Livro: Ajudante de Papai Noel Página 3

... Noel chegou! — Eu quero ver, papai! Eu quero ver! Me pega no colo. Eu sou muito baixinha. Charles pegou a filha no colo e a abraçou. Era muito bom senti-la vibrante, feliz, coisa que raramente acontecia desde que a mãe dela fora embora. — Está dando para você ver agora? — Charles perguntou. — Está. Mas esse Papai Noel é muito magrinho. O outro era mais gordo. — Claro — ele concordou com o comentário de Mindy e não entendeu o porquê do shopping ter contratado um Papai Noel tão magro. O bom velhinho naquele instante acabara de se sentar numa ampla cadeira que se encontrava sobre um tablado e começava a atender as crianças. — Sabe o que eu vou pedir para o Papai Noel? — O quê? — Charles beijou o rosto da filha. — Vou pedir um bebê que chora e faz xixi. Vou pedir uma Barby e. — Mindy ficou na dúvida. — Será que eu posso pedir mais uma coisa? — Eu acho que pode. — Bem, então eu vou pedir uma bicicleta. Charles respirou aliviado. No último Natal, a única coisa que Mindy queria do Papai Noel era que o bom velhinho lhe trouxesse a mãe de volta. — Uma bicicleta do seu tamanho, espero — Charles brincou. — Claro! Com uma bicicleta muito grande eu vou cair. Mas será que eu posso pedir mais coisas ao Papai Noel? — Acho que pode, sim. — Quantas coisas ele pode me trazer? — Tantas quantas couberem no saco dele. — Acho que não vou querer a bicicleta. — Não? — Charles olhou para a filha. — Não, acho que vou querer mesmo uma outra boneca. Aquela que fala com a gente. — Você é quem sabe. — Por que o Papai Noel está dizendo ho, ho, ho? — O Papai Noel sempre diz ho, ho, ho, filha — Charles achou que tal resposta poderia satisfazê-la. E foi exatamente o que aconteceu. A fila foi andando bem devagar. E Mindy, muito ansiosa, falava sem parar, fazendo muitas perguntas. Com muita paciência, Charles respondia a todas. Um garotinho que estava na frente deles com a mãe, começou a grita ...

: — Ho, ho, ho! — Por que esse menino está gritando ho, ho, ho, papai? — Não sei, filha. — Não gosto de gritos. Ele poderia falar mais baixinho. — Eu também acho. Dez minutos mais tarde, chegou a vez do garotinho falar com o Papai Noel. — O que quer que eu lhe traga, meu bem? — o Papai Noel perguntou, num tom bem grosso de voz. O menino, porém, se mantinha calado, olhando desconfiado para o bom velhinho. — O que quer que eu lhe traga, meu bem? — o Papai Noel insistiu. — Meu nome não é meu bem. Eu me chamo Joel — o garoto finalmente falou. — Que nome mais bonito. Venha sentar-se no meu colo, Joe. Hesitante, o menino subiu no tablado e foi sentar-se no colo do bom velhinho, que lhe perguntou: — E o quer que eu lhe traga Joe? — Você não tem cheiro de Papai Noel — Joe disse com convicção —, você tem cheiro de uma. — Ho, ho, ho! — O Papai Noel apressou-se em interrompê-lo e emendou; — Vamos, me diga quais presentes eu devo trazer para você. — Tá tudo aqui — ele entregou uma lista ao Papai Noel. — Eu quero. Eu quero um computador novo, uma bicicleta, um skate, uma prancha de surf, uma bola de basquete. — Certo. Vou ver o que posso fazer. — Mas eu ainda não terminei — Joe olhou de maneira desafiante para o Papai Noel. — Então, termine. — Papai, a gente não trouxe uma lista? — Mindy perguntou, se mostrando profundamente intimidada. — Trouxemos aquela que a gente fez lá em casa. — E o que tem na lista? Charles tirou um pedaço de papel do bolso e leu: — Uma boneca que faz xixi e que chora, uma Barby e um bebê que fala quando a gente aperta a barriguinha dele. — É mesmo! — Mindy deu ura sorriso nervoso. — O bebê! Agora há pouco eu disse que era uma boneca. — Fique com a lista, filha. — Charles estendeu-lhe o pedaço de papel. — Para quê? — Para entregá-la ao Papai Noel. Mindy pegou a lista e pediu ao pai que a colocasse no chão. Agora que a garota ...

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