Livro: A maldição dos rubis Página 3

... ue não estaria completamente a salvo enquanto não chegasse à casa da irmã. — Bem, muito obrigada, então — ela agradeceu mais uma vez. — Foi muita gentileza sua. Ele tornou a sorrir, enquanto Elizabeth colocava o cinto de segurança. Foi nesse momento que o chofer se aproximou, cor¬rendo. — Senhor, esqueci de fechar o tanque da srta. Wyatt! Elizabeth sentiu como se o coração parasse de bater de repen¬te. O estranho olhou furioso para o motorista e não disse nada. Sem esperar mais nem um segundo, ela ligou o motor e saiu em disparada, cantando os pneus. — Seu estúpido idiota! — ainda ouviu o estranho xingando o empregado. Então tinha razão, de fato estava sendo seguida! Caso contrá¬rio, como é que o motorista podia conhecer o seu nome? Blackthorne. Parecia já ter ouvido esse nome em algum lugar, mas não conseguia lembrar onde. Afinal, por que aquele desconhecido estaria interessado nela? Continuou pisando fundo no acelerador: precisava chegar em casa o mais rápido possível, antes que a limusine a alcançasse! Foi Jeremy quem lhe abriu a porta e, depois de um rápido cumprimento, voltou imediatamente para a sala. Elizabeth fechou a porta, tirou o casaco e o pendurou. — Quem era? — escutou uma voz de homem perguntando lá dentro. — Elizabeth — Jeremy respondeu, já sentado no antigo e des¬botado sofá verde e os olhos fixos na televisão. Alguns rostos se viraram para olhá-la, mas logo voltaram a se concentrar na tela. Elizabeth sorriu, era bom estar em casa. sã e salva! Neste momento apareceu Melanie, vinda do quarto. — Olá, Elizabeth! Faz tempo que chegou? — Dez segundos — Jeremy respondeu, sem se virar. — Fez boa viagem? Elizabeth hesitou. Será que devia contar à irmã a respeito do estranho que a tinha seguido? — Fiquei sem gasolina — disse, enquanto tirava o suéter, pois estava quente lá dentro. — Ei, por que um fogo tão alto na lareira? — Porque somos trogloditas! — Jeremy afinal ...

esviou o olhar da televisão e a fitou com um sorriso. — Precisou caminhar até um posto? — Melanie perguntou, e Elizabeth meneou a cabeça. — Não, eu. Bem, alguém parou para ajudar e me deu um pouco de gasolina. — Que mais poderia dizer? Se falasse que uma limusine a tinha seguido desde Londres, eram capazes de achar que estava ficando louca. e pretensiosa. Sentou no sofá, suspirando. Será que estava ficando louca? — Que sorte! — Melanie comentou, acendendo um cigarro e atirando o palito queimado no cinzeiro. — Elizabeth, o piano está livre, se quiser pode praticar suas vocalizações. — Já fiz meus exercícios de hoje. Ela jamais deixava de praticar as escalas, nem mesmo quando estava doente. Deixar de treinar, ainda que por um dia, enfra¬quecia ligeiramente a voz, obrigando-a a um esforço redobrado para retornar à condição original. Para uma cantora, significava um dia desperdiçado. — Nicky trouxe a percussão eletrônica; amanhã mesmo po¬demos começar a trabalhar na nova canção — Melanie falou. — Até Jeremy se ofereceu para ajudar! — O quê?! — Jeremy protestou. — Que mentira! Elizabeth desligou-se da conversa, imersa nos próprios pensa¬mentos. Fazia tempo que Nicky prometia trazer o aparelho de percussão eletrônica, mas nunca o fazia. Não podiam usar uma bateria normal, pois os vizinhos reclamavam do barulho, e nem podiam comprar a eletrônica, pois custava caro demais. Fitou Nicky do outro lado da sala, jogando gamão e ganhan¬do. Ele sempre ganhava nos jogos; era uma dessas pessoas que não admitia sair perdendo em nada na vida. Pessoas assim em geral conseguem ir muito longe. Fazia já dois anos que ele empresariava Elizabeth e Jeremy. Extremamente organizado, foi Nicky quem os tirou do amadorismo para transformá-los em pro¬fissionais da música. Elizabeth não saberia dizer se ela e Jeremy chegariam mesmo a fazer sucesso, mas era certo que o fato de serem empresariados por Nicky Henderson lhes ...

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