Livro: Além das aparencias Página 2

... a um laivo de temperamento sardônico. Ou seria apenas sua imaginação? — Pois eu o acho muito atraente, fique sabendo. — Acredito que alguém possa achá-lo atraente. E ele, sem dúvida, está a par disso. — Caroline lembrou-se dos elogios de Ned sobre sua amizade com o mais velho dos irmãos Ogden. No entanto, aquelas histórias tinham mais a ver com as façanhas do capitão às mesas de jogo londrino do que com seus serviços para a coroa real. Isabel não podia conter seu entusiasmo: — Isto é incrível! Ned falou que o capitão Ogden é malandro e devasso, o comprador ideal para o par de cavalos negros. Em vez de correr para cumprimentar os três cavalheiros, Caroline e Isabel mantiveram-se fora da vista quando os homens entraram no salão, recebidos por Plummer, o capataz e antigo mordomo dos Sunnyslope. — Seu pai não está em casa esta manhã, milorde. Mas talvez queira tomar o café da manhã com seus convidados na sala de desjejum. Ned interrompeu o mordomo, com sua voz alterada, num desejo de exaltar os convidados: — Sim, Plummer. Café para o capitão Thomas Ogden e sr. Simon Ogden. E não perturbe mamãe ainda. Avise no estábulo que veremos a parelha às onze horas. O relógio acabara de bater as dez. Caroline tinha muito tempo para se preparar para a deliciosa travessura que ela e Isabel haviam planejado. —Está tudo pronto?—sussurrou-lhe Isabel, pela segunda vez. — Sim, tudo. Sem dúvida teremos grande sucesso. —Ned jamais aceitará isso. — Isabel deu um risada misteriosa. Caroline desejou gargalhar só de imaginar a reação do querido Ned. Esfregou as mãos, tentando imaginar o olhar de espanto no rosto dele quando a brincadeira começasse. Isabel foi procurar seu irmão mais novo, Henry, e a caçula, Becky, que tanto apreciava atormentar o irmão Ned. Caroline subiu a escada em direção a seu quarto. — Srta, Caroline — chamou a governanta. — Lady Barstow quer vê-la na sala de estar. — Agora? Eu es ...

ava prestes a. — Há uma carta de sua mãe, acredito — interrompeu a sra. Wood. Caroline correu ao encontro de tia Letícia. Como sentia falta de sua querida mãe, tão longe na Suécia! Rezava para que a carta anunciasse uma visita de lady Clarissa Parker para breve. Mas, quando entrou na sala, ficou intrigada pela expressão de desgosto de sua tia. Abanando-se com o leque rendado, a roliça e louvável condessa de Barstow, reclinada num sofá de veludo, mordiscava o lábio. Ao ver Caroline, indicou-lhe que se sentasse, segurou a carta e disse: — Sua mãe chegará dentro de alguns dias. — Maravilhoso! Não a vejo há quase um ano. Caroline não achava ninguém mais bonita, cordata e adorável do que sua mãe. Implorara para acompanhá-la de volta à capital real sueca quando o período de luto por sir Quentin terminou, mas lady Clarissa não a ouviu. Prometera ao embaixador britânico que daria continuidade a seus deveres de anfitriã para a embaixada, assim como quando seu marido era vivo. Caroline permanecera com seus primos em Sunnyslope, o lar de Clarissa na juventude. — Estou preocupada, meu bem. Temo que eu tenha decepcionado sua mãe. — Não entendo, titia. — Clarissa pretende prepará-la para ir a Londres em abril, para a temporada de festas, e sei que espera. — As férias escolares! — exclamou Caroline. — Pensei que todos concordassem que Isabel e eu faríamos o début juntas, algum dia. — Sua mãe é muito insistente. Quer que você se inicie na sociedade este ano. Sua tia Augusta concordou em dar assistência. — Não! Caroline temia todo e qualquer contato com Augusta Stolper, a irmã mais velha de sua mãe. A despeito do fato de o marido de tia Letícia, Jeremy Mortimer, conde de Barstow, ser o chefe formal da família, sua irmã Augusta havia anos governava com modos altivos e dominadores. — Por que mamãe faz isso conosco? — Admito que não compreendo. E você está mal preparada, minha querida. Clarissa pen ...

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