Livro: Um Homem Honrado Página 2

... ciência? — Ele olhou para o irmão do meio, antes de fixar o olhar em Benedict. — E você? Reynard sacudiu levemente a cabeça, incrédulo. Pare¬cia atordoado por seu irmão mais velho ter se juntado a seu avô naquela crença louca de que uma lenda antiga pudesse ser baseada na verdade. E mais: que ela pudesse afetar a prosperidade deles e até mesmo ameaçar a vida que tinham hoje. Alex entendia o ceticismo de Reynard, mas que esco¬lha tinham? Enquanto os habitantes locais acreditassem na maldição, a má publicidade afetaria o modo com o qual a família Castillo conduzia os negócios. E enquanto abuelo acreditasse na maldição, os caminhos escolhidos por ele e seus irmãos poderiam criar ou destruir a felicidade do homem que os havia criado. — Não, Alex. — Reynard suspirou. — Não quero ser responsável pela falência de nossa família mais do que você já é. — Então o que faremos a respeito? — Benedict desafiou-os com um riso mal-humorado. — É que simplesmente não podemos de repente estalar os dedos e conseguir noivas ma¬ravilhosas com as quais viveremos felizes para sempre. — É isso! — Reynard declarou com um riso alto, sacudindo-se na cadeira. Seu movimento abrupto e a risada forte acordaram os cachorros que dormiam em frente à lareira e fizeram com que corressem até ele entre latidos estridentes. Um severo comando de Alex fez com que recuassem para o tapete e voltassem à pacífica sonolência. — É isso que precisamos fazer. Vai ser uma publicida¬de tamanha, nunca vista em Isla Sagrado. — E você acha que abuelo está perdendo o juízo? — Benedict perguntou e deu outro gole no vinho. — Não — Alex disse com um entusiasmo crescente no peito. — Ele está certo. É exatamente o que devemos fazer. Lembrem-se da maldição. Se a nona geração não viver de acordo com o lema de honra, verdade e amor da família, em termos de vida e casamento, o nome Castillo morrerá para sempre. Se cada um de nós se casar ...

e tiver uma família, as pessoas vão creditar confiança em nosso nome novamente em vez de temer a superstição. Reynard recostou-se na cadeira. — Está falando sério? — Nunca falei tão sério — Alex respondeu. Com Alex brincando ou não, Reynard também batia na mesma tecla no que dizia respeito a não apenas resolver as preocupações de seu avô, mas também em dar impulso ao nome dos Castillo. O efeito sobre o povo de Isla Sagrado aumentaria a prosperidade de toda a nação da ilha. Quando Isla Sagrado era apenas uma pequena repúbli¬ca no Mediterrâneo, a família Castillo acumulara por mui¬to tempo uma grande influência nos negócios do local, tanto em nível comercial quanto político. A medida que a família foi naturalmente prosperando, os habitantes da ilha foram se beneficiando. Infelizmente, o contrário também era verdade. — Você espera que cada um de nós simplesmente se case com as mulheres certas, comece uma família e então, presto, tudo ficará bem? — A voz de Reynard estava do¬minada pela incredulidade. — Exatamente. Parece tão difícil assim? —Alex se le¬vantou e deu-lhe um tapinha no ombro. — Você é um cara bonito. Tenho certeza de que tem muitas candidatas. Benedict bufou. — Não do tipo que ele traria para a casa de abuelo, eu aposto. — Você pode falar — Reynard retrucou, irônico. — Afinal, está muito ocupado dirigindo seu Aston Martin pelas estradas dos rochedos para parar tempo suficiente para que uma mulher o conquiste. Alex andou até a lareira e se debruçou sobre a enorme cornija de pedra, esculpida em pedras da ilha, que forne¬cia o calor para a família geração após geração. Ele e seus irmãos não seriam os últimos a desfrutar desse privilégio. Não se pudesse fazer algo a respeito. — Deixando as piadas de lado, estão dispostos a pelo menos tentar? — Alex perguntou com os olhos cintilando. Dos dois irmãos, Benedict era o que mais se parecia com ele. Na verdade, houv ...

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