Livro: Nas teias do Ciúme - Katryn Cranmer
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... Passionate Enemies KATHRYN CRANMER A separação tinha sido uma tortura. Lizbeth fora acusada de traição e abandonada grávida de uma criança que sempre seria vista por Francisco como prova de pecado. Mas ela conseguiu refazer sua vida, e iria ser finalmente feliz quando se casasse com John. Liz-beth não poderia imaginar, porém, que nove anos após a separação, Francisco fosse aparecer de novo para destruir seus planos. Em vez de apagar as mágoas, o tempo serviu apenas para fazer crescer o ódio do ex-marido, levando-o a planejar uma sórdida vingança. Será que mais uma vez ela ficaria sujeita ao poder de destruição de um homem completamente transtornado pela fúria? Copyright: Kathryn Cranmer Título original: "Passionate Enemies" Publicado originalmente em 1982 pela Mills & Bonn Ltd., Londres, Inglaterra Tradução: José Antônio Arantes Copyright para a língua portuguesa: 1983 Abril S.A. Cultural — São Paulo Esta obra foi integralmente composta e impressa na Divisão Gráfica da Editora Abril S.A. Foto da capa: Eric Bach Digitalização e Revisão: Judie Lima CAPÍTULO I A chuva intensa atingia as pequenas folhas das árvores e as lançava contra o asfalto. Liz andava apressada pela calçada, protegida pela capa de chuva e as botas de cano alto. Sem dúvida, ser casada com um homem rico tinha suas compensações, pensou, embora também criasse problemas. Estremeceu de frio e puxou o capuz sobre a cabeça. . . E como havia problemas! Afinal, a vida não se resumia a jantares, coquetéis ou férias em alguma região ensolarada. Olhou através da chuva que envolvia tudo e viu o sofisticado bloco de apartamentos em frente ao tranqüilo Regent\'s Park. Ia chegar ensopada em casa. Estava arrependida de ter saído. Podia ter pedido ao porteiro que colocasse a carta no correio. Mas a verdade era que, na ausência de Francisco, o apartamento mais parecia uma prisão solitária e sentiu necessidade de sair um pouco. ...

Com um suspiro de alívio, subiu correndo as escadarias e entrou no saguão do edifício, baixando o capaz e sacudindo a capa para tirar a água. Não se deu conta de como estava bonita, com os cabelos longos, loiros e sedosos caídos sobre os ombros e algumas gotas de chuva brilhando nas pontas dos cílios surpreendentemente negros. Liz não se achava bonita, não gostava nada de seu corpo esguio, de quadris estreitos e seios pequenos. . . Na verdade, nem entendia como tinha conseguido atrair um homem como Francisco. Detestava seu nariz um pouco longo e invejava o nariz arrebitado de muitas das amigas. Não percebia que seus lábios carnudos completavam um rosto incomum, dono de uma forte sensualidade, capaz de fascinar os homens. — Que dia terrível, sra. Ramirez! — A voz amigável do porteiro interrompeu seus pensamentos. — Graças a Deus não preciso sair outra vez — ela concordou com um sorriso. — Vou esperar uns dez minutos para ver se a chuva passa. Bill ficará no meu lugar — acrescentou, apontando para o rapaz que estava na sala de recepção. — Bom, sr. Dodds, espero que realmente passe. Até logo. — Entrou no elevador e apertou o botão do último andar. — Moça gentil está aí — comentou Jack Dodds com Bill. — Sempre tem uma palavra amiga para dizer. Os outros moradores, não. Só conversam quando precisam de algum favor, e, se dão gorjetas, nem olham para nós. — E o marido dela, hein? É estrangeiro, não é? — indagou Bill. — Acho um sujeito arrogante. E é bem mais velho que a mulher — comentou, fazendo uma pausa para enrolar o cigarro. — É espanhol, aristocrata. Não é simpático como a senhora, mas educado sim, um cavalheiro. — Jack Dodds acrescentou com um sorriso no canto dos lábios. — A sra. Ramirez disse que ele foi para a Espanha, a negócios. — Esquisito deixar ela sozinha aqui — disse Bill, acendendo o cigarro com um ar pensativo. — São recém-casados, não? — Sim. . . bem — diss ...

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