Livro: Por Amor - Shirl Henke Página 4

... Pedro sorriu, afetado, olhando o vestido molhado que se agarrava ao corpo esguio ainda em formação de Magdalena. — Ora, ora, o que temos aqui, sozinha e perdida, hein? — Talvez uma dama precisando de socorro — retrucou Juan e, então, soltou uma risadinha, como se pensasse melhor: — Não, não, acho que essa ninfa do pântano, assim tão suada e maltrapilha, não passa de uma camponesa. Os olhos de Magdalena se estreitaram de fúria. — Você sabe muito bem quem eu sou, Juan Muñoz. Saia do meu caminho! — ordenou, num tom imperioso. — Onde está seu acompanhante? Seu pai não iria permitir um passeio assim, sem companhia — disse Pedro, de um modo melífluo, chegando mais perto. Magdalena viu que os dois se postavam entre ela e seu cavalo. Por que escapulira para cavalgar sozinha aquela tarde? Sua dama de companhia, Miralda, sempre a censurava e a alertara, durante anos, inutilmente, sobre as consequências disso. Sua boca ressecou-se ao correr os olhos pela charneca isolada. Só o pequeno punhal em sua cintura lhe inspirava alguma coragem. — Vocês dois são tão bárbaros quanto os mouros para acossar uma dama? — Não vejo nenhuma dama, só uma mocinha levada, um tanto molhada, que precisa de uma lição de boas maneiras — disse Juan, atirando-se sobre ela. Magdalena sacou o punhal e desferiu um golpe no braço estendido de Juan, cortando o veludo pesado da manga do gibão, arrancando-lhe sangue e um palavrão sibilado. — Pegue-a, Pedro — ele resmungou, enquanto esticava a mão de novo e, dessa vez, agarrava Magdalena pela cintura fina num abraço de partir os ossos, puxando-a para si com um safanão. A garota chutou Juan quando o pequeno punhal escapou de seus dedos entorpecidos, mas Pedro foi rápido e aproximou-se por trás dela, agarrando-a pelos joelhos enquanto o irmão a prendia pelos braços. Juntos, derrubaram a jovem franzina no chão e a seguraram com força. Pedro mudou de posição para lhe prender os ...

tornozelos e levantar-lhe a saia até as coxas. Enquanto ela se debatia e lutava, Juan acariciou as pernas esguias e ergueu a saia ainda mais. Magdalena sentiu o grito irromper de sua garganta. Por que cometera a insensatez de seguir Diego Torres para espiá-lo? Que loucura entrar naquele fim de mundo deserto e arriscar-se ao horror que agora desabava sobre ela! — Pode gritar, ninguém vai ouvir — disse Pedro, numa voz rouca de lascívia. Começou a desafivelar o cinto enquanto Juan a segurava no chão. Magdalena debateu-se e chutou em vão. Embora forte e ativa, tinha apenas quinze anos, e era de baixa estatura e ossos miúdos. Pedro abriu as calças e puxou-as para baixo, expondo o membro enorme e rijo. Parecia obsceno e carnudo conforme ele usava uma das mãos cheias de anéis para empurrar o prepúcio para trás com um gesto brusco. Magdalena virou a cabeça para não ver aquele horror iminente, quando Pedro começou a debruçar-se sobre ela. De repente, ouviu Juan soltar um grunhido, e o aperto forte em seu pulso afrouxou conforme ele se virava da posição ajoelhada para confrontar um atacante. — Porco! Levante-se e enfrente alguém capaz de se defender! — Aaron exclamou com firmeza, e sua espada reluziu ao sol da tarde. Pedro afastou-se de Magdalena, que se encolheu e ficou de joelhos, cobrindo as pernas e soluçando, enquanto seu atacante lutava desesperadamente para erguer as calças abaixadas e sacar a espada ao mesmo tempo. Juan levantou-se e confrontou o desafiante, mas estremeceu ao ver o sorriso cruel nos lábios do loiro desconhecido. Nada mais fez que sacar a espada e desferir um golpe circular desajeitado que fez a arma voar de sua mão, e então recuou conforme o adversário, mais alto, comprimia a beirada da lâmina em seu pescoço. Já então, Pedro recobrara o bom-senso e dera um jeito nas calças, o suficiente para enfrentar o intruso. — Diego, cuidado! — Magdalena gritou, quando Pedro atirou-se sobre as costas de ...

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