Livro: Pássaros de Fogo
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... Heart’s Fury Lucy Lee Super Sabrina nº 13 Aquela ilha no mar do norte da Inglaterra era um paraíso para os pássaros, que voavam de todas as partes do mundo para se acasalarem. As penas das aves brilhavam à luz pálida do sol, criando um cenário de sonho: milhares, milhões de pássaros de fogo, na dança do amor, em lindo contraste com as brancas espumas batendo nas rochas agrestes. Em meio às aves, Polly esperava que Gregory Godwin, o famoso ecologista, viesse trazer-lhe amor e paz. Gregory, porém, era prepotente e altivo demais. Polly temia que ele, em lugar de amor, trouxesse apenas indiferença e desprezo! Digitalização e revisão: Nell Título original: “Heart’s Fury” Copyright: © by Lucy Lee Publicado originalmente em 1981 pela Harlequin Enterprises Ltd., Toronto, Canadá Tradução: Vera Lídice Reys Copyright para a língua portuguesa: 1983 Abril S.A. Cultural e Industrial — São Paulo Composto e impresso em oficinas próprias LIVROS ABRIL Romances com Coração Caixa Postal 2372 — São Paulo CAPÍTULO I Ainda estava claro e os passarinhos não tinham se recolhido. A beleza daquele entardecer de abril mexia com a sensibilidade de Polly Drake. Respirou fundo e atravessou o enorme pátio do Internato Mansard, sentindo-se feliz. A tarde de primavera estava linda; seu emprego, ali na escola, cuidando de crianças pequenas, era perfeito. Àquela hora, as crianças já estavam deitadas e era seu momento de folga. Sentia-se satisfeita e contente, apesar de não ter feito nada de extraordinário, a não ser ir à biblioteca da cidadezinha. Passando por entre as árvores, vislumbrou em seu íntimo uma certa tristeza. A primavera era para os amantes! Dias como aqueles eram para ser partilhados com alguém. Novamente pensou se não estaria sendo obstinada em relação a sua carreira. Aceitara esse emprego nessa longínqua Lincolnshire porque não haveria tentação de gastar dinheiro ...

por não haver em que gastar. Além disso, não convivendo com rapazes, não correria o risco de se apaixonar e desviar-se de seu objetivo. E se estivesse errada? Talvez estivesse perdendo algo que não pudesse recuperar nunca mais! Suspirou profundamente. Sabia que tinha tomado a decisão certa; o difícil era manter-se fiel a ela. Logo teria o dinheiro de que precisava para terminar seu curso no Instituto de Projetos e Decoração. Até o outono, talvez já tivesse feito algumas amizades. Por enquanto, seu trabalho lhe bastava. Entrou na velha casa vitoriana por uma porta lateral e subiu a escada. Na sala do primeiro andar estavam as duas professoras mais velhas, assistindo à tevê. O som estava baixo, e, além disso, era abafado pelas grossas paredes daquela sólida construção, impedindo que chegasse ao quarto da srta. Mansard, no térreo, ou ao dormitório dos internos, no andar de cima. Polly subiu até lá, onde Anne estava de vigia, sentada numa cadeira de balanço, na porta do dormitório que alojava os dezesseis meninos. Anne era uma garota encantadora, professora por vocação e muito dedicada. Estava tricotando um pulôver e largou o trabalho no colo, assim que viu Polly. — Você encontrou o que eu pedi? — perguntou ela, olhando para a pilha de livros que Polly carregava. Com um sorriso vitorioso, Polly entregou a ela o livro que estava em cima. — Ah, que bom! — E, sem mais cerimônias, Anne abriu-o e começou a lê-lo. Polly foi para o quarto que dividia com Anne. Tirou o casaco, pendurou-o, e, em vez de sentar-se, foi até a janela. Estava inquieta. Devia ser por causa da primavera! Suspirou fundo, voltou, tentou escolher o livro que leria. De repente parecia ter perdido o interesse pela leitura. Contudo, sentou-se à escrivaninha e acendeu o abajur. Leu umas duas páginas e desinteressou-se. Não conseguia concentrar- se. Ergueu-se e começou a andar de um lado para o outro no quarto. — Ai, como estou nervosa! Inquieta como um g ...

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