Livro: Além da sedução Página 2

... em que ele tênia por amigo. O orgulho do Geoffrey não permitiria que aquilo ficasse sem castigo. Satisfeito de que sua mensagem se entendeu, Althorp se cruzou de braços e ficou olhando com olhos pesados e lânguidos. Na mão ainda conservava a cartola de seda negra, o bordo apoiado contra a perna. Era uma criação deliciosa, uma taça nem muito alta nem muito baixa, com seu bordo curvo e bem definido. Nem sequer o duque era dono de um chapéu tão fino. – Meu filho será Primeiro-ministro –declarou ele, com aquela segurança que ela tinha aprendido a detestar–. E seu marido, seu futuro sogro, será quem o ponha em bom caminho. Terá que fazê-lo se não querer que a gente pense que sua adorada Merry se casou com um homem de fila inferior. Quão único tem que fazer é empurrar à estúpida de sua filha aos braços de meu filho. Lavinia riu com um sotaque histérico ao escutar sua demanda. Era verdade que ela tinha pressionado, até um extremo de que sei envergonhava. Além disso, tinha tomado certas precauções para que sua filha não tivesse outros pretendentes. Com seu aspecto desanimado e com tudo quão escandalosa era, a própria Merry já tinha feito das suas para sabotar suas possibilidades. Entretanto, graças a Lavinia, qualquer mãe que tivesse um filho sabia que Merry era uma bagunceira, e que sem dúvida traria a vergonha a qualquer família que a aceitasse como nora. Lavinia tinha dissimulado seu objetivo com suspiros de dor (ninguém se atreveria a pensar que não era uma mãe amante de sua filha), mas com isso tinha conseguido afugentar aos poucos homens que tinham mostrado algum interesse. Se fosse assim de fácil manipular ao Merry. – Não me atrevo a pressioná-la mais –confessou, convertendo seus dedos em um nó sem dar-se conta–. Quão único fará se se sente encurralada é teimar. Sua prece foi dar para ouvidos surdos. Althorp deixou cair os braços e se golpeou o chapéu contra a perna da calça. O roce do tecido ma ...

s ligeiro era um sinal inequívoco de sua impaciência. – Dei-te um ano –disse–, e em duas ocasiões ela o rechaçou. Pelo amor de Deus, meu filho não é um monstro. É um jovem atrativo, inteligente e de boas maneiras. Seu marido o passa. E, por isso pude observar, sua filha não o despreza. Acredita que tentasse controlá-la. – É que necessita que a controlem! –exclamou Althorp, e logo baixou a voz–. Tem que te impor, Lavinia. E obter que seu marido se imponha. Essa jovencita tem que casar-se com alguém. Você e eu sabemos que é preferível que o eleito seja meu filho. Lavinia entendeu que Althorp falava a sério. olhou-se as mãos que tinha dobrado em um gesto de oração inconsciente. Tinha as luvas enrugadas e as mãos umedecidas pelo medo. Desejava com todo seu coração não atuar como uma covarde. Nada podia ser mais desprezível como usar à própria filha como moeda de mudança para seguir desfrutando de egoístamente de sua condição. – Necessito mais tempo –pediu. Althorp lhe agarrou o queixo e a obrigou a elevá-lo com um punho de ferro. O contato de seus dedos nus era íntimo e quente. –Um mês –disse –. Meu filho tem a intenção de voltar a pedir sua mão a noite de Ano Novo. Ao dia seguinte quero que chegue a meus ouvidos a notícia de seu compromisso. Soltou-a e se girou para ir-se. Não se despediu, nem sequer um gesto da cabeça. limitou-se a ficá-los luvas e saiu da sala. Sabia que Lavinia não tinha mais alternativa que fazer exatamente o que lhe exigia. Quando ela voltou a encontrar-se a sós, uma gota de suor muito pouco feminina lhe escorreu pela fenda do decote. O coração lhe pulsava contra o espartilho como se queria liberar-se das ataduras da carne. Por um momento, permitiu que essa escura liberação lhe sussurrasse suas tentações ao ouvido. Mas que tipo de paraíso esperava na morte a uma pecador como ela? Nada de paraíso, pensou. por que teria que render-se quando sua vida seguia send ...

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