Livro: O casamento do ano
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... Wedding of the Year Anne Weale CAPITULO 1 Na multidão apressada que saía do trem das oito e meia numa das principais estações de Londres. Savanna Bancroft chamava a atenção, porque, mesmo com sapatos sem salto, era tão alta como a maioria dos homens à sua volta. O pai tinha quase dois metros, e todos os filhos herdaram seu tipo longilíneo e os cabelos cor de trigo, No caso dos quatro irmãos Bancroft, a altura não era problema. Mas para Savanna, ter pernas compridas e um busto que não precisava de sutiã era motivo de depressão profunda aos quinze anos. Agora, com dezenove anos, bem desenvolvida, ainda podia ser chamada de magra, e um dos motivos para isso era sua atividade constante. Só descansava quando dormia. Não que fosse agitada por natureza. Como única mulher da família e a mãe inutilizada pela artrite. linha muito o que fazer em casa. Passava o dia inteiro em Londres, pulando de um compromisso para outro. E, à noite, fazia todas as tarefas domésticas que a mãe não podia fazer. Achava que devia ser a moça que menos saía com rapazes em toda a Inglaterra. Até os dezoito anos, só pensava nos estudos. No último ano, suas tardes tinham sido ocupadas de outra maneira. Além de na vida profissional, só encontrar homens que não estavam interessados em mulheres, tinha que dormir oito horas por dia. Quem queria levar para jantar uma moça que se deitava às onze para poder se levantar com os olhos brilhantes às sete da manhã? Mostrou o bilhete para o cobrador muito moreno e lembrou-se que dentro de poucos dias, estaria no lugar de onde tinham vindo os ancestrais dele, as índias Ocidentais. Seria seu primeiro compromisso no exterior e não aguentava esperar, mesmo depois de seu empresário avisar que teria muita sorte se sobrasse algum tempo para nadar no mar quente ou tomar sol nas praias douradas. Além de sua altura, não havia nada, a essa hora da manhã, para chamar a atenção dos outros passageiros. Vestida com ca ...

ça comprida e uma capa que ia até os pés, com os cabelos escondidos por uma boina de tricô e usando óculos escuros, era muito diferente da moça da capa da Vogue que o homem na banca de revistas punha em evidência, enquanto ela passava. às pressas. Já tinha aparecido na Vogue muitas vezes, mas nunca na capa. Mas mesmo se tivesse se lembrado de que a revista saía naquela manhã, não teria tempo de parar e se ver na foto colorida. Na capa não usava óculos, e os olhos grandes, de topázio, com cílios muito longos, estavam maquiados para chamar a atenção, Os lábios também tinham sido esboçados com lápis e pintados de vermelho para enfatizar seu formato. Com os cabelos caídos de lado sobre o rosto e o queixo aninhado na gola de uma pele espetacular, parecia devas¬tadoramente feminina e insinuante. — E ainda dizem que a câmera não mente! Tudo feito por espelhos e maquiagem! — tinha sido o comentário implicante dos irmãos, quando viram as primeiras fotos tiradas pela Vogue. Ela sentia que era verdade. A máquina fotográfica, bem usada, podia mentir, e muito! E quase toda mulher que aprendesse a se pintar com um especialista poderia criar uma ilusão de beleza. Na verdade, Savanna não era especialmente bonita! Só a sorte caída do céu tinha feito com que Gerald 0\'Connor, um fotógrafo da moda, olhasse para a moça alta, de pescoço longo, quadris estreitos e pele perfeita, e a escolhesse entre milhares de outras com as mesmas qualificações. Se, na época da morte do pai, lhe tivessem sugerido que devia deixar de lado o desejo de frequentar a universidade para seguir a trivial carreira de modelo de moda, teria rido. Tinha só dezessete anos, então. Um ano mais tarde, sua vida havia mudado. A oportunidade de ganhar dinheiro apareceu como um presente dos deuses, e suas ambições pessoais se tornaram insignificantes, comparadas com as necessidades da família. Filha de um casal que se adorava e tinha planejado cada um dos cinco fil ...

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