Livro: Desafios da paixão Página 2

... olhos neste homem, mas qual a mulher — sinceramente! — que esquece o seu primeiro amante? Não, Cairo jamais esquecera completa¬mente Raphael Antônio Miguel Montero. Como poderia, sendo Rafe Montero o conceituado ator meio espanhol, meio americano conhecido no mundo inteiro, e, mais re-centemente, diretor de um filme ganhador de Oscar, Work of Arf! Ele olhava Cairo friamente agora. — Realmente não tem nada a me dizer, Cairo? — Disse-lhe tudo o que era preciso na última vez em que nos encontramos — ela respondeu com rispidez, enquanto procurava desesperadamente entender por que Rafe estava ali, naquela vila remota, nas colinas acima da cidade pito¬resca de Grasse. Rafe fez uma careta ao se dirigir para a traseira do carro. — Faz tanto tempo que já esqueci — ele disse com voz arrastada, antes de abrir o porta-malas do carro e começar a tirar as bagagens, que colocou no chão, ao seu lado. Cairo só podia ficar ali, fitando o homem que uma vez ocupara o seu coração de moça de 20 anos, assim como a sua cama. Agora, com 30 e muitos anos, Rafe estava ainda mais bonito do que oito anos atrás. Alto, os cabelos escuros afas¬tados do rosto rudemente talhado, cuja pele morena, herda¬da do pai espanhol, dava densidade aos olhos azul-celeste hipnotizantes. O nariz comprido e aquilino e os lábios cur¬vos ficavam acima do queixo quadrado com uma covinha no centro, que todas as mulheres achavam tremendamen¬te sexy. E a camisa pólo preta e o jeans desbotado que ele vestia acentuavam a largura musculosa de seus ombros, a cintura afunilada e as coxas magras e fortes acima de pernas compridíssimas. Cairo sacudiu a cabeça. Tudo bem, mas nada disso ex¬plicava o que ele estava fazendo ali, tirando as bagagens da mala do carro. — O que acha que está fazendo? Ele se endireitou. — Instalando-me, é claro. Pegue uma das malas, sim Cairo? — Ele pendurou uma sacola no ombro e pegou as duas maletas, deixando apenas uma mochila no chão. — Pe ...

ar uma.? Rafe, você não pode. O que você quer dizer, está se instalando! — ela repetiu, incrédula. — Exatamente o que disse — dando de ombros, encami¬nhou-se para ela. Cairo instintivamente recuou um passo. — Eu. mas. Não pode! — Por que não? — ele perguntou calmamente. — Porque. porque. — Pare de balbuciar, Cairo, e traga essa mala para dentro. — Ele nem interrompeu aqueles passos largos que rapida¬mente o levavam para dentro da vila. Para o refúgio de Cairo, após meses, anos, sem um mo¬mento de paz. A paz que Rafe Montero destruíra quando sal¬tou daquele carro. Ela correu para alcançá-lo e depois lutou para acompa¬nhar os passos largos dele. — Rafe, o que está fazendo aqui? — Eu poderia lhe perguntar o mesmo — ele replicou, sem sequer olhar para ela. — Onde estão Margo e Jeff? — Não estão aqui — ela respondeu. Embora Cairo desejasse que estivessem, pois sua irmã e o marido talvez soubessem explicar o que Rafe Montero fazia por ali, na vila de férias deles! — Não? — Ele arqueou as sobrancelhas escuras. — Fo¬ram passar o dia fora, ou só estão fazendo compras nas redondezas? — Nem um nem outro — Cairo sacudiu a cabeça, exas¬perada. — Rafe, quer parar e me explicar o que está acon¬tecendo? — Sua voz elevou-se, agitada, quando ela parou, frustrada, apertando as mãos nos quadris estreitos. Rafe colocou lentamente as malas dentro da vila antes de empurrar os óculos escuros para a testa novamente e olhar para Cairo, tentando se ajustar à presença dela. Fazia oito anos desde que vira esta mulher. Oito longos anos. Foi um choque terrível dar de cara com ela novamente depois desse tempo todo. Um choque? Droga, ele ainda estava abalado. Se isso era possível, Cairo Vaughn estava ainda mais lin¬da. Talvez um pouco magra demais, ele observou, franzindo ligeiramente a testa. Aquelas curvas estavam muito esbeltas agora. Mas seus cabelos continuavam ruivos e compridos, e as perna ...

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