Livro: Música para dois apaixonados Página 2

... nte? — Ele repetiu num tom surpreso. — Posso aturar esses ricaços choramingando, enquanto os deixo em forma. Mas trabalhar para uma pessoa só. . . Isso é demais para mim! — Dependendo de quem seja. . . — É um cantor de ópera. Um italiano. — Sério? Qual é o nome dele? — Christian qualquer coisa. — Christiano D\'Arcângelo? — Acho que é isso. lá ouviu falar dele? — Ouvir falar! Meu Deus, ele é a última sensação do Metropolitan de Nova York. Está em todos os programas de televisão e revistas. Não sei como você nunca ouviu falar nele. Penny fez um gesto de pouco caso. — Eu só gosto de música popular e de filmes de faroeste. E não estou nem um pouco interessada em bancar a babá desse tal cantor. — Pois eu não ficaria nem um pouco chateado em trabalhar para ele. — Se pudesse trocaria com você de todo o coração. Mas ele exige que o instrutor seja uma mulher. Warren lançou-lhe um olhar malicioso. — O pior é que é isso mesmo que ele deve ter em mente. — Penny concordou com um sorriso irônico. — Azar dele. — Concluiu. — Mas, afinal, qual é o negócio? — O negócio é que ele é muito gordo. Assinou um contrato para fazer um musical e precisa perder uns bons quilos para poder fazer o papel do galã sedutor. E eu tenho doze semanas para colocá-lo em forma, vigiando sua dieta e orientando-o nos exercícios. . . — Quer dizer que o tratamento não vai ser aqui? — Eu já lhe disse que não. O homem exige privacidade. — O tom de voz dela era desdenhoso. — Vou ter que deixar os meus amigos e o meu quarto novo e ir para um lugar estranho para trabalhar com um cantor de ópera. Logo eu, que detesto ópera! — Ela estava furiosa. Tinha acabado de mudar para um dos melhores quartos de alojamento dos instrutores, com linda vista para os campos verdes que ficavam entre as colinas. — E por quê? — Por que o quê? — Por que ele não pode fazer o tratamento aqui? — Porque ele tem que ensa ...

ar canto todo dia. E também porque não quer ser incomodado, enquanto tenta emagrecer. O estúdio que o contratou está alugando um condomínio perto de um campo de golfe, ao norte daqui. Eles vão pagar o meu salário. O diretor me escolheu porque eu estudei nutrição e porque me considera boa profissional. Eu juro que vou torturar aquele homem. Warren sorriu. — Não vejo o que há de errado com esse trabalho. A não ser que você vá sentir demais a minha falta. Penny virou-se com uma expressão zangada. — Posso não entender de ópera, mas entendo de cantores de ópera. Tivemos dois sopranos aqui, antes de você vir. Eles eram impossíveis. Temperamentais e exigentes como você nem pode imaginar! O mundo tinha que girar em torno deles, senão era um inferno. __ Quer dizer que vai passar três meses com ele? A que distância fica esse lugar? — Oitenta quilômetros. O estúdio queria um lugar mais perto de Los Angeles do que o Staircase. Vou ficar presa lá vinte e quatro horas por dia, você entende? — Pode ser uma missão bem interessante. "Música e sexo" — Warren brincou. — Será que você não pensa em outra coisa? Não vou estar sozinha com ele. — Penny deu um suspiro. — Se não fosse assim, eu nunca aceitaria. — E, depois de uma pausa, concluiu: — O professor de música dele vai estar junto. — Eu irei visitá-la de vez em quando. — Warren tocou-lhe o ombro de modo consolador enquanto se levantava. — Não sei quanto a você, mas eu estou com fome. — Pode ir. Encontro-o no refeitório. — Quer sair depois do jantar? — Não. Meu humor não está lá essas coisas. — Está bem. Vou pegar uma das minhas fãs. — Divirta-se! Mais tarde, enquanto a água morna do chuveiro aquecia seu corpo, ela pensou melhor. Fora à chateação de lidar com um só cliente, montar uma sala de exercícios seria divertido. Receberia também uma boa soma em dinheiro para decorar a casa onde trabalharia. O salário não era mau, embora ...

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