Livro: As Pupilas do Senhor Reitor
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Autor - Fonte: Júlio Dinis
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Júlio Dinis
Fonte:
DINIS, Júlio. As Pupilas do Senhor Reitor. 8ª ed., São Paulo: Editora Ática, 1987. (Série Bom Livro)
Texto proveniente de:
A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro
A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo
Permitido o uso apenas para fins educacionais.
Texto-base digitalizado por:
Sérgio Luiz Simonato (Campinas/SP)
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As Pupilas do Senhor Reitor
Júlio Dinis
Capítulo I
José das Dornas era um lavrador abastado, sadio e de uma tão feliz disposição de gênio, que
tudo levava a rir; mas desse rir natural, sincero e despreocupado, que lhe fazia bem, e não
do rir dos Demócritos de todos os tempos - rir céptico, forçado, desconsolador, que é mil
vezes pior do que o chorar.
Em negócio de lavoura, dava, como se costuma dizer, sota e ás ao mais pintado. Até o Sr.
Morais Soares teria que aprender com ele. Apesar dos seus sessenta anos, desafiava em
robustez e atividade qualquer rapaz de vinte. Era-lhe familiar o canto matinal do galo, e o
amanhecer já não tinha para ele segredos não revelados. O sol encontrava-o sempre de pé, e
em pé o deixava ao esconder-se.
Estas qualidades, juntas a uma longa experiência adquirida à custa de muito sol e muita
chuva em campo descoberto, faziam dele um lavrador consumado, o que, diga-se a
verdade, era confessado por todos, sem esforço de malquerenças e murmurações. Diz-se
que quem mais faz menos merece e que mais vale quem Deus ajuda do que quem muito
madruga, e não sei o que mais; será assim; mas desta vez parecia que se desmentira
...
ditado, ou pelo menos que o fato das madrugadas não excluíra o auxílio providencial,
porque José das Dornas prosperava a olhos vistos. Ali por fins de agosto era um tal de
entrar de carros de milho pelas portas do quinteiro dentro! S. Miguel mais farto poucos se
gabavam de ter. Que abundância por aquela casa! Ninguém era pobre com ele; louvado
Deus!
Como homem de família, não havia também que por a boca em José das Dornas. Em
perfeita e exemplar harmonia vivera vinte anos com sua mulher, e então, como depois que
viuvara, manifestou sempre pelos filhos uma solicitude, não revelada por meiguices - que
lhe não estavam no gênio - mas que, nas ocasiões, se denunciava por sacrifícios de fazerem
hesitar os mais extremosos.
Eram dois estes filhos - Pedro e Daniel. Pedro, que era o mais velho, não podia negar a
paternidade. Ver o pai era vê-lo a ele; a mesma expressão de franqueza no rosto, a mesma
robustez de compleição, a mesma excelência de musculatura, o mesmo tipo, apenas um
pouco mais elegante, porque a idade não viera ainda curvatura de certos contornos e
ampliar-lhe as dimensões transversais, como já no pai acontecia. Conservava-se ainda
correto aquele vivo exemplar do Hércules escultural.
Pedro era, de fato, o tipo de beleza masculina, como a compreendiam os antigos. O gosto
moderno tem-se modificado, ao que parece, exigindo nos seus tipos de adoção o que quer
que seja de franzino e delicado, que não foi por certo o característico dos mais perfeitos
homens de outras eras.
A organização talhara Pedro para a vida de lavrador, e parecia apontá-lo para suceder ao pai
no amanho das terras e na direção dos trabalhos agrícolas.
Assim o entendera José das Dornas, que foi amestrando o seu primogênito e preparando-o
para um dia abdicar nele a enxada, a foice, a vara, a rabiça, e confiar-lhe a chave do
cabanal, tão repleto em ocasiões de colheita.
Daniel já tinha condições físicas e morais muito diferente ...
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