You are using an outdated browser. For a faster, safer browsing experience, upgrade for free today.
As meninas que vieram das estrelas

Livro: As meninas que vieram das estrelas Página 3

Autor - Fonte: Marcos Aragão Correia

Anterior 3 / 75 Próxima
... ra. - Claro, claro que existem, como me podia ter esquecido?! – e apontando o dedo na delicada face de Sara – Tu és uma bruxa! Imediatamente um coro se levantou na sala, em que todos os alunos sem excepção gritaram, repetindo sem parar: - Bruxa! Bruxa! Bruxa! Sara estava arrasada. Não bastava o dia de ontem, para ainda ter que suportar logo de manhã o desrespeito do professor e dos colegas. As meninas que vieram das estrelas 7 Como que aprovando toda aquela gritaria dos alunos, o professor voltou a se sentar sem pronunciar mais nenhuma palavra. Sara sentia-se perdida de tão humilhada. - Bruxa! Bruxa! Bruxa! – continuavam insistentemente todos os colegas, agora ainda mais alto. Sara desvaneceu-se em lágrimas. - Não sou bruxa! – gritou desesperadamente, mas era inútil pois a sua voz nem se ouvia com o barulho das vozes dos colegas. – Não sou bruxa! – repetiu soluçando. - Bruxa! Bruxa! Bruxa! – continuavam. - Parem, não sou bruxa – tentou ainda mais uma vez, mas já com a voz a esmorecer de tanto soluçar. Reparou que o professor sorria perante aquele triste espectáculo. Nisto, o sentimento de mágoa foi dando lugar a um sentimento de zanga, ela começou a fi car mais e mais zangada, furiosa com toda aquela injustiça. - Parem! – gritou agora mais alto que nunca – Odeio-vos! – disse com grande zanga. De repente, para surpresa de todos, todos os vidros da sala de aulas partiram-se sem razão aparente, caindo no chão em milhares de bocados. Todas as janelas estavam subitamente quebradas. E todos se calaram em consequência. Professor e alunos estavam estupefactos, e o silêncio deles revelava também medo e um pânico controlado. Sara correu para fora da sala, saindo da escola o mais depressa que pôde. Conhecia uma pequena loja que vendia livros, revistas e objectos, tudo relacionado com o paranormal, na qual tinha fi cado muito amiga da dona, a senhora Margarida. Era lá que gastava a maior parte ...
a sua mesada, comprando tudo o que podia para aprender sobre o assunto. Lembrou-se então de ir até lá para pedir um conselho amigo. - Olá Margarida. – cumprimentou Sara logo que avistou a amiga atrás do balcão. - Olá Sarinha! O que te trás por aqui hoje? Não tiveste aulas? Dá cá um beijinho, minha menina linda. – disse saindo do balcão e pondo-se de cócoras enquanto abraçava ternamente Sara. Sara retribuiu o abraço com vigor enquanto ainda enxugava uma lágrima com uma das mangas da sua camisola. Marcos Aragão Correia 8 - O que foi Sarinha? Estiveste a chorar? – perguntou Margarida preocupada. Sara colocou a sua mochila num recanto da loja. - Preciso dos teus conselhos Margarida. – pediu, enquanto alcançou a mão da amiga e a puxou de volta para dentro do balcão. - Sarinha… pareces tão triste hoje. Sara sentou-se numa das cadeiras que existiam ao pé do telefone, tirou um lenço de dentro de um bolso das suas calças de ganga, assoou bem o nariz, e amarrou o atacador de uma das suas sapatilhas que se havia desabotoado ao fugir da escola. - Sabes Margarida, hoje aconteceu algo de estranho. Lembras-te daquele livro que te comprei a semana passada? Tinha lá um capítulo sobre pessoas que são capazes de deslocar objectos. - Sim, psicocinese. Era um capítulo sobre psicocinese – concretizou Margarida. - Sim, isso mesmo! Pois hoje aconteceu-me algo parecido. Acho que foi algo que eu fi z inconscientemente. - O que aconteceu querida? - Sabes, estava hoje na escola, e cheguei um pouco atrasada. O professor, que sabia que eu me interessava muito pelo paranormal, começou a gozar comigo, e depois os outros alunos fi zeram o mesmo. Fui completamente humilhada. Chorei muito, e depois fi quei tão zangada que disse a todos eles que os odiava. Algo que até agora nunca tinha dito a ninguém. – lamentou ainda meia chorosa. – Foi então que todos os vidros da sala se partiram, e tenho o pressentimento de que ...

Anterior 4 / 75 Próxima
Comentários:
Deixe aqui seu comentário sobre este livro:
Nome:
Comentário: