Livro: Caminhos Cruzados - Miranda Lee Página 3

... ade, Emily só percebera que estava apaixonada quando, há um mês mais ou menos, Sebastian anunciou que ele e sua namorada, Lana, uma supermodelo, tinham terminado o relacionamento e que Lana planejava casar-se com um conde italiano que conhecera durante uma semana de moda em Mi¬lão. O prazer desmedido de Emily com essa notícia fora muito significativo, assim como seu arrependi¬mento por ter mudado seu visual para chamar menos atenção e conseguir o emprego de governanta na casa de Sebastian Armstrong. Naquela época, ela queria desesperadamente qualquer emprego e tinha sido ad¬vertida que o mais qualificado solteirão da Austrália provavelmente não contrataria uma loira de trinta e três anos com um rosto bonito e uma aparência pro¬vocante. Aparentemente, o magnata da telefonia celular es¬tava tentando achar uma governanta adequada fazia algumas semanas e expressara sua insatisfação com o número de candidatas extremamente glamourosas e sensuais. Aumentando sua idade em alguns anos, tingindo seu cabelo para sua cor original, castanho médio, colocando óculos e vestindo roupas largas, Emily con¬seguira o emprego. Livrara-se dos óculos algumas semanas depois, fingindo aceitar o conselho de Sebastian para que fi¬zesse uma cirurgia a laser. Mas mantivera o cabelo castanho preso num coque e as roupas comportadas. Até semana passada. Emily sabia muito bem que não era adequado comparecer a uma entrevista de trabalho vestida de forma deselegante. Então, vestira-se com estilo para a ocasião. Sebastian mal a reconheceria. Talvez se ela. — Não, não — Emily murmurou para si mesma enquanto caminhava até os fundos da casa. — Ele nunca vai olhar para você dessa maneira, não importa o que você faça, então, nem pense nisso. Emily bravamente deixara de lado todos os pensa¬mentos em Sebastian — além das chances pratica¬mente nulas de atraí-lo — até chegar ao quarto dele. Difícil não pensar no homem diante do íntimo cená¬rio ...

e sua vida amorosa, sem falar no perfume da mu¬lher responsável pela ausência de seu patrão. Desde que Emily tornou-se funcionária de Sebas¬tian, só houvera uma mulher na vida dele: Lana Campbell. Com quase trinta anos, Lana estava atual¬mente no topo da carreira de modelo, e era muito pro¬curada para desfiles, especialmente na Itália. Ruiva natural, ela era escultural e cheia de curvas, bem ao gosto dos italianos. Era extremamente inteligente, dona de uma perspicácia que podia transformar-se em sarcasmo caso ela não gostasse de você. Por uma razão ela não gostava de Emily. Mas foi esperta o suficiente para esconder seus sentimentos de Sebastian. Tinha também um temperamento forte. Durante as semanas que culminaram com o rompimento, Emily freqüentemente ouvia Lana reclamando do relacio¬namento deles de forma bastante clara. Certa vez, gritara, em alto e bom som, que Sebas¬tian não a amava. Se a amasse, teria casado com ela. Ou, pelo menos, deixaria que ela fosse morar com ele. Sebastian nunca faria nenhuma das duas coisas. Nem se fosse provocado. Não era um homem que levantava a voz. Tinha ou¬tras maneiras de demonstrar seu descontentamento. Sempre que Lana fazia alguma cena, ele olhava para ela com frieza e se afastava. E Lana fazia outra cena. Mas Emily tinha certeza de que Sebastian amava Lana de verdade, um fato confirmado quando ele voara para Itália há cinco dias, em uma clara tentativa de trazê-la. Mas não teve êxito. Lana casara-se com o conde italiano e a cerimônia recebera toda a atenção da mídia. Sebastian tinha mandado um e-mail para Emily no dia seguinte, uma mensagem curta e breve. Chego a Mascot sábado às sete da manhã. Em casa por volta das oito. Normalmente, seus e-mails para Emily eram um pouco mais amigáveis. Era claro que estaria mal-humorado quando retornasse. Não era uma perspectiva agradável. Nunca aceitaria perder a mulher que amava para outro homem. Mas só Deus sabia o que Lana vira no con ...

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