Livro: Tempestade de emoções
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... Ginna Gray Um patrão que era um tirano. Uma assistente que o desafiava. Carícias ousadas e um beijo louco fizeram Beatrice perceber seu imenso amor. Há poucos dias, vestira-se como uma beata para disfarçar a beleza e conseguir o emprego. Agora estava ali, nos braços do patrão, vibrando de amor, numa confusão de desejos desconhecidos. Após tantos anos de autocontrole, sentia-se desorientada. Por que apaixonar-se por Ward, um homem temperamental que tinha fama de conquistador? Mas ela o amava com fúria e paixão! Digitalização: Revisão: Edna Fiquer CAPÍTULO I Beatrice Winters entrou em casa batendo a porta com tanta força, que o antigo lustre chegou a tilintar. Por um momento, ela fitou a luz tremulante com um sorriso de satisfação. O dese¬jo de praticar alguma espécie de violência a perseguira o dia inteiro, e agora ela sentia um grande alívio ao dar vazão à sua frustração, mesmo que fosse de uma maneira infantil. Ao enfiar o guarda-chuva ainda molhado no suporte de cobre, com mais ímpeto do que o necessário, voltou-lhe a vontade de tê-lo quebrado na cabeça do sr. Jenkins. Ele bem que o teria merecido! Bufando de raiva, Beatrice subiu as escadas, com passadas rá¬pidas e decididas. Os longos cabelos castanhos balançavam-lhe nas costas, como a cauda de um tigre enfurecido. Era inacreditável! Era realmente inacreditável que durante quatro anos tivesse circulado no mundo dos negócios quase em estado de graça. Mas essa ingénua ignorância havia terminado. Nas duas últimas semanas, ela sofrera uma sequência de cho¬ques e decepções, e nem naquele dia fora poupada. Ao deixar a Thomas Barlow & Cia., onde fora gerente de uma seção, estava confiante de que sua competência profissional garantiria-lhe um novo emprego, tão interessante e tão bem remu¬nerado quanto o anterior. Mas, ao invés disso, vinha sendo pre¬terida, sob a alegação de ter um currículo superqualificado para os cargos disponíveis. Ou, o ...

ue era pior, os empregados em potencial mostravam-se mais interessados em suas qualidades como possível parceira de cama do que em sua capacidade para gerenciar um escritório. Quando alcançou o patamar e abriu a porta do apartamento, estava ofegante. Não só pelo esforço físico, mas, principalmente, pelo desgaste emocional. Ela tinha um problema. E a experiência ensinara-lhe que a única forma de solucioná-lo seria fazer uma análise prévia dos fatos, estabelecer um plano de ação e, em seguida, executá-lo com paciência e obstinação. Deixar-se levar por uma explosão temperamental podia fazê-la relaxar na hora, mas não iria re¬solver nada. A aparência externa de Beatrice Winters era enganadora. Sob a figura suave e feminina, sob o ar tranquilo e frio, escondiam-se uma vontade férrea e um espírito rebelde e independente. Ela de¬monstrava ser tolerante e tratável, e, às vezes, até pessoas mais próximas podiam levar anos para descobrir a verdadeira Beatrice, uma moça determinada que, ao fixar uma meta, fazia de tudo para alcançá-la. Se, por acaso, ela enfrentasse algum obstá¬culo que não pudesse transpor de imediato, logo tomava um ca¬minho alternativo, e o atacava sob outro ângulo. A mesma im¬placável determinação em alguém mais agressivo seria assus¬tadora. Tão logo Beatrice ultrapassou a porta do apartamento, o te¬lefone tocou. Engolindo a raiva, ela foi atendê-lo. — Alô! — Oi! Acabei de chegar ao campus, e resolvi telefonar antes de começar a devorar os livros. — A voz do irmão do outro lado da linha, parecia animada e cheia de confiança. — E então, como foi a entrevista? — Para ser franca, não foi muito boa — respondeu Beatrice com um suspiro. — Oh. — O tom de Greg mudou drasticamente. Aquela única sílaba traduzia todo o seu desapontamento. — O que aconteceu? — ele quis saber. A pergunta trouxe-lhe à memória a imagem da mão gorda e pegajosa do sr. Jenkins apalpando-lhe o joelho, e B ...

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