Livro: Interior do Coração Página 2

... errompeu Alex novamente. — Quer dizer, não dá dinheiro, sabe? — Ah, não, mas não foi por este motivo que. — Claro que se você quer fugir de alguém, este é o lugar para se esconder — disse a mulher com uma risadinha. — Quer dizer, quem iria encontrá-lo aqui? — Suponho que tenha razão — Alex disse num tom um tanto desgostoso. O emprego temporário era exatamente o que precisava. Vira a oportunidade como um período de reabilitação, depois de terminar um relacionamento. Segundo passo: afastar-se de Garry. — Bem, suponho que queira marcar uma consulta com o dr. MacDonald, certo? — disse a recepcionista, pegando a agenda. — Não — disse Alex com um sorriso embaraçado. — Sabe, sou eu a dra. Alex MacDonald. A recepcionista piscou, surpresa. — Mas. Você não pode ser o dr. MacDonald. Alex franziu a testa. — Por que não? — Porque o dr. MacDonald já está aqui — disse a mulher. — Ele chegou há três horas. CAPÍTULO DOIS — Ele? — Alex exclamou surpresa. — Sim — disse uma voz grave atrás dela. — Sou o dr. Alexander MacDonald. Como posso ajudá-la? Alex se virou e viu um homem alto, de cabelos negros, trinta e poucos anos, olhos perspicazes num tom azul-acinzentado. — Mas eu sou Alex MacDonald — ela falou espantada. — Fui designada para este posto por seis meses. Vim direto de Melbourne para chegar no prazo. — Então você fez alguma confusão. Vai precisar dar meia-volta e ir para casa — ele disse secamente. — Esta cidade só precisa de um médico. E sou eu. . Alex se empertigou toda e o encarou. — Não vou embora. Fui designada para este posto. Tenho uma carta para confirmar. Foi você quem se enganou, e é você quem deve ir embora. Os olhos dele se tornaram duas pedras de gelo. — Não tenho intenção de ir embora. Eu tenho uma carta de designação, e garanto que sou quem afirmo ser. E já me mudei para o chalé do residente, aí ao lado. Não existe outro lugar para ...

icar na cidade, além do parque para trailers. — Rã-rã — pigarreou a recepcionista. — Alguém pode me explicar o que está acontecendo? Mack olhou para Shirley Griffiths, sentada do outro lado da mesa. — Shirley, só posso presumir que houve algum erro burocrático — explicou. — Por algum tropeço do destino, parece que a dra. MacDonald e eu nos candidatamos e fomos indicados para o mesmo cargo. — É típico. — Shirley falou, olhando para o teto. — Ficamos três meses sem médico, e agora temos dois. — Ela estalou os lábios e acrescentou. — Juro que aqui nunca chove, mas brota água. Mack se voltou para a jovem loura de expressão desafiadora, que esperava de braços cruzados, de queixo erguido e de sobrancelhas levantadas. — Olhe — disse, passando a mão na cabeça. — Você não pode ficar. Estou falando sério. Esta cidade não é grande o suficiente para nós dois. — Então, será um duelo ao amanhecer? — ela perguntou com insolência. — É incrivelmente tentador. Mack se sentiu atraído ao ver a atitude corajosa e o tom malicioso. A boca daquela mulher o atraía como um ímã. O brilho nos lábios volumosos lhe fazia lembrar há quanto tempo não sentia a pressão macia do beijo de uma mulher. Colocou as mãos nos bolsos e fitou-a. — Vou conversar com o administrador municipal na segunda-feira e pedir que reembolsem as despesas que você teve com a viagem — ele disse. Alex levantou orgulhosamente o queixo e o encarou com os seus olhos cor de chocolate. — Acho que não me ouviu, dr. MacDonald. Não viajei de tão longe para nada. Aluguei meu apartamento pelos próximos seis meses. Ainda que desse meia-volta e fosse para casa, não teria onde morar. — Tenho uma ideia absolutamente brilhante — disse Shirley com os seus olhos de passarinho brilhando. — Serão apenas seis meses e estivemos sem médico por muito tempo. Por que não ficam os dois? CAPÍTULO TRÊS — Quer dizer que dividiríamos ...

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