Livro: O Barão Aventureiro
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... Ele tinha uma missão: conquistar a rica herdeira! Inglaterra, 1879 Winona Abbot não fazia a menor idéia de quem estava roubando as jóias de seus amigos ricos. E a presença do enigmático e sedutor barão Garrett Blackhawk aumentava ainda mais o mistério. Garrett jamais conhecera uma mulher com a fibra e a ousadia de Winona. E as tentativas dela de ignorar o calor que fluía entre ambos apenas fortalecia o desejo de Garrett descobrir-lhe os segredos e domar seu espírito impetuoso! PRÓLOGO San Francisco, 1879. Com as cortinas de brocado cerradas, apenas uma lâmina de luar penetrava no aposento. O suficiente para fazer brilhar as pedras e os metais preciosos do colar que parecia brotar da mão enluvada em couro negro. O ladrão sorriu, os lábios curvando-se com satisfação ao examinar a jóia. Os diamantes eram límpidos, de qualidade superior e surpreendentemente parecidos. Estiveram esquecidos no cofre da família no banco por muito tempo, até Oswin Hartleby lembrar-se deles. Sua primeira esposa fora uma pérola da sociedade em San Francisco exatamente por não gostar de ostentação, talvez por isso fazendo-o esquecer-se das pedras. Porém a segunda esposa, muito mais jovem, gostava de alardear riqueza. Para agradá-la, Hartleby gastara uma fortuna mandando fazer um conjunto de colar com os diamantes e brincos combinando. O ouro viera de suas próprias minas. Minas quase exauridas. Naturalmente ninguém soube desse fato até que a vida com uma mulher quarenta anos mais jovem terminou por causar a morte do velho Hartleby. Muitos saltaram em defesa de Oswin, dizendo que os últimos anos de vida em comum com a fria Hildegarde Keyes haviam sido tristes e carentes. Agora era a jovem viúva que não sorria. O testamento de Hartleby fora lido no dia anterior e as notícias haviam se espalhado pela cidade como fogo num palheiro: ele deixara pouco mais do que dívidas. O velho tolo, pensou o ladrão, sorrindo. Pobre Hilde. Tendo perdi ...

o o marido, estava a ponto de perder também os preciosos diamantes. Se não fosse para um ladrão na calada da noite, seria para os credores, ou para sua enteada de meia-idade que preferia tê-los sob seus cuidados. As pedras brilhavam à luz da lua. O colar não era uma obra de arte, faltando o gosto apurado dos que herdavam riquezas. Era um trabalho delicado, mas não refinado. Uma jóia muito admirada em San Francisco. Se por algum acaso a viúva não chorasse por ele, existiam várias mulheres na cidade que chorariam. O colar foi posto na bolsa de veludo negro, seguido pelos brincos. Não havia interesse em levar as outras coisas que a caixa de jóias continha. Embora tivessem sido casados por quase cinco anos, Hilde recebera mais promessas de Oswin do que jóias. O ladrão fechou a tampa com cuidado e avançou até a janela, em silêncio. Ao abrir as cortinas, a lâmina de luar aumentou. Se houvesse mais alguém no aposento, teria visto uma figura de altura mediana e pouco mais. Uma máscara de seda cobria a parte inferior do rosto e um capuz costurado à capa impedia que se distinguissem os cabelos. Para todos os efeitos não passava de uma sombra que se materializara e apanhara os diamantes do cofre da casa de Hartleby. Se alguns dos residentes adormecidos escutasse um ruído no quarto do patrão, iriam atribuir ao fantasma de Hartleby. Depois do falecimento, a viúva levara seus pertences para um quarto mais alegre e iluminado ao final do corredor. O ladrão moveu-se com rapidez, deixando que as cortinas voltassem à posição cerrada, devolvendo a paz ao aposento escuro. No exterior, a noite resolvera colaborar com o tempo ideal para fazer desaparecer uma sombra. A neblina estendia-se perto da praia e o ladrão apressou-se a levar os diamantes Hartleby para seu novo local de repouso. A lua cheia tecia uma trama de sombras no caminho, facilitando caminhadas secretas. UM O tapa ecoou no aposento. Um raio solitário de sol penetrava pelo al ...

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