Livro: Casamento de confiança Página 2

... he levava uma eternidade secar o cabelo, comprido, loiro e muito encaracolado, assim, depois, não se incomodou em tratar de domá-lo. A viagem ao Port Douglas por rodovia seria bastante largo, e já teria tempo de fazer uma trança antes da entrevista, às três da tarde. Depois de assegurar-se de que tinha guardado tudo na mochila, Hannah se despediu dos amigos que tinha feito no albergue e se dirigiu ao Boardwalk Café, para tomar o café da manhã algo e, com um pouco de sorte, encontrar a alguém que fora de caminho para levá-la. A gente da zona estava acostumada ser bastante amável e gostavam de escutar suas histórias a respeito dos sítios que tinha visitado. «Hoje vai ser um grande dia», disse-se com otimismo, e um sorriso nos lábios. Rosita saiu com o telefone sem fio na mão, indo junto à fonte da colunata, onde Isabella Valeri estava tomando o café da manhã. -Senhora, é Antonio, chama perguntando por você -anunciou o ama de chaves. Embora no dia anterior Isabella tinha celebrado seu octagésimo aniversário, não se sentia como uma mulher de oitenta anos. Certo que seu cabelo era branco, e que sua pele estava enrugada, mas estava sentada muito rígida, e seus olhos escuros não perdiam detalhe do que acontecia a seu redor. Rosita, que levava cuidando-a desde fazia vinte anos, tinha-lhe rogado que permanecesse esse dia em sua habitação, mas Isabella sempre replicava que já teria tempo de descansar quando estivesse morta. Havia assuntos importantes que devia atender. Antonio, seu segundo neto, de trinta e dois anos, seguia sendo o adolescente despreocupado que tinha crescido junto a ela. Tinha que conseguir que sentasse a cabeça, e o tempo era seu, maior inimigo. Se a estava chamando, seria sem dúvida porque necessitava ajuda, como sempre. -Obrigado, Rosita -disse sonriendo a sua velha amiga e confidente. Pôs o telefone junto a seu ouvido-. Que problema tem, Antonio? -Nonna, necessito sua ajuda. -Como não, querido? -respondeu el ...

com um sorriso sarcástico. -Estou em Cape Tribulation e há certo contratempo na plantação de chá, assim terei que me ocupar disso, mas ia entrevistar a três pessoas hoje para o posto de chef no Duquesa Y. -E quer que eu o faça por ti e escolha ao melhor candidato? -inquiriu Isabella suspicaz. Ao outro lado da linha escutou um suspiro de alívio. -Faria-o por mim? Chamarei o escritório do porto esportivo e lhes direi que lhe mandem isso a nossa residência castelo. São três mulheres jovens Y. Esplêndido!, pensou Isabella, alguma poderia ser uma possível algema para o Antonio. Se estavam dispostas a trabalhar a maior parte do dia em um navio, poderiam combinar muito bem com ele, já que era um verdadeiro apaixonado por mar. -.e por seus currículums, que também farei que lhe enviem, parece que contam com anos de experiência. Enfim, como sabe o que procuro é a alguém que tenha um bom repertório de pratos de pescado, porque essa será a especialidade a bordo. Confio em seu critério, nonna. Sua avó sorriu. Se de algo se vangloriava, era de seu bom olho para os cozinheiros. Todos os que tinha eleito para seu serviço tinham resultado magníficos, e a companhia de catering das bodas de seu neto maior, Alessandro, também escolhida por ela, tinha obtido uma aceitação tremenda entre os convidados. -Pode deixar este assunto em minhas mãos, Antonio, fica tranqüilo. -Obrigado, nonna. Verei-te esta tarde. -Fez bem vindo cedo, senhorita 0\'Neill -disse-lhe a recepcionista-, porque o senhor King teve que atender um imprevisto e me deu ordem de que a envie a você a sua residência, King\'s Castle. A senhora King a entrevistará pessoalmente. -De acordo -sorriu Hannah-. Poderia me indicar o caminho? -É que não conhece King\'s Castle? -inquiriu a recepcionista olhando-a surpreendida. -Pois. noo. -respondeu Hannah insegura. «Acaso deveria?», perguntou sentida saudades -. cheguei ao Port Douglas faz sozinho um par de horas -explicou encolhendo- ...

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