Livro: Vingança Passional Página 3

... ou o controle da Layton International. Era dono de cada cota remanescente. Ela confirmara tal fato durante as intermináveis horas de viagem. Rebecca não tinha mais nada. Se ele a demitisse, só lhe restaria se recolher na vergonha. Sem a empresa, estaria quebrada. Poderia pagar a hipoteca pelos próximos três meses, ter algum para comer e só. Se não encontrasse um trabalho, perderia o apartamento e todos os bens. De algum modo, aquela perda não se comparava à perda do respeito próprio, da ciência de que ela falhara em proteger o legado da família. Não sabia fazer mais nada, exceto administrar uma cadeia de hotéis. Fora educada para fazer aquilo, embora relutante, em ter de representar o nome do pai, passara a vida sendo treinada e tentando se sobressair no ramo. O que o pai diria se pudesse vê-la agora? Ele queria um filho homem a quem pudesse deixar o negócio, mas ela foi tudo que ele conseguira. Será que agora ele poderia justificar a preocupação em deixar uma mulher no comando? Ela não suportava nem mesmo pensar na decepção dele. O carro passou pelas ruas movimentadas aproximando-se da fachada cinza do hotel Villa de Musica, a jóia da coroa de Ramirez, no coração de Madri. O coração dela doeu diante das lembranças que vieram à tona. Ela estava hospedada no hotel recém-reformado quando conheceu Alejandro. Rebecca afastou os pensamentos do espanhol sexy que lhe arruinou a vida. Ela se lembrou com firmeza: estava ali a negócios. Não se deixaria intimidar. A mera presença dele não a faria derreter, como já acontecera uma vez. Ela apenas ficou levemente surpresa quando o carro passou direto pelo hotel. Mas tudo bem, ela realmente não esperava ser levada a um quarto, ter permissão para tomar um banho e talvez dormir um pouco antes de ser arrastada até Alejandro. Já que não tinha idéia de onde estava indo, tentou fechar os olhos e tirar um cochilo. Mas a sensação de descanso lhe escapava. Finalmente, depois do que pareceram ...

horas no trânsito, a limusine seguiu por uma estrada particular em algum lugar das colinas de Madri. Ela não tinha certeza de onde estavam, mas se lembrava vagamente de ter passado pelo Palácio Real, a residência oficial dos reis da Espanha. Um homem uniformizado a ajudou a sair do veículo, enquanto outro carregava as bagagens. Em instantes ela foi levada a um estonteante pátio de mármore e depois a um escritório decorado de modo masculino, com vista para um terraço com piscina. Como Alejandro havia evoluído em cinco anos. Rebecca se inclinou à janela e juntou as mãos. Estranhamente, elas estavam trêmulas. Também, ela esteve viajando por quase 24 horas, direto. O terninho amarrotado estava agarrado ao corpo como um trapo velho, os cachos perderam a vivacidade de horas atrás e ela precisava desesperadamente de um banho quente. Alejandro claramente não lhe daria trégua antes de se regozijar sobre o próprio triunfo. Bem, certo. Ela resistiria, e se recusaria a reagir aos insultos dele. Quando a porta atrás dela foi aberta outra vez, Rebecca esboçou uma expressão de guerra e se virou para encará-lo de cabeça erguida. Ali, oh céus, ele ainda era o homem mais maravilhosamente lindo que ela já conhecera. Sentiu uma urgência inexplicável de correr para o abraço dele, do mesmo modo como costumava fazer, porém cruzou os braços e permaneceu firme. Foi necessário usar cada milímetro de contenção para não se render ao desejo de tocá-lo. Por quê? Ela não sabia se estava questionando a própria reação ou se a pergunta era para ele. Por que, Alejandro? Por que você me iludiu quando eu o amei? Por que está fazendo isso comigo agora? Ele hesitou, como se ela tivesse falado alto, o olhar preso ao dela. O que havia por trás daqueles olhos acinzentados era um mistério, mas ela não achava que aquele olhar oferecia algum calor. E machucava. Surpreendentemente, machucava. Se ele mudou de algum modo, ela não conseguia ver. Ele era alto ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: