Livro: A Máscara do amor Página 3

... onfesso que fiquei alarmada por sermos detidas no meio do caminho. — Então também não gostou dele? — Milady — soou a voz do capitão junto à portinhola, interrompendo o diálogo sussurrado das duas amigas. Sem hesitar, subiu na carruagem e sentou-se de frente para elas. De súbito, Lucy sentiu que o ambiente ficou muito menor e sufocante. Mas Caroline não demonstrou preocupação e disse: — Capitão, deixe-me apresentá-lo a minha querida amiga, srta. Lucy Bowes. Ewan inclinou a cabeça com cerimônia. — Muito prazer, senhorita. Porém Lucy poderia jurar que a antipatia era mútua. Sua pistola o deixara aborrecido, e sabia que não era bonita o suficiente para fazê-lo esquecer-se do detalhe. Seu vestido modesto também não denotava grandes posses ou amizades influentes, a não ser a marquesa de Dash. Mas, por causa de Caroline, forçou um sorriso. — É muito gentil, senhor. — É amigo de meu marido? — quis saber Caroline. — Só encontrei o coronel Dash algumas vezes. — Mas sua boa vontade em nos escoltar diz que já é um bom amigo — replicou a marquesa. — Tomar conta da senhora, milady, não é uma tarefa desagradável — murmurou Ewan. Depois, relanceou um olhar desconfiado para Lucy, que não passou despercebido. No entanto não a estimulou também. Por isso, ela tratou de ficar em silêncio durante o resto do trajeto, enquanto a amiga e o capitão conversavam sobre amenidades. A Mansão Dashwood era uma construção imponente, circundada por um jardim maravilhoso. Quando chegaram, Lucy viu que a criadagem estava alinhada no pátio principal. Um criado imponente liderava a ala masculina, todos vestidos de preto e branco. Uma mulher de rosto solene comandava a ala feminina. A equipe que cuidava dos estábulos e jardins estava mais a distância. A visão geral era de colarinhos, punhos, aventais e toucas muito alvos e engomados. O homem mais velho deu um passo adiante. — Sou Walters, o mordomo, milady. Seja bem-vin ...

a à Mansão Dashwood. — Obrigada, Walters — disse Caroline com simpatia. — Esta é minha grande amiga, a srta. Bowes, que ficará comigo por algum tempo. E este é o capitão Sandeford, que talvez já conheça. Ele foi escolhido por lorde Dash para me escoltar. — Muito bem, milady. Permita-me apresentá-la a sra. Walters, governanta e minha esposa. Todos pareciam muito nervosos, concluiu Lucy, mas sabia que Caroline os deixaria à vontade e os trataria com mão firme, porém gentil. Pensou que seria educado de sua parte, como convidada, dar um tempo para a dona da casa ficar sozinha e conhecer a criadagem. Covarde, disse a si mesma com desprezo. O que você quer de fato é ficar longe do capitão Sandeford, que a deixa nervosa. Quando fitou-o com o canto dos olhos, Ewan continuava a olhá-la com a mesma e sombria fascinação de quem observa um desastre. Agitada, Lucy viu um caminho lateral que talvez levasse à estrebaria ou até os fundos da mansão. Então fitou Caroline e fez um sinal naquela direção. A marquesa acenou concordando, enquanto continuava a ouvir as apresentações que a sra. Walters fazia de cada criada. Mas quando começou a caminhar, Lucy foi interceptada por um homenzarrão que tirou o chapéu para cumprimentá-la. — Quer ver os jardins, senhorita? — Só desejo caminhar um pouco. Não precisa me acompanhar, obrigada. Não me afastarei muito. — Como quiser, senhorita. — Eu a acompanharei — adiantou-se Ewan. Apavorada, Lucy pediu socorro ao jardineiro com o olhar. — Tenho certeza de que. O homem fez um cumprimento. — Fletcher, senhorita. — .Fletcher me acompanhará. — Mas será um prazer para mim — insistiu Ewan. Percebendo que o capitão não entendera a mensagem, Lucy respirou fundo. — Está bem. Tratou de se concentrar nas belezas dos jardins, ignorando Ewan. Os jardins eram adoráveis, bem desenhados, com flores em profusão e árvores suficientes para fornecer sombra naquele dia quente de ver ...

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