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As meninas que vieram das estrelas

Livro: As meninas que vieram das estrelas Página 2

Autor - Fonte: Marcos Aragão Correia

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... dirige-se à janela do seu quarto, e através do vidro olha para o céu. Embora ainda não fosse noite, uma estrela já era bem visível. Sara fi xou-a. E para ela sussurrou: As meninas que vieram das estrelas 5 - Por favor, ajuda-me! – E a estrela pareceu responder cintilando com maior intensidade. O senhor João, convicto que o castigo tivera sido sufi ciente, sai do quarto de Sara, tendo sido seguido imediatamente pela senhora Teresa. - Julgo que ela irá pensar melhor daqui para a frente. – disse à esposa. - Ela tem que compreender que embora sejamos ricos, ela tem que estudar e trabalhar para ser alguém na vida. – responde a senhora Teresa concordando. Sara mal havia dormido. O seu despertador soou intermitentemente marcando as seis horas e meia da manhã. Era um novo dia, mas a mesma rotina. Ela levantou-se logo da cama, pois não havia tempo a perder. Tinha ainda que tomar banho, tomar o pequeno-almoço e lavar os dentes, de forma a estar pronta às sete e meia, hora em que o motorista da empresa do pai a vinha buscar para levá-la à escola. - Bom dia, Eduardo! - Bom dia, menina Sara! – respondeu gentilmente o motorista enquanto Sara entrava na parte de trás do carro. – Então como foi o seu Domingo? - Mau. quero dizer. – apressou-se a corrigir - . razoável. E o seu Eduardo? - Igual aos outros, quando temos pouco dinheiro, não temos muitas alternativas nesta sociedade. Mas que se passou com a menina.? Vejo que parece algo triste. - Bem, um pouco, é verdade. O meu pai rasgou o meu livro preferido, e proibiu-me de ler tudo o que tivesse a ver com magia. – confessou, cabisbaixa. - Mas porquê o senhor doutor haveria de fazer uma coisa dessas? - Porque ele é cego. julga que a vida é só dinheiro. – respondeu prontamente Sara. - É. o dinheiro em si não traz felicidade. Sabe menina Sara, sempre fui pobre durante toda a minha vida, os meus pais eram pobres, a minha esposa é pobre, eu mesmo trabalho do ...
e horas por dia, durante seis dias por semana, mas se há alguma coisa de que eu me posso orgulhar é de que sempre dei tudo o que de melhor podia dar à minha família. Com o melhor digo respeito, apoio, carinho, coisas muito mais importantes que o dinheiro. Marcos Aragão Correia 6 – olha para Sara pelo retrovisor. – Mas não fi que triste, menina, porque de resto a menina tem tudo: saúde, inteligência, beleza… e bondade. - Pois, é verdade que existem meninas e meninos em muito pior situação do que eu. – afi rma Sara olhando para fora do carro – E eu queria tanto ajudá-los. – murmurou. Cerca de quarenta minutos depois, Sara chega à escola. Tinha havido um acidente numa das estradas pela qual passaram, e o trânsito encontrava-se algo congestionado. O toque de entrada havia já soado, e Sara correu para a sala de aulas. - Bom dia senhor professor, desculpe o atraso. O professor olhou para Sara com ar de mau. - Não me digas que foi um duende que te fez atrasar?! – diz o professor ironicamente, provocando gargalhadas entre os alunos. O professor de Sara havia recebido instruções dos pais dela para que combatesse fi rmemente quaisquer crenças da fi lha em relação ao sobrenatural. - Não – responde envergonhada – houve um acidente e. - Já sei, uma bruxa má despistou-se! – interrompeu bruscamente o professor, provocando ainda mais gargalhadas. Sara calou-se, pois não sabia mais que dizer. Ela estava ali em pé, entre a porta e a secretária do docente, de cabeça baixa, embaraçada, sentindo-se humilhada. - Então, perdeste o pio? – continuou o professor. – Ou continuas mergulhada nesse mundo irreal de fantasia, hã? Não existem bruxas! – gritou irritado. Sara magoada, gritou de volta: - Existem sim! Existem bruxas e feiticeiros! Fez-se um silêncio enorme na sala. Todos se admiraram da coragem de Sara para responder assim ao docente. O professor levantou-se da secretária e dirigiu-se para Sa ...

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