Livro: Passagem Para o Amor Página 2

... ora, pensou Rosie, irritada. Mas ela a considerava autoritária, até insana. Porque a sentença determina¬va que as crianças sempre teriam sua própria casa, e que seriam Rosie e Zach que deveriam entrar e sair. Ridículo! Impossível! Agora que o divórcio era definitivo, Rosie e Zach teriam de chegar a um acordo sobre como morar. As ramificações do que eles haviam concordado começavam a atingir Rosie, e ela ainda nem saíra do tribunal. — Rosie — disse Sharon Castor, sua advogada, assim que es¬tavam num corredor silencioso fora do tribunal. — Teremos de nos reunir com seu ex-marido. Um olhar disse a Rosie que Sharon estava tão furiosa quanto ela própria. Otto Benson, advogado de Zach, se juntou a ela. Embora, aparentemente, estivesse calmo, as linhas de seu rosto denuncia¬vam sua tensão. Ela não ousou olhar na direção de Zach. Na ver¬dade, vinha evitando olhar para seu ex-marido desde o momento em que entrara no tribunal. — Vamos encontrar uma sala de reuniões para discutir os de¬talhes —: disse o advogado de Zach. Rosie olhou para Zach, que estava se escondendo atrás de seu advogado. Ele não parecia mais feliz do que ela com a decisão, mas Rosie preferiria morrer a permitir que Zach soubesse como ela estava se sentindo. — Rosie e eu podemos resolver isso sozinhos — disse Zach, com uma pontada de irritação na voz. Considerando o ponto ao qual a situação havia chegado, essa não era uma sugestão promissora. — Se você lembra bem, passamos semanas e mais semanas discutindo até chegar a esse acordo de custódia conjunta — co¬mentou Rosie. Ela gostava de lembrar a Jack o quanto ele era imbecil. Rosie supôs que Zach não estava querendo pagar mais honorários aos advogados. Bem, ela não estava nem ligando se ele iria ficar com menos dinheiro para gastar com a namorada. Punhos cerrados, Zach resmungou alguma coisa. Ou talvez ela tenha se recusado a ouvi-lo, decidiu Rosie, or¬gulhosa de sua demonstração de a ...

tocontrole. — Por que você pensa que podemos chegar a algum acordo sem um mediador? — perguntou, sarcástica. — Tudo bem — murmurou Zach, fazendo um biquinho que a fez lembrar o filho deles, de 9 anos. Olhando para ele agora, Rosie não conseguia acreditar que já amara Zachary Cox. Ele não era apenas arrogante e egoísta, como não tinha a menor idéia do que significava ser um bom marido e um bom pai. Contudo, era preciso admitir que Zach era um homem bonito; não apenas isso, mas sua aparência pro¬clamava um profissional, um homem bem-sucedido nos negó¬cios. Na opinião de Rosie, qualquer pessoa com meio cérebro notaria imediatamente que ele era um contador. Tinha olhos es¬treitos, característicos de quem passava muitas horas por dia for¬çando a vista para enxergar colunas de números. A despeito dis¬so, era atraente aos olhos, com cabelos espessos e escuros e ombros largos que modelavam agradavelmente seu terno caro. Eleja fora atleta, e ainda corria para se manter em forma. Rosie sempre adorara a firmeza dos músculos de Zach quando corria as mãos por suas costas enquanto faziam amor. É claro que fazia meses desde a última vez em que haviam dormi¬do na mesma cama, e muito mais tempo desde que tinham feito amor. Rosie não recordava quando fora a última vez. Se soubesse que seria a última, teria apreciado mais um pouco, passado um momento a mais ao lado do marido, saboreando a sensação de seus braços em torno dela. De uma coisa tinha certeza: Zach não sentira mais qualquer interesse por ela desde o dia em que contra¬tara Janice Lamond como assistente pessoal. Estremecendo ao pensar em Jack entrelaçado com Janice, Ro¬sie tentou expulsar a imagem de sua mente. Raiva e repulsa pela infidelidade do marido — não, ex-marido — fez com que bile subisse pela sua garganta. A voz alta de Zach chamou sua atenção: ele concordara em deixar que os advogados negociassem a complicação adicional de seu divórcio. Otto estava verif ...

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