Livro: Amor Aventureiro Página 2

... o caçador de recompensas ficou no seu raio de visão, ele não pôde conter uma risada. O sujeito com a voz grossa e ameaçadora era um pobre-diabo magricelo, que tinha um olho de vidro e era muito mais velho que o companheiro. — Droga, Jake, venha até aqui e o amarre! O rapaz afastou-se do balcão depressa, adiantando-se na direção de ambos. — Esse é realmente Cole Wagner? — perguntou um dos fregueses. — O primeiro e único — declarou Jake com certa ar¬rogância, agora que sabia que o fora-da-lei não poderia lhe fazer nenhum mal. — Ou talvez prefira ser chamado de Sr. Fora-da-lei. Olhem para ele! Estava falando com toda a confiança um minuto atrás e agora não é nada. Aposto que eu poderia tê-lo acertado. — Pegou a corda que Perkins lhe entregou. — Bem, se o valentão não for enforcado, é provável que morra atrás das grades. — É melhor esperar que sim — avisou-o Cole —, pois se eu sair, você é um homem morto. — Cale-se, Jake — ordenou-lhe Perkins. — Se quer se vangloriar tanto, espere até termos recebido nosso dinheiro. Uma súbita confusão de vozes dissipou o silêncio do saloon, enquanto os dois homens levavam o prisioneiro para fora. Perkins agia com toda a cautela. Jake, por outro lado, ia dando empurrões desnecessários no fora-da-lei. Enquanto Cole subia no cavalo e se ajeitava na sela, o rapaz adiantou-se para frente, prestes a impor¬tuná-lo outra vez. Com o jovem ajudante entre ele e o prisioneiro, Perkins não teve como evitar o que aconteceu em seguida. Cole ergueu o pé bruscamente, a ponta da bota acer¬tando Jake no queixo. O rapaz caiu para trás, desabando em cima do comparsa, e ambos foram ao chão. Quando Perkins conseguiu se levantar, Cole já galopava para lon¬ge pela rua poeirenta. O caçador de recompensas atirou várias vezes, mas o homem procurado já desaparecera no meio da noite. CAPITULO I Independence, Missouri, 1874. Bethany Alexander pousou as mãos no colo, ten ...

ando parecer à vontade, embora as cadeiras de sua pequena suíte de hotel fossem um tanto desconfortáveis. — Fiquei satisfeita em ver que você já estava com tudo pronto e à espera de nossa chegada. Pelo que notei, todas as minhas instruções foram seguidas à risca, não é? — perguntou ela ao homem corpulento sentado à sua frente. — Fiz tudo o que solicitou em suas cartas — assegurou John Smyth à rica e bela ruiva. — Contudo, tive um problema com seu telegrama. — Oh, é mesmo? — O telegrafista deve ter interpretado mal a sua men¬sagem. Dizia algo sobre contratar um fora-da-lei. — E o que exatamente você não entendeu? Ele limpou a garganta. — Como espera que eu faça algo assim? — Ora, sou eu que estou lhe pagando por seus serviços, não ao contrário. Cheguei à conclusão de que um assal¬tante de banco ou alguém dessa natureza seria perfeito. — Aparentemente, não considerou a impossibilidade des¬se tipo de negócio, ou o perigo em contratar um malfeitor. — Oh, pensei, sim, Sr. Smyth. — Beth inclinou-se para a frente, o brilho do entusiasmo iluminando seus olhos. — Estou à procura de um homem que possa me mostrar o verdadeiro Oeste! E quem melhor para isso do que um autêntico fora-da-lei? Estou desapontada com o fato de que, desde que parti de Boston, ainda não vi um homem sequer usando sua arma à cinta. — Posso lhe assegurar que as pessoas daqui são tão civilizadas quanto as de Boston. E, ao contrário da ima¬gem que parece ter em mente, homens procurados não andam por aí exibindo as arnias, nem ficam disponíveis para serem contratados. Costumam ser capturados e le¬vados para a cadeia. Por que uma mulher de tanta classe iria ter uma idéia daquelas?, perguntou-se Smyth. Certamente, não poderia ser pelo dinheiro. Bem, não era de sua conta. Assim que ela partisse de Independence, a parte dele naquele ar¬ranjo estaria cumprida. — Se não pode conseguir o que quero — declarou Beth calmamente ...

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