Livro: Interior do Coração Página 4

... Já passei por muito pior que isto, não é, Shirl? Shirley levantou os olhos e o seu suspiro disse tudo. — Mack, este é Dougal Mason. Juro por Deus que tem mais pontos que uma colcha de retalhos. Dougal riu. — Nada de sangue desta vez, Shirl, só uma fratura limpa. Uma tora rolou da picape e caiu sobre o meu braço. — Vou telefonar para Ruby e pedir que venha buscá-lo — Shirley disse, pegando o telefone. — Você pode mandar buscar a sua picape amanhã de manhã. — Venha por aqui, sr. Mason. A propósito, eu sou Mack. Alex lhe lançou um olhar cáustico. — Com licença, mas não estamos supostamente dividindo este trabalho? Dougal ficou momentaneamente confuso. — Você também é médica? — ele perguntou. — Sou — disse Alex com um sorriso na direção de Mack. — Espero ficar aqui durante seis meses. O dr. MacDonald e eu estamos pensando em compartilhar o cargo. Dougal soltou um assobio. — Que tal esta, Shirl? — Ele disse, olhando para a recepcionista com um ar brincalhão. — Está chovendo gatos e médicos nesse fim de mundo. CAPÍTULO CINCO Mack ainda sorria por causa do comentário de Dougal, quando se voltou para Alex. — Gostaria de me ajudar? — ele perguntou. Até aquele momento, Alex não percebera como um sorriso podia mudar o rosto de um homem. Sentiu o coração se contrair de surpresa e levou um ou dois segundos para encontrar a voz. — Humm. Sim. Seria bom. — disse, seguindo-os até a sala de atendimento. Ficou de lado, enquanto Mack ajustava o aparelho de raio-X e colocava o braço de Dougal sobre a placa. — Fique com o braço parado por um momento, enquanto tiro as chapas — disse Mack, juntando-se a Alex atrás da tela de proteção contra radiação. Poucos minutos depois, colocava uma radiografia no quadro iluminado. — Então, qual é seu diagnóstico, dra. MacDonald? — ele perguntou. Alex olhou para a radiografia e tentou não notar o quanto o seu ombro estava perto do dele. S ...

ntia a leve, mas inconfundível, fragrância da sua loção de barbear, que lembrava o cheiro de limão ao sol. Mack ainda segurava a radiografia contra o quadro. Enrolara os punhos da camisa, revelando braços firmes e fortes, a pele bronzeada levemente encoberta por pelos. Alex sentiu que algo se remexia dentro dela, numa reação bem feminina. — Você já viu um pulso quebrado antes, dra. MacDonald? — ele perguntou, quebrando o silêncio. Alex voltou-se para encarar o seu olhar de deboche. — Claro. É uma clássica fratura Colles, com cerca de 10° de ângulo frontal. — Ela percebeu que Mack fitava a sua boca e sentiu novamente algo se remexer dentro do seu corpo. — Você prefere reduzi-la ou aplicar a sedação? — ele perguntou, olhando os olhos de Alex. Alex umedeceu os lábios. — Vou aplicar a anestesia. — Muito bem, Dougal — Mack disse, voltando-se para o paciente. — O que temos é uma fratura relativamente simples, e com l0 mg de sedativo você não sentirá dor. A dra. MacDonald vai injetar a anestesia enquanto eu corrijo a fratura e engesso o seu braço. Isto o deixará sonolento por uma ou duas horas. Recomendo que você não dirija, nem opere alguma máquina até amanhã. Alex colocou o torniquete, encontrou uma veia adequada, inseriu a cânula e aplicou o anestésico. Em alguns segundos, Dougal relaxou o suficiente para Mack lhe puxar o braço e colocá-lo no lugar. A esposa de Dougal, Ruby, chegou quando Mack acabava de engessá-lo e de colocar o seu braço em uma tipoia. Vinha acompanhada de três crianças, uma delas não tinha mais que seis meses. Depois das apresentações, Ruby disse: — Estou muito feliz por termos uma médica em Kingfisher Crossing. Sem ofensa, doutor, mas este lugar precisa de uma visão feminina. — Ainda não foi decidido se a dra. MacDonald ficará além do fim de semana — Mack disse, olhando para Alex com um olhar de desafio. Alex fez uma careta e ergueu o queixo. — Vou ficar — ela d ...

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