Livro: Um toque de sedução - Regan Allen Página 2

... das da floresta protegiam sua família. Mas Solomon não tinha tanta certeza; inclinou a cabe¬ça e dilatou as narinas que inalavam o perfume das árvores, enquanto dançava ao redor de um círculo imaginário. — Calma — Stephen disse sorrindo a Solomon, batendo no seu pescoço. — Há apenas amigos aqui. Respirando fundo, ele deixou que o ar fresco invadisse seus pulmões. Era isso que perdera em todos aqueles meses que ficara em Londres. A floresta era o coração das proprieda¬des dos Anthony, o coração do vale. Era seu lar. Solomon relinchou como se estivesse desconfiado, e Stephen sentiu seu sorriso desvanecer. Mesmo sentindo-se em casa, não poderia ficar apenas no vale. O dever em Londres exigia sua presença. Até as fadas deviam perguntar a razão pela qual ele se ausentava com tanta freqüência. Ou então conspiravam para mudar seu destino? Também elas desejavam casá-lo rapidamente para assegurar um herdeiro? Lady Vivian era esperada a qualquer momento e, quando chegasse, Stephen a pediria em casamento. Uma noiva nobre, uma linha de sucessão segura, seu dever cumprido. Por que então não se sentia feliz? A um ponto do caminho, ele mudou de direção e em pouco tempo saía da floresta. Por que aquela sensação de que havia deixado alguma coisa para trás? Rapidamente, atravessaram os campos em direção da casa de campo situada entre a floresta e a aldeia. A casa original tinha sido construída para abrigar os fazendeiros dos perigos da floresta. Seu avô a tinha derrubado para construir uma casa de três andares, com extensos jardins e belos gramados. Era o tipo de casa que a graciosa Vivian certamente iria adorar. Stephen precisava se convencer de que era um homem afortunado. Solomon relinchou novamente ao se aproximarem das colunas do pórtico da frente da casa. O cavalo protestava por ter interrompido sua cavalgada matutina, mas o dia de Stephen seria cheio. Além dos habituais deveres, precisava se assegurar de que tudo estava s ...

ndo providenciado para a festa. Puxando as rédeas, ele fez Solomon parar, mas não seus pensamentos. Ao desmontar, um cavalariço se apressou a ir ao seu encontro. Através das colunas, ele pôde ver um cria¬do abrir a larga porta da frente. Subiu os degraus que leva¬vam à casa e entrou, os saltos das botas batendo no mármore branco do vestíbulo. Reams, o mordomo, esperava por ele ao lado de uma mesa no centro de um espaço sob a cúpula da casa. — Bem-vindo, Vossa Graça — Reams o cumprimentou, a voz ecoando por todo o vestíbulo. Stephen poderia jurar que até as estátuas nas alcovas ao seu redor tinham piscado. Embora Reams não fosse alto nem imponente, sua aguda eficiência não tolerava desvarios. Seu cabelo prateado, penteado com brilhantina, não apresentava um só fio fora do lugar e seu casaco e calças pretas estavam sempre impecáveis. — O Sr. Michaelson o espera na biblioteca para falar sobre as propriedades — o mordomo informou, empinando o nariz. — E o reverendo Swithy solicita uma audiência hoje, se possível. Stephen balançou a cabeça, desanimado para participar de mais uma reunião. Não podia recusar o encontro com o vigário da maior igreja da propriedade. O dever o chamava novamente. Mas, ao balançar a cabeça, seu olhar pousou na galeria de quadros à sua direita, onde os retratos da família estavam expostos. Sentindo um estranho arrepio percorrer sua espinha, ele franziu o cenho ao notar que alguém ali os observava. A des¬peito de o dia estar muito agradável, a estranha figura estava coberta por uma longa capa verde com capuz. Ele não podia ver o rosto nem o corpo, mas a baixa estatura o fez acreditar tratar-se de uma mulher. — Quem é? — ele perguntou ao mordomo, apontando-a com o queixo. Reams seguiu o olhar do duque e ficou tenso. — Desculpe-me, Vossa Graça. Nós permitimos visitantes quando o senhor não está em casa. Eu a mandarei embora. Stephen sabia que deveria deixar aquele assunto por con ...

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