Livro: Meu marido um estranho
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... Insensível, Patrick nem se importava com os sentimentos de Sophie. "Nosso casamento será anulado mais rápido possível!" Essas palavras de Patrick ecoavam na mente de Sophie, enquanto ela se entregava ao abraço dele, correspondendo aos longos e ardentes beijos que recebia. Não havia mais como negar: estava amando esse homem. Para salvar sua vida, Patrick se casara com ela no dia em que a conhecera, e agora Sophie desejava não só a consumação dessa união, mas também que ele a amasse como esposa. Digitalização: Alyce Revisão: Lu Matos Copyright © 1990 by Kate Proctor Publicado originalmente em 1990 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra Título original: “Lawfully Wedded Stranger” Tradução: Simone Kormanski CAPÍTULO I — Patrick Juan-Carlos Carlisle. Sophie Drysdale teve um pequeno so¬bressalto quando essas palavras, proferidas pelo padre, penetraram-lhe na mente. Estivera quase dormindo em pé de tan¬to esgotamento, mas censurou-se por isso. Precisava de concen¬tração, embora sentisse como se tudo não passasse de um sonho. Naquela manhã, como sempre, acordara com os pacíficos sons rurais daquele minúsculo país da África Central chamado Gamborra, na pequena clínica administrada por freiras que fora seu local de trabalho e também seu lar pelos últimos oito meses. Mesmo a terrí¬vel conjuntivite crônica, que contraíra há quase um mês e que a trans¬formara tão depressa e tão dolorosamente de enfermeira em paciente, não havia conseguido tirar-lhe o prazer de viver na África. Mas, pouco depois de se levantar naquela manhã, lutando con¬tra o atordoamento causado pelos sedativos que a irmã Magda lhe ministrara por vários dias, sua vida tranqüila começara a se desintegrar. Em lágrimas, irmã Beatrice a procurara, comentan¬do sobre o golpe sofrido pelo governo do país alguns dias atrás, sobre o incêndio criminoso que há poucos dias destruíra parte da clínica, e por fim lhe info ...

mara sobre a decisão das Irmãs de que ela deveria partir imediatamente, pois o vôo internacional daque¬le dia parecia ser o último por muito tempo. E agora ali, na embaixada da Espanha naquele minúsculo país africano, onde ela havia sido entregue aos cuidados de importan¬tes repórteres internacionais, Sophie se censurava por não ter pres¬tado mais atenção ao seu passaporte, que fora destruído com o resto de seus pertences no incêndio da clínica. E por causa da perda do passaporte se vira obrigada a casar-se com Patrick Juan-Carlos Carlisle, o único estrangeiro naquele consulado que possuía pas¬saporte espanhol. O fato de o trabalho de Patrick Carlisle, como correspondente internacional de uma emissora de TV inglesa, fazer dele alguém muito conhecido para Sophie e inúmeros outros telespectadores não a aliviava. Não importava que a bela aparência e o sotaque irlandês (algo que a confundia, pois se ele era espanhol.) daque¬le homem elegante lhe fossem familiares, Patrick Carlisle não pas¬sava de um estranho. Esforçando-se para admitir a realidade, Sophie ajeitou os pe¬sados óculos escuros sobre o nariz, tremendo ao esbarrar a mão na face inchada pela conjuntivite. Ao menos o antibiótico que to-mara cuidaria logo disso, pensou, numa tentativa de conformar-se. Então olhou em volta da sala de recepções do consulado espa¬nhol, tentando distinguir entre os presentes a figura do amigável jornalista russo que lhe fornecera o medicamento. Mas, como ha¬via dilatado as pupilas, não conseguia enxergar nada que estives¬se longe. Tremeu novamente quando Patrick Juan-Carlos Carlisle, que permanecia estático a seu lado, deu-lhe um cutucão. Pela segun¬da vez, desde que se iniciara aquela estranha cerimônia de casa-mento, o cotovelo de Patrick Carlisle se infincava em suas costelas, Sophie pensou, irritada. Um terceiro golpe desses com certeza a derrubaria. — O padre perguntou se você aceita ou não. — Embora mur¬muradas com cert ...

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