Livro: Desejos de Um Príncipe Página 2

... i longe e gostaria de ajudá-la. Você vai aprender bastante, mas preciso avisá-la de que não pago muito aos meus estagiários e espero que trabalhem como escravos — comentara ela, quando entrevistara Leola durante o coquetel na opulenta suíte que dividia com Durand. E Tabitha realmente a fizera trabalhar duro. Não que Leola fizesse alguma objeção a isso. Achava o trabalho fascinante e absorvia cada gota de informação que podia, cada nova técnica, cada contato. Mas infelizmente tudo terminara de um modo abrupto e mortificante quando Jason Durand decidiu que ela seria sua próxima conquista. O olhar de Leola vagou sem ver pelos cumes dos ciprestes ao longo do muro em ruínas. A noite transformara a cidade. Agitada, barulhenta e charmosamente mediterrânea durante o dia, San Giusto tornava-se silenciosa sob as estrelas do céu do hemisfério norte. Na Nova Zelândia, as estrelas lhe eram familiares e a brisa trazia um aroma mais selvagem e primitivo. Ainda está tudo lá, ela pensou com saudades. Poderia voltar a qualquer momento. De fato, parecia que realmente retornaria logo à terra natal. Aliás, se não fosse por sua madrinha, que lhe dera de presente aquela semana de férias em Ilíria, ela provavelmente estaria naquele momento estourando o limite de seu cartão de crédito comprando a passagem de volta. Leola ergueu o queixo, orgulhosa. Não, ela não voltaria com o rabo entre as pernas. Pelo menos não até que esgotasse todas as opções. Não se daria por derrotada. E a primeira coisa a fazer era achar um lugar para morar. Sem o salário que Tabitha lhe pagava, não conseguira continuar pagando o apartamento, e precisou pedir ao senhorio que guardasse suas malas até que voltasse dessa viagem. Portanto, primeiro um apartamento. Depois, um novo emprego. Leola cerrou os lábios, ultrajada e frustrada. Maldição, estava lutando para soltar-se dos braços de Durand quando Tabitha entrara na sala, três dias antes. Mas isso não fez nenhuma d ...

ferença. — Sinto muito — disse Tabitha, com o olhar frio —, mas Durand é mais importante para mim do que você. Não quero vê-la novamente. E claro que Durand era uma parte vital do negócio, mas o que mais a magoara fora o modo insensível como Tabitha a demitira. Estava ultrajada o bastante para ameaçar Durand com a polícia e com a imprensa quando ele tentou se recusar a pagar sua última semana de salário. Ela conseguira o dinheiro, mas preferia ter continuado com o estágio. Leola inspirou fundo o ar que cheirava a pinheiro, sal, figos e uvas. Não permitiria que uma traição e o medo do futuro estragassem a semana que ganhara de presente naquele lugar adorável, e se não conseguia dormir, o melhor a fazer era levar a sua inquietação para dar uma caminhada. Com certeza se sentiria melhor. Dez minutos depois, ela fechava a porta do quarto e caminhava em direção à torre antiga que marcava o início do caminho para o penhasco. Era uma noite típica das antigas fábulas — o céu limpo, a vista tranqüila do mar além das pedras que ficavam na base do penhasco, uma calma tão profunda que Leola quase esperou ver uma ninfa passar entre as árvores. Quando ainda estava no meio da praça, um arrepio na espinha fez com que precisasse se controlar para não se virar e procurar nas sombras das casas escuras. Sentiu uma alegria covarde por estar usando uma blusa escura e uma calça jeans preta e ficou aliviada quando alcançou a sombra das árvores ao pé da torre. Lentamente, dizendo a si mesma que estava sendo estúpida, ela se virou. Com o canto do olho, Leola percebeu um movimento furtivo na base da igreja. Alguém, ou alguma coisa, estava se esgueirando pelas pedras antigas. Bobagem, provavelmente era apenas um dos cães do lugar, voltando para casa depois de uma noite na rua. Mas então porque sentia aquela corrente de adrenalina deixando seus sentidos em alerta, acelerando sua pulsação de tal maneira que tudo o que conseguia escutar ...

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