Livro: Ajudante de Papai Noel Página 2

... sitada para uma menina tão nova que, na certa, esperava uma visita do bom velhinho na véspera do Natal. — Por favor, minha querida — Jill voltou a pedir, sentindo as mãos completamente úmidas —, feche a porta para mim. Papai Noel só está dormindo um pouco. A garota, não esboçou o menor gesto e continuou parada, sem se mexer. O pavor de Jill aumentava e ela sabia que precisava fazer algo para controlá-lo. Então, inspirou profundamente várias vezes. Na sua cabeça, mil imagens violentas a lembravam do risco que corria. Precisava fugir de qualquer jeito! O Papai Noel esboçou um sorriso. — Viu só? Agora ele está sonhando — ela disse à menina. — Seja boazinha e feche a porta para mim. Mas, pelo jeito, nada faria com que a menina saísse daquele estado de completa perplexidade. Afinal, não era sempre que se podia ter o Papai Noel à disposição, mesmo que estivesse dormindo. Jill agora olhava ora para um, ora para outro e se dizia em pensamento que os homens de Maury não poderiam fazer nada com ela ali nas dependências do shopping. Tinha muita gente e. — Mas eu não posso me arriscar. — Ela se levantou e se aproximou da porta. — Com licença, minha gatinha. O Papai Noel precisa descansar. A garotinha, por fim, mexeu-se e Jill pôde fechar a porta. Sem perda de tempo, voltou a se abaixar ao lado do Papai Noel. — Vamos acorde! Tem um montão de crianças lá fora querendo falar com o senhor. Mais um sorriso estampou-se no rosto do bom velhinho e, parecendo em paz com o mundo, cofiou a barba branca que desprendeu-se do seu rosto. "Pelo jeito ele só vai acordar amanhã", Jill concluiu em pensamento, quando um plano começou a se formar em sua mente. "Não. Eu não poderia. Não seria justo!" — Vamos, Papai Noel, acorde! — ela ainda insistiu e, desta vez, foi ele quem nem se mexeu. — Meu Deus, me ajude! Será que eu estou ficando louca? Mas se não arrumar um jeito de me esconder, os homens do Maury vão me descobrir e ...

aí. "Vá em frente como seu plano", uma voz interna aconselhou. "Vá em frente, Jill Morgan! Caso contrário, você estará perdida!" Ela, então, olhou para o Papai Noel e disse: — Se o senhor estiver usando outras roupas sobre estas vermelhas, estarei salva! CAPÍTULO I Charles Spencer detestava aglomerações. E detestava filas, também. Mas pela sua filha Mindy, de sete anos, que queria muito sentar-se no colo do Papai Noel, faria qualquer sacrifício, ainda mais depois do último ano doloroso que ela havia passado. — Papai? — Mindy puxou-lhe o braço, os olhos verdes brilhando ansiosos. — A que horas o Papai Noel vai chegar? — O Papai Noel já deveria estar aqui, filha — ele disse e olhou para o relógio. — Tenha um pouco mais de paciência. — Eu tenho paciência, mas quero ver o Papai Noel. — Vamos tomar um sorvete, enquanto o esperamos? — Se a gente for tomar sorvete vamos perder o nosso lugar na fila. — É verdade. — Charles concordou. — Mas você pode ficar na fila, enquanto eu vou comprar sorvete, não pode? Charles teve vontade rir. Mais uma vez Mindy estava testando-lhe os limites e parecia enxergar o quanto se sentia inseguro por agora ter de criá-la sozinho. Tal comportamento da garota, que havia se exacerbado nos últimos meses, vinha acontecendo desde que a mãe dela, a ex-esposa de Charles, os deixara. — Ainda há pouco você desapareceu e fiquei muito preocupado, minha filha. — Eu não desapareci papai, só estava vendo o Papai Noel dormir. — Mas ele ainda não chegou Mindy. — Charles coçou o rosto, com a barba de um dia por fazer. A imaginação da filha era muito fértil. — Ele chegou, sim. E está atrasado porque resolveu descansar um pouco antes. Eu já disse isso a você. — Sei. — Charles, mais uma vez, duvidou das palavras da filha. — Eu posso? — O quê, Mindy? — Posso ir comprar um sorvete, enquanto você fica aqui na fila? — Olha lá — ele apontou —, o Papai ...

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