Livro: A tentação daquele olhar Página 3

... foi tomar um banho de sol, sem entusiasmo. Por fim, chegou a hora de ir se encontrar com Dean para o almoço. Ele possuía um cassino na cidade, e ela seguiu para lá em seu carro esporte branco, a brisa soprando em seus cabelos loiros, sem contemplar uma vez sequer a beleza do cenário. Parou num sinal vermelho, com os olhos fixos na profusão de hibiscos. Continuava pensando. Talvez Dean fosse com ela para a Ingla¬terra. Iria lhe perguntar durante o almoço. De repente se deu conta de que alguém a observava. A percepção era tão intensa, que um arrepio percorreu sua espinha. Virou-se e viu a seu lado um luxuoso carro preto, também esperando que o sinal mudasse. O homem que ocupava o carro a fitava com estranha agres¬sividade. Os olhos dele eram verdes e vivos, e tinha um encanto indolente e sensual que reteve a respiração de Stephaníe. Ela o olhou fixamente, alheia a tudo o mais. Não conseguia desviar o olhar. Seu coração pa¬receu ter parado de bater e sentiu-se como se estivesse se afogando nas profundezas cálidas daqueles olhos verdes. Nunca lhe acontecera uma coisa dessas. Nunca olhara para um homem e experimentara tal sen¬sação. Uma buzina sonora e impaciente a trouxe de volta à realidade. O sinal estava verde. Stephaníe parou de encarar o estranho e corou, enquanto soltava o freio de mão e partia em disparada. O que, diabos, estava acontecendo com ela? Estava acostumada aos olhares dos homens, aos convites extravagantes de estranhos insisten¬tes. Sabia, sem presunção, que era bonita; seus cabelos eram longos, claros e brilhantes; seu rosto era perfeito e delicadamente estruturado; e seu corpo, bronzeado e atraente. Mas esse homem a tocara de maneira diferente, Ela sabia disso, apesar de sua falta de experiência. Havia uma certeza no olhar dele, uma confiança em si mesmo, uma promessa. Tentou se lembrar daquele rosto, mas só tinha olhado para os seus olhos; guardava uma vaga impressão de um rosto bonito e moreno, assim como d ...

uma boca com expressão arrogante. "Foi apenas um incidente sem importância que durou alguns segun¬dos", disse a si mesma com firmeza. Mas as imagens persistiram em sua mente, enquanto percorria a costa ensolarada; imagens daqueles vivos olhos verdes que prenderam os seus com facilidade. Não pôde deixar de querer saber quem era aquele estranho, por mais que tentasse afastar O pensamento de sua mente. Era por demais perturbador ser tão afetada por um desconhecido. Estava comprometida com Dean; não deveria nem olhar para outro homem. Impaciente com suas próprias emoções parou o carro bruscamente, em frente ao cassino, e entrou. Dean estava nos escritórios, conversando com Camii e mais um de seus homens, e sorriu ao vê-la. Stephaníe retribuiu o sorriso, esperando enquanto ele dispensava os empregados e vinha em sua direção. Dean era alto, magro e bonito, com os cabelos queimados pelo sol e um sorriso lânguido e despreocupado. Ela se sentiu mais tranqüila, em sua presença, e passou os braços em volta do pescoço dele, beijando-o. Dean correspondeu prontamente, puxando-a de encontro ao seu. cor¬po, seus olhos azuis aquecendo-se enquanto a fitava. — Está feliz em me ver? — ele perguntou zombeteiramente. — Claro que estou -— ela respondeu, sorrindo, a lembrança dos olhos verdes daquele desconhecido invadindo a sua mente de novo, atormentando-a, irritando-a. — Estou faminta! — mentiu. — Está pronto para me levar para almoçar? — Claro, vamos. — Ele lhe passou o braço em volta da cintura e os dois saíram do cassino, atravessando a rua estreita e rumando para um restaurante. Lá pediram peixe, a especialidade da casa, e arroz. Stephaníe mal tocou na comida muito bem preparada. Dean pediu vinho e ela bebeu mais que de costume, sentindo o rosto se ruborizar à medida que a refeição prosseguia. Estranhou o seu pró¬prio estado de espírito. Reparava em Dean como se nunca o tivesse visto antes. Ele significava tudo para ela. ...

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