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A Máscara do Desejo

Livro: A Máscara do Desejo Página 2

Autor - Fonte: Kathryn Kramer

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... juntar à mulher amada no sono eter¬no. Quando a filha tinha dez anos, ele realizara esse desejo. Desde então, Madrigal passara a viver sob a guarda de Ricardo, o duque de Gloucester, que agora era o rei da Inglaterra. — Talvez você cante esta noite — disse o mestre de música. — Soube que haverá pelo menos cinqüenta convidados no salão. — Veremos — Madrigal respondeu com um sorri¬so enigmático, sentindo o olhar penetrante do mestre. Aubin era bondoso e a tratava bem, mas ficava inco-modada com os olhares ardentes que ele lhe lança¬va ultimamente, como se fosse um homem faminto, e ela, um pêssego maduro. Aubin tocou-a no braço numa súplica, depois re¬cuou, desviando os olhos, temendo que ela lesse neles seu anseio. Era superior a ele em posição, uma estrela inacessível, mas ele a queria assim mesmo. Era fas¬cinado por sua beleza, pelos cabelos loiros como a luz do sol, cobrindo-lhe as costas até a cintura e enormes olhos azuis, lábios cheios e rosados como rosas no ve¬rão. Os traços delicados davam a ela um ar angeli¬cal. Com sua figura esguia, as pernas longas, os seios pequenos e firmes, cuja maciez ele sonhava tocar, ela era o sonho de um poeta. Escrevera uma centena de canções para ela. contudo Madrigal jamais saberia. — O duque de Buckingham estará aqui esta noite — ele conseguiu dizer, recuperando a compostura. Madrigal torceu o nariz. — Não tenho grande amor pelo duque. — Não sa¬bia por que o homem despertava sua ira, mas, sem¬pre que estava perto do duque, era como se todo seu ser se encolhesse num sinal de alerta. — E também não gosto dos homens que o cercam. — Não sinto admiração por ele. — Há quem diga que ele pretende a coroa. Aubin a silenciou apressado. Naqueles tempos con¬turbados, não era sensato expressar opiniões. — Se não quer cantar para ele, ao menos cante para mim. Quando Madrigal se abaixou para pegar o alaúde, um pensamento súbito a dominou, colocando um bri¬lho t ...
avesso em seus olhos. — O que acha, Aubin, da canção da serpente e da codorna? — Era uma balada sobre avareza e ambi¬ção, uma provocação que bem poderia pôr o duque de Buckingham em seu devido lugar. — Talvez eu can¬te, afinal. — Não deve correr o risco de provocar a ira de Buckingham! A risada animada foi a resposta. Lady Madrigal ousaria qualquer coisa. Antes que ele pudesse insis¬tir no pedido, ela desapareceu na escada que levava ao seu quarto. Stephen Valentine via as muralhas cinzentas do castelo e resistia ao impulso de voltar. Seguia para um encontro havia muito adiado. O encontro com o rei da Inglaterra. Doze anos havia se passado desde que deixara a Inglaterra. Ricardo seria menos ogro do que havia sido seu irmão? Stephen tinha treze anos quando ele e a mãe ha¬viam fugido para Veneza, terra onde ela nascera, tentando escapar da ira do rei Edward, um yorkista. Vítimas da guerra que alguns haviam chamado de Guerra das Rosas, eles tinham perdido todos os bens na Inglaterra, e o pai de Stephen fora executa¬do como traidor. Após uma batalha, Howard, irmão de Stephen, desaparecera, mas Stephen jamais perde-ra a esperança de encontrá-lo. Era perigoso estar do lado dos perdedores, e as¬sim fora para a Casa de Goodwin, que lutara tão valentemente pela causa do rei de direito, o rei Henrique VI, um lancasteriano. Enquanto não vinga¬va a morte do pai e não recuperava os bens da fa¬mília em território inglês, Stephen adotara o nome Valentine e vagara como um vagabundo por um tem¬po. Tornara-se um homem que conhecia os caminhos do mundo, viajando em caravanas de ciganos e com trovadores errantes, até finalmente se estabelecer em Veneza como um nobre mercador, e lá fizera uma pequena fortuna no ramo do vidro. Agora, aos vinte e cinco anos de idade, ele voltara à Inglaterra para reclamar as terras que eram dele por direito. Terras que haviam sido dadas a Arthur Renfred. Renfred. O nome era o suficiente para trazer de v ...

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Comentários:
Aidil Ribeiro de Oliveira : Bom..
minuche: ufa" enfim ficam juntos os dois pombinhos.credo,q tantas idas e vindas e tantos desencontros e armações.fiquei muito cansada de tanto navegar,guerrear,armar contra e tudo o mais...mas quem tem verdadeiros amigos sempre será feliz no final de sua busca pela felicidade.gostei..
Paula: Emocionante!.
Haila.: Muito mas ela so vivi se perdendo.
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