Livro: Aventureiro do Amor Página 2

... despeito da tendência superprotetora dos irmãos, Stephen não os trocaria por todas as riquezas do reino. Gostaria apenas que eles não aproveitassem cada oportunidade para lembrá-lo de sua tendência de ceder aos caprichos das fantasias, o que eles consideravam ser seu ponto fraco. Para falar a verdade, e por dever, seus irmãos não tinham tempo e nem inclinação para seguir o vôo de uma águia, simplesmente para ver onde ela aterrizava. Camaradas sérios, os dois. Stephen pretendia rejeitar um destino tão insosso. — Por favor, diga-me — ele admoestou Richard — como posso arrumar encrencas, se cogito passar a noite com a mulher com quem irei casar-me? Durante horas, era o primeiro arremedo de sorriso que viu nos lábios de Richard. — Bom, posso pensar em uma ou duas alternativas. — Não tema. Ainda não falhei em dar prazer a uma mulher cuja boa opinião interessa-me manter — ele afirmou e foi brindado com um sorriso mais largo e um gemido de descrédito. — Agora preciso retirar-me, senão me atrasarei para o encontro com minha noiva. — Lady Carolyn ainda não é sua noiva. — Dê-me uma hora e ela estará implorando para casar-se comigo. Stephen deixou os aposentos de Wilmont, animado ao ouvir os risinhos abafados de Richard. Caminhou pelos corredores e escadaria do palácio e desejou que Gerard estivesse ali para ajudar Richard. Infelizmente, Gerard e o rei Henry não vinham se entendendo muito bem. Assim, seu irmão o enviara em seu lugar, junto com Richard, à corte de Westmins¬ter. Enquanto observava com cautela as mudanças de poder que sempre acompanhavam as grandes reuniões na nobreza da Inglaterra, Stephen ainda tinha tempo de estudar a safra em curso das herdeiras ainda não comprometidas. Um homem em sua posição precisava casar-se, para dar continuidade à linhagem familiar e providenciar herdeiros para seus domínios. Stephen pretendia cum¬prir com seu dever, mas de acordo com suas próprias regras. E finalmente e ...

contrara uma mulher quase perfeita para suas necessidades. Por isso, considerava Carolyn de Grasse uma enviada dos céus. Ela era duas vezes viúva e recente, do segundo ca¬samento. Alguns anos mais velha do que os atuais vinte e dois anos dele, Carolyn precisava de um homem jovem e viril para seu terceiro marido. Queria um ho¬mem que a satisfizesse na cama e a ajudasse a criar os filhos. Por outro lado, ele teria de manter-se afas-tado das questões oriundas das herdades Grasse, pois era desejo dela poder administrar as propriedades, sem a interferência de um esposo. Stephen guardou com carinho a condição de man¬ter-se afastado. Na sua opinião, era a melhor parte do arranjo. Ele poderia cumprir seus deveres para com a família e encarregar-se de providenciar um herdeiro para seus domínios. Tudo isso, sem precisar tornar-se um homem sério demais. Já provara suas habilidades para Carolyn na vés¬pera, deixando-a lânguida e saciada. Por isso, não se preocupava com o encontro daquela noite. Ele lhe con-cederia prazer mais uma vez, explicaria a necessidade da viagem urgente e trataria de assegurar-se do con¬sentimento dela em não aceitar outro homem para ma¬rido, em sua ausência. Quando retornasse da Norman¬dia, apresentaria um pedido formal ao pai dela. O badalar dos sinos do convento próximo anunciou a hora das matinas. Meia-noite. Bem na hora. Ele bateu ligeiramente na porta do quarto e chamou por Carolyn. Não houve resposta. Puxou o trinco e per¬cebeu que a porta estava destrancada. Abriu-a com facilidade. As chamas de uma vela de sebo grossa forneciam luz suficiente para ele inspecionar o quarto. Dispersivo, Stephen observou a mobília. Para ser sincero, ele po¬deria dizer que o recinto estava vazio, não fosse uma forma humana enrodilhada no meio da cama e coberta com uma manta de lã. O fato de Carolyn ter adormecido não demonstrava um bom prognóstico. Esperava vê-la acordada e. an¬siosa. Bem, mas não podia esquecer que ela estav ...

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