável. Um tempo quente o bastante para que Lyn usasse apenas uma camiseta de algodão e um short bem curto e Eric vestisse uma camisa de mangas curtas por fora da calça de tecido leve. Foram contornando a piscina, caminhando entre as palmeiras. Ali havia algumas lojas e, àquela hora, o movimento era pequeno. Mesmo assim, várias delas ainda estavam com as portas abertas e as vitrines iluminadas. Uma cachoeira artificial, aliás de muito mau gosto, despejava água na piscina. Durante o dia, aquela cachoeira fazia as delícias dos turistas que queriam refrescar-se, principalmente as crianças. Um som de música vinha da boate do primeiro andar do hotel. Uma mulher, com voz rouca e sensual, cantava uma canção de sucesso. A música, o jardim, o luar… Tudo era fantástico, como fantástico era o sentimento que havia nascido, forte e maravilhoso, entre eles dois. Lyn não entendia muito bem o que estava acontecendo. Ainda não acreditava que aquele relacionamento com Eric pudesse se transformar em alguma coisa duradoura. Sentia vontade de beliscar-se, para ter certeza de que não estava no meio de um sonho maravilhoso, para certificar-se de que estava mesmo em Miami, com a cabeça apoiada no ombro daquele homem fascinante. Tudo estava acontecendo depressa demais dm sua vida. Lembrou-se de que há apenas alguns meses tinha conseguido vencer a oposição dos pais e se candidatado ao emprego de aeromoça. Passou por diversas entrevistas e submeteu-se a uma quantidade enorme de testes. Depois, ...

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