Livro: A Máscara do amor Página 4

... ão. Quando passaram pelos estábulos na direção dos fundos da casa, Ewan interrompeu o silêncio de forma inesperada e resoluta. — Diga-me, srta. Bowes, por que presumiu que eu fosse um assaltante de estrada? Lucy sorriu. — São tempos difíceis, capitão, mas agora já entendi seu gesto. — Fico feliz — murmurou ele em tom polido. Mas Lucy continuava com a impressão de que Ewan não simpatizava com ela, portanto não entendia por que resolvera acompanhá-la no passeio. Continuaram a caminhar em um silêncio constrangedor, dando a volta na mansão. Dali era possível ver os quartos. Cada um deles tinha varanda com uma balaustrada de pedra. A hera cobria as paredes, formando desenhos interessantes sobre os tijolos aparentes, em quase toda sua extensão, exceto por um trecho à direita do balcão do segundo quarto da esquerda. Ali não havia hera, e os tijolos vermelhos estavam aparentes. Lucy ficou curiosa por ver que a planta não havia crescido justamente naquele local, e então percebeu que não se tratava disso; a hera fora arrancada naquele trecho, e pendia dos lados. — Fletcher, o que causou aquele buraco ali? — perguntou ao jardineiro, que de repente se aproximou. Na certa os acompanhara a distância. — Achamos que foi um furão bravo que tentou subir o muro, senhorita — respondeu ele pouco à vontade. — Um furão? — Lucy franziu a testa. — Devia ser enorme para fazer tal estrago. — Conseguiu entrar na casa? — Ninguém o viu, senhorita. Mas Lucy duvidava que um animal tão grande não fosse percebido. — Tenho certeza de que os criados da mansão estão tomando conta do problema — intrometeu-se Ewan, consultando um relógio de bolso. — Não é hora de nos encontrarmos de novo com lady Dash? Lucy notou que o capitão tinha feições de nobre, embora estivesse com o rosto contraído. Mas era um tolo que pensava que tal estrago na hera podia ser causado por um furão! Era surpreendente pensar que a Grã-Bretanha, co ...

tando com oficiais como aquele, detivera Napoleão, refletiu com ironia. Resistindo a um último olhar para a falha da trepadeira, obedeceu a sugestão de Ewan. Encontraram Caroline no salão principal, ainda conversando com o sr. e a sra. Walters. Um furão!, Lucy continuava matutando. Nenhum animal desse porte, por maior que fosse, poderia causar um rombo tão grande em uma planta daquelas. — O que achou da casa? — Caroline perguntou para Lucy. — Maravilhosa! Veja as paredes e o assoalho. E que mármores estupendos! — Lucy olhou em volta. — Só não gostei muito da decoração. — Era isso que eu estava pensando — concordou Caroline. — Também não é do meu gosto. Amanhã começarei a fazer um inventário do que deverá ir para o sótão. — Uma tarefa e tanto, milady — comentou Ewan. — Acha que não daremos conta do recado, capitão? — perguntou Lucy, inclinando a cabeça para o lado. — Não foi o que eu quis dizer, srta. Bowes. O lugar é muito grande, e lady Dash acabou de chegar — explicou ele com frieza. — Sei que o capitão está apenas demonstrando sua preocupação — murmurou Caroline, endereçando um olhar repressor para a amiga. Lucy contou até vinte, mas não foi suficiente para acalmá-la. — Desculpe, capitão Sandeford — disse por fim, olhando para Caroline. — Vamos começar amanhã? — É melhor, antes que eu descubra outras coisas que me distraiam — comentou a marquesa. Ewan fez um cumprimento com a cabeça. — Agora vou deixá-las repousar após a longa viagem. Talvez possa visitá-la amanhã, lady Dash? — Obrigada, capitão, venha. Fico feliz em saber que um cavalheiro respeitável é nosso vizinho. Quando Ewan se retirou, Caroline riu. — Está sendo muito agressiva com ele. — Pois acho que é um homem que só respeita uma pistola apontada para seu coração — replicou Lucy, cruzando os braços sobre o peito. — Por que não gosta dele? — quis saber Caroline, curiosa. — E ...

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